O
presidente do PT, José Eduardo Dutra, vai renunciar ao cargo na
sexta-feira, por problemas de saúde. O mais cotado para substituí-lo é o
líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Licenciado do comando
petista desde 22 de março, Dutra disse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva que anunciará sua saída na abertura da reunião do Diretório
Nacional do PT. A troca de comando no partido preocupa a presidente
Dilma Rousseff.
Na
segunda-feira à noite, Lula foi ao Rio para visitar Dutra, que sofreu
uma crise hipertensiva há mais de um mês, agravada por forte depressão e
transtorno de ansiedade. Estava acompanhado de Humberto Costa e do
ex-ministro Luiz Dulci.
Solidário
ao amigo, Lula insistiu com Dutra para ele continuar licenciado, pelo
tempo necessário, para tratar da saúde. O presidente do PT, no entanto,
prefere se afastar. Acredita que o partido do governo não pode
aguardar sua recuperação em um ano pré-eleitoral, de montagem das
alianças para as disputas municipais.
Dutra
planeja até mesmo levar sua médica à reunião da cúpula petista, para
explicar os motivos de seu afastamento. 'Ele está fazendo outros exames
e sua decisão depende unicamente do parecer médico', afirmou Costa.
Em
conversas reservadas, Dilma lamentou a situação de Dutra, que
coordenou sua campanha. O receio do Planalto, agora, é que haja disputa
de poder no PT. É por isso que o nome de Costa - ex-ministro da Saúde,
com bom trânsito no governo - começou a ser divulgado com
antecedência.
Há,
porém, divergências sobre a sucessão. Pelo estatuto do PT, o
vice-presidente - no caso, o deputado Rui Falcão - pode ficar
interinamente no comando por até seis meses. Parte dos dirigentes quer
adotar essa solução. Muitos avaliam, no entanto, que é melhor o
Diretório decidir logo o substituto de Dutra, para evitar mais
desgaste. Se Costa assumir, vai abdicar da liderança do PT. Lindbergh
Farias (RJ) pode ocupar essa vaga.