segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Plano de Educação tem investimentos de R$ 250 milhões


O governador Ricardo Coutinho apresentou, na manhã de hoje, no Cine Banguê do Espaço Cultural, os 33 projetos do Plano de Gestão “Paraíba Faz Educação”, que inclui a realização, este ano, de um concurso público para preenchimento de 1.040 vagas para professores de Ensino Médio. Os investimentos na educação totalizam mais de R$ 250 milhões em dois anos nos eixos: educação continuada e educação em expansão.

A meta do governo é contratar todos os 1.040 candidatos aprovados no concurso para várias regiões já no primeiro semestre do próximo ano. “Queremos que as contratações ocorram se uma só vez, pois o concurso será feito de acordo com as vagas a serem preenchidas, sem que as convocações se arrastem por vários anos”, explicou. 
Durante solenidade, que lotou o Cine Banguê, o governador também assinou Medida Provisória criando o programa Educação Exemplar, que irá valorizar as melhores práticas nas áreas de gestão participativa. O programa institui os prêmios Gestor Exemplar, que vai premiar 100 escolas que atingirem os melhores índices de aprendizagem do IDEB e IDEPB, e o Professor Exemplar, que vai conceder o 14º salário aos professores e aos funcionários que apresentarem práticas inovadoras nas escolas.

Outro projeto importante a ser implantado pelo governo do Estado é incluir o 13º salário do Bolsa Família para os beneficiários do programa que participarem de cursos de alfabetização e profissionalização. Somente este ano, serão disponibilizados seis mil vagas pelo Estado nos cursos de formação continuada e em cursos rápidos de pedreiro, carpinteiro, encanador, entre outros.
“Esse é um chamamento que estamos fazendo não em função do dinheiro da bolsa, mas em função de um investimento para melhorar a vida das pessoas beneficiárias. Estamos dando a vara de pescar para as pessoas que quiserem sonhar e construir um futuro melhor. O programa tem que ser uma passagem, e não um porto de chegada”, ressaltou Ricardo Coutinho. 

O governador disse ainda que o “Paraíba Faz Educação” vai oferecer um novo ritmo à educação, unindo não só o aprendizado em sala de aula como também a inclusão de uma proposta interdisciplinar. “Estamos implantando um plano que olha a educação como política de Estado, não apenas de um mandato, para que as sementes plantadas hoje sejam colhidas pelo povo e pelas próximas gerações. Não há democracia que não passe pelo fortalecimento e a melhoria da educação”, disse o governador.
Programas e ações – Na lista dos 33 programas a serem implantados, ou já em funcionamento, está o Plano de Formação Continuada dos profissionais da Rede Estadual que vai capacitar 23 mil docentes entre setembro e dezembro deste ano; a construção de 12 centros estaduais de formação de professores e a publicação, nesta terça-feira (23), do edital para abertura do processo seletivo para a escolha dos 14 gestores das gerências regionais.

O Governo do Estado também implantará o projeto Paraíba Alfabetiza que levará o conhecimento e a alfabetização a jovens, adultos e idosos, por meio de um Projeto de Orientação Profissional, executado pelo Empreender PB, e que inclua a oferta do 13º salário do Bolsa Família aos alfabetizados. O investimento no programa é de R$ 15,7 milhões.  “A nossa meta é até 2014 alfabetizar 25% de jovens adultos e idosos, com base nos dados do Censo (2010)”, explicou o governador.

Formação Técnica – Outra aposta do governo do Estado é a expansão da educação profissional com investimento na infra-estrutura das escolas de Ensino Médio e integrado à Educação Profissional, a construção de 15 Escolas Técnicas Estaduais e a implantação de Escolas de Tempo Integral em 239 escolas do Ensino Fundamental entre 2011/2012, e em 36 do Ensino Médio Inovador, em 2012.
As Escolas Técnicas Estaduais serão instaladas nos seguintes municípios: Bayeux, Cajazeiras, Campina Grande, Cuité, Guarabira, Itabaiana, Itaporanga, João Pessoa, Mamanguape, Monteiro, Patos, Princesa Isabel, Santa Rita, São Bento e Sousa. Mais sete escolas de ensino médio serão adequadas para a educação profissional no início do ano letivo de 2012 em Bananeiras, Cajazeiras, Guarabira, Patos, Pombal, Serra Branca e Sousa.

Parlamentopb

Cooperativas sinalizam renovação de contrato com o Trauma


  Das sete cooperativas médicas que prestam serviço no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HEETSHL), seis já sinalizaram nesta segunda-feira (22) a intenção de renovar seus contratos de prestação de serviço com a unidade, entre elas, a Cooperativa de Cirurgiões (Coopecir), Cooperativa de Anestesiologia (Coopanest), Cooperativa de Ortopedia (Coort), Cooperativa de Pediatria (Cooped) e Cooperativa de intensivistas (Coomit). Juntas, disponibilizam 208 médicos para o atendimento às vítimas no Trauma.

De acordo com o presidente da Coort, Luciano Lira, já foi solicitada pelo coordenador da gestão, Edmon Silva, a minuta de um contrato, mas que deve ser apreciado por todos os 45 cooperados que prestam serviço no Trauma. “Não temos nada contra nenhuma instituição e não queremos interromper os serviços ocasionando prejuízos aos usuários”, afirmou.

A presidente da Coomit, Rozeane Rodrigues, disse que a cooperativa está aberta ao diálogo e que tem interesse em continuar prestando atendimento no Trauma. O presidente da Cooped, Cláudio Orestes Brito Filho, disse que a cooperativa não tinha contrato e passará a ter nesse governo, pois já foi solicitada no mês passado pela atual gestão do Trauma uma proposta, cuja minuta foi entregue na semana passada. “A cooperativa mantinha contrato apenas com o Complexo Hospitalar Arlinda Marques”, lembrou.

Situação semelhante é a da Cooperativa de Cirurgiões, que também não tinha contrato de trabalho com o Trauma, mas em junho foi assinado e o presidente da instituição, José Helman Palitot de Oliveira, já sinalizou que pretende continuar dando assistência na unidade.

Já o presidente da Coopanest, Azuil Vieira de Almeida, também foi enfático ao dizer que pretende continuar disponibilizando os 45 cooperados para a prestação de serviços médicos no Trauma-JP.

A maioria dos contratos com as cooperativas médicas tem a duração de seis meses e, de acordo com o coordenador da gestão, Edmon Gomes, todos serão negociados e renovados, caso haja interesse. “Já foram feitos contatos com algumas e outras deverão ser acionadas o mais rápido possível, haja visto estar perto do prazo do encerramento de muitos contratos”.
Parlamentopb

Antônio Barbosa diz que PT de João Pessoa não vai seguir orientação da nacional


De acordo com Barbosa, a relação do PT com o PSB em João Pessoa é extremamente salutar

O presidente do PT em João Pessoa, Antônio Barbosa, disse na manhã desta segunda-feira, 22, durante entrevista a uma rádio local, que o partido não vai seguir a orientação do diretório estado e da direção nacional e lançar candidato próprio na Capital. Para Barbosa, o caso de João Pessoa é especial e não se enquadra na orientação da nacional.
De acordo com Barbosa, a relação do PT com o PSB em João Pessoa é extremamente salutar e que faz bem para o desenvolvimento da Capital. “Estamos numa aliança com o PSB desde a última eleição, fazemos parte do governo e isso faz bem a cidade”, destacou.
Na última sexta-feira o deputado federal e ex-presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, esteve em João Pessoa e defendeu que o partida lance candidato próprio no máxima de cidades possíveis, incluindo João Pessoa e citando nominalmente o deputado estadual Luciano Cartaxo como candidato.


Contrato do governo e BB encerra amanhã e servidores recebem antecipado


O governo rescindiu o contrato com o Banco do Brasil de forma unilateral

O contrato entre o Governo do Estado e o Banco do Brasil termina nesta terça-feira, 23, e para não correr o risco de deixar o funcionalismo sem receber salário neste mês, a Secretaria de Administração, determinou a antecipação do pagamento da folha de pessoal de todos servidores públicos – ativos, inativos e pensionistas – e das unidades gestoras das administrações direta e indireta do Governo do Estado, para esta terça-feira.
O governo rescindiu o contrato com o Banco do Brasil de forma unilateral alegando que o contrato contraria expressamente uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) e a orientação normativa da Advocacia Geral da União (AGU).
Foi aberta a licitação para a contratação definitiva e legal dos serviços, especialmente quanto à centralização, ao processamento e ao pagamento da folha de pessoal, em 11 de julho passado, mas as instituições bancárias interessadas não participaram, alegando que o Estado ainda mantinha um contrato com o Banco do Brasil.
Dessa forma, a Secretaria de Estado da Administração, orientada pela Controlaria do Estado, fará nova licitação para a escolha do banco responsável pela conta dos servidores estaduais.
Da Redação com Secom/PB

Pesquisa mostra que MST é abordado de forma pejorativa pela mídia


O Intervozes publica pesquisa que analisa a cobertura da mídia sobre o MST durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito de 2010. O lançamento oficial da pesquisa ocorre na próxima quarta-feira, dia 24/8, em Brasília.

Uso de termos negativos, pouca relevância dada às bandeiras do Movimento e exclusão do MST como fonte. O que já era percebido pelos movimentos sociais agora foi comprovado em pesquisa que analisou cerca de 300 matérias sobre o MST em TV, jornal impresso e revistas. O resultado desse trabalho será lançado nessa quarta-feira, dia 24, às 19h, na Tenda Cultural do Acampamento Nacional da Via Campesina (Estacionamento do Ginásio Nilson Nelson), em Brasília.

   
O relatório, intitulado “Vozes Silenciadas”, analisou as matérias que citaram o MST em três jornais de circulação nacional (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo); três revistas também de circulação nacional (Veja, Época e Carta Capital); e os dois telejornais de maior audiência no Brasil: Jornal Nacional, da Rede Globo, e Jornal da Record. O período pesquisado foi de 10 de fevereiro a 17 de julho, duração das investigações de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o MST.



O lançamento contará com a presença de Mônica Mourão,  professora da UFC e responsável pela pesquisa, de Leandro Fortes, jornalista da revista Carta Capital, e da Coordenação do MST. O relatório foi realizado pelo Intervozes  - Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert e da Federação do Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (FITERT).
  

O estudo

  
MST é retratado como violento e suas bandeiras recebem pouco destaque. A pesquisa concluiu que o movimento, na maioria dos casos, não era central nas matérias que o citam. O tema predominante foi as eleições (97 inserções), com uma grande diferença em relação ao segundo lugar, o Abril Vermelho (42 inserções). A CPMI foi tema apenas de oito matérias (ou 2,6% do total). Nas matérias sobre eleições, o MST não apareceu nos debates sobre políticas agrárias, mas sim como ator social mencionado de forma negativa pelos dois principais candidatos do pleito nacional. O Movimento aparece em segundo lugar no ranking de fontes ouvidas (em primeiro lugar estão matérias que não ouvem nenhuma fonte). Porém, essa colocação representa apenas 57 ocorrências num universo de 301 matérias.

  
Quase 60% das matérias utilizaram termos negativos para se referir ao MST e suas ações. O termo que predominou foi “invasão” e seus derivados, como “invasores” ou o verbo “invadir” em suas diferentes flexões. Ao todo, foram usados 192 termos negativos diferentes, entre expressões que procuram qualificar o próprio MST ou suas ações.

  
A maioria dos textos do universo pesquisado cita atos violentos, o que significa que a mídia faz uma ligação direta entre o Movimento e a violência. Não bastasse essa evidência, dentre as inserções que citam violência, quase a totalidade (42,5% do total de matérias) coloca o MST apenas como autor.



SERVIÇO


 Lançamento do relatório “Vozes Silenciadas – A cobertura da mídia sobre o MST durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito”

Data: 24/08/2011

Horário: 19h

Local: Tenda Cultural do Acampamento Nacional da Via Campesina (Estacionamento do Ginásio Nilson Nelson) – Brasília/DF.

Mais informações: Gésio Passos – 61 3341-3637 – comunicacao@intervozes.org.br


Presidente do PT se mostra indignado com ‘bloqueio de senha’ e promete pressionar Rodrigo Soares


Senha dá acesso ao registro de filiados da legenda  

O presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em João Pessoa, Antônio Barbosa, se reunirá às 16h desta segunda-feira (22), com o presidente estadual da legenda, o ex-deputado estadual Rodrigo Soares, para solicitar o desbloqueio da senha que dá acesso ao cadastro de filiados do partido. O encontro acontecerá na sede do Diretório Estadual do PT.

Barbosa considerou a atitude do Diretório Estadual arbitraria e atribuiu o ato ao movimento político que o partido está vivendo neste momento que antecede as eleições do ano que vem. Segundo ele, essa agitação política está atrapalhando a legenda.

“Isso não pode acontecer é preciso chegar a um entendimento. É preciso manter o dialogo e que essa decisão seja revogada”, desabafou Antônio Barbosa.

Sobre o lançamento de candidatura própria para prefeito de João Pessoa, ele adiantou que se maioria dos petistas seguirem essa linha “eu vou acatar a decisão da maioria e seguir a orientação partidária”.

Caso o PT decida sair com candidato a prefeito da Capital, Antônio Barbosa disse que Luciano Cartaxo já se colocou a disposição, mas outros nomes podem surgir durante as discussões.

Ele adiantou que trabalha com a tese de aliança do PT com o PSB e defende a reeleição do prefeito Luciano Agra. “Até porque ele vem desenvolvendo um bom trabalho e se mostrando capaz de continuar a frente da administração municipal”, explicou Antônio Barbosa.


Mislene Santos - Mais PB 

Cora Coralina é homenageada pelo Plenário do Senado nesta segunda-feira


Agência Senado
O Senado comemora nesta segunda-feira (22), a partir das 14h, os 122 anos de nascimento de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, a poeta e contista conhecida pelo pseudônimo de Cora Coralina. O requerimento solicitando a homenagem é de autoria do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

No mesmo dia, às 18h, será inaugurada pelo presidente José Sarney uma exposição sobre a obra da escritora na Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho do Senado.

Cora Coralina nasceu na cidade de Goiás (GO), no dia 20 de agosto de 1889. Publicou seu primeiro livro - Poemas dos becos de Goiás e estórias mais - só os 76 anos de idade, embora tenha começado a escrever os primeiros textos aos 14 anos.

Os escritos da adolescência e juventude eram publicados nos jornais da cidade de Goiás e também em outras cidades do estado. Naquele tempo, apesar de viver numa sociedade conservadora, e que reservava um papel secundário às mulheres, Cora era saudada por conterrâneos ilustres como uma promessa literária.

A promessa se cumpriu.

Igualmente se concretizou o destino de mulher participativa, que liderou movimentos políticos locais em prol da cidadania e da caridade - estes no âmbito da Igreja Católica. Sempre foi muito religiosa.

A temática de seus escritos foi, desde os primeiros tempos, a história, os personagens e o cotidiano de sua região.

Depois da publicação dos Poemas dos Becos de Goiás e Estórias mais, em 1965, Cora publicou, em 1976, Meu livro de cordel. Outras obras da autora são: Estórias da Casa Velha da Ponte (contos); Meninos Verdes (infantil); O Tesouro da Casa Velha (contos); A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu (infantil); Vintém de Cobre; e As Cocadas (infantil).

Entre os prêmios recebidos pelo conjunto de sua obra, destacam-se o Troféu Jaburu, do Conselho de Cultura do Estado de Goiás, em 1981; e o Troféu Juca Pato da União Brasileira de Escritores (UBE), em 1984. O Juca Pato é um dos mais importantes prêmios literários nacionais, já tendo sido concedido a nomes do porte de Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Sérgio Buarque de Holanda e Carlos Drummond de Andrade. Este último alías, foi quem projetou realmente o nome de Cora em termos nacionais, ao escrever um artigo histórico para o Jornal do Brasil em 1980.

Vida atribulada

As tardias realizações literárias de Cora Coralina são o resultado de uma trajetória pessoal marcada por desafios que teimaram em desviá-la do caminho da criação. Menina adoentada, filha de um pai idoso que muito cedo a deixou, Cora, naquele tempo apenas Aninha, enfrentou desde cedo a estranheza frente ao seu modo distraído e inquiridor. Era chamada de "inzoneira" pelas irmãs.

Em 1910, aos 21 anos, já considerada uma solteirona, começou um relacionamento com o advogado Cantídio Tolentino Bretas, chefe de Polícia de Goiás. Como ele era separado, e a família dela não admitia a união, mudaram-se às escondidas para o interior de São Paulo em 1911. Quinze anos depois, com a morte da primeira esposa, o casamento se realizaria em termos formais.

Cora passou 45 anos em terras paulistas, vivendo inicialmente no interior, em Jaboticabal, e depois na capital. Em 1930, presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da rua Direita com a praça do Patriarca. Um de seus três filhos participou da Revolução Constitucionalista de 1932, contrária a Getúlio.
Com a morte do marido, em 1934, Cora passou a vender livros como meio de sustentar a família, dando sequência à atividade de microempresária na qual se lançara em Jaboticabal, onde mantivera uma floricultura. Também abriu uma pensão, confiante em seus dotes de cozinheira.

Em Penápolis, voltou à venda de plantas (mudas de árvores), o que contribuiu para campanhas pró-arborização nas cidades vizinhas, e tocou um comércio de tecidos e aviamentos, segundo informa o site Casa de Coralina. Ainda em Penápolis, ligou-se ao Santuário São Francisco de Assis. Em Andradina ficou conhecida por todos devido à sua ligação com a terra. Dona de um sítio, vendeu hortaliças e lingüiças de porco feitas por ela mesma.

Em 1956, os 67 anos, retornou a Goiás, voltando a morar na casa velha da ponte, que habitara em criança. Ali exerceu por muitos anos o ofício de doceira, até que uma queda limitou seus movimentos, obrigando-a a andar com o auxílio de uma muleta. Data ainda do retorno a Goiás, a matrícula num curso de datilografia, já que sempre escrevera à mão.

O mestre

Na casa velha da ponte, hoje um museu, Cora gostava de receber parentes, amigos e visitantes ansiosos por conhecê-la. Além da conversa amigável com a artista, os turistas se serviam sempre de algum doce ou quitute da casa, feitos sob a supervisão da própria doceira-escritora. Uma das frases que gostava de repetir a seus interlocutores: "Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo".

Mesmo antes de ser criado, desafio do novo partido de Kassab são as eleições de 2012


PSD, com 44 deputados e dois senadores, pode ajudar Dilma a diminuir dependência do PMDB

  
A dor de cabeça que o PMDB vem dando ao governo Dilma Rousseff nesse começo de mandato pode ganhar um novo capítulo com o nascimento do PSD, liderado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A nova sigla declara independência, mas já mantém diálogo e é cortejado pelo Palácio do Planalto, que – se conquistá-lo – terá atraído o apoio de um partido que já nasce com 44 deputados federais, quase 10% dos parlamentares da Câmara: um contrapeso que pode reduzir a dependência que o governo tem do PMDB.

O PSD entrega nesta segunda-feira (22) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a documentação necessária para pedir sua homologação. São 540 mil assinaturas, 50 mil a mais que o necessário.

A estratégia de Kassab de lançar um partido novo foi a de se livrar da desidratação a que DEM (seu antigo partido) e PSDB (seu principal aliado) sofreram nas últimas eleições. Na Câmara, os tucanos elegeram 13 cadeiras a menos que na eleição presidencial de 2006. No DEM, o baque foi ainda maior: o partido perdeu 22 vagas na Câmara.

Kassab e seu partido dizem que não pretendem nem apoiar nem fazer oposição ao governo, mas a última vez que o prefeito paulistano disse isso foi logo depois de sair da sala da própria Dilma. Para a cientista política da Unesp, Maria Tereza Kerbauy, “essa independência não é crível, mas é confortável”.

- É a habilidade política de não se comprometer com os partidos nem dispensá-los.

Para ela, “as eleições do ano que vem vão ser fundamentais para as relações entre o PT e PMDB”, estremecidas com as denúncias de corrupção nos ministérios comandados pelos peemedebistas e da votação do Código Florestal, que o PMDB votou contra o governo.

- O PT pode preferir se coligar ao PSD em vez do PMDB em algumas regiões. E para o PSD compor a base da Dilma, essas coligações municipais nas eleições do ano que vem serão indispensáveis.

É o mesmo que pensa o cientista político conselheiro da ONG Voto Consciente, Humberto Dantas, para quem o PSD será crucial “nos momentos de crise institucional e de relação com o PMDB”.

- É como alguns namoros. Depois de uma traição e uma briga com a namorada, há quem fique mais simpático com a ex. A aproximação com o PSD pode deixar o PMDB enciumado e trazê-lo de volta para o governo de um jeito menos hostil.

Dantas lembra que, com a criação do PSD, o prefeito também pretende ganhar status de cacique político, mas isso também vai depender das eleições de 2012.

- Ele quer se firmar como liderança de um partido que ele ajudou a criar. Ele ficará dois anos sem mandato articulando com governos e políticos, mas para se tornar um pivô político, ele vai depender do tamanho que o PSD sair da campanha municipal.

Maria Tereza diz que isso “também vai depender das composições que ele fizer com o governo e com outros partidos ao longo das eleições”.

- Logo, essa influência vai depender da quantidade de voto, cargos para vereador e prefeito nas próximas eleições.

Se tudo der certo para o PSD, a legenda começa com dois governadores, seis vices-governadores, dois senadores, além dos 44 deputados federais e de mais de 60 deputados estaduais espalhados pelo Brasil.

Wanderley Preite Sobrinho, do R7

Polícia Rodoviária Federal divulga saldo das ocorrências deste final de semana nas estradas da Paraíba


Nenhuma morte foi registrada entre os 19 acidentes 
Durante as 72 horas do final de semana, a Polícia Rodoviária Federal registrou 19 acidentes com 10 feridos e nenhuma morte nas rodovias federais que cortam o estado da Paraíba. Do total de acidentes, 11 não tiveram vítimas.

Na sexta-feira (19), foram registrados 10 acidentes com dois feridos. No sábado (20), sete acidentes com seis feridos e no domingo (21), apenas dois acidentes onde duas pessoas sofreram ferimentos leves.

Esse foi o melhor resultado do ano de 2011, registrado pela PRF durante um fim de semana. Geralmente a média de ocorrência é de 30 acidentes a cada fim de semana. Já houve caso de se registrar até 52 acidentes.

Fiscalização - A PRF fiscalizou 528 veículos, lavrou 256 autos de infração de trânsito, 13 veículos ficaram retidos para regularização, 15 pessoas receberam auxilio dos policiais e cinco motoristas foram autuados por dirigir sob influência de bebida alcoólica.

Ainda, uma pessoa foi presa e conduzida para Delegacia de Polícia, por ter sido flagrado pilotando uma motocicleta sem ser habilitado, gerando perigo de dano e por usar, como próprio, documento de identidade civil e Habilitação outra pessoa. A ocorrência foi no km 146 da BR-230 em Campina Grande.

Em São Mamede, Sertão paraibano, no km 310 da BR-230, Posto da PRF da localidade, uma pessoa que estava como passageiro em um transporte clandestino, foi presa por possuir mandado de prisão em aberto.

A ocorrência foi encaminhada para Delegacia de Polícia de Patos.


Ascom

“Eles tem outros interesses”, afirma Couto sobre planos do bloco de Cartaxo


Luiz Couto

Deputado fez críticas à postura dos colegas e revelou o que acha da candidatura de Cartaxo 
O deputado federal Luiz Couto (PT) revelou na manhã desta segunda-feira (22) que a ala do PT que defende a candidatura própria tem outros interesses. Para ele, o projeto desses petistas é voltado para beneficiar o PMDB do ex-governador José Maranhão. “Se eles estão defendo uma candidatura própria podem depois apoiar uma candidatura do PMDB”, disse o parlamentar.

Segundo o parlamentar, o grupo que defende a candidatura própria para prefeito de João Pessoa está “brincando de fazer eleição” para deixar o partido “refém de José Maranhão”.

Luiz Couto disse que o PT ainda não tem nenhuma definição com relação à candidatura própria para prefeito da Capital e nem sobre a política de alianças. Mas, reafirmou que está trabalhando para a legenda manter a aliança com PSB do prefeito Luciano Agra (PSB) nas eleições municipais de 2012.

O deputado destacou que vê com naturalidade a declaração do ex-presidente nacional do PT e deputado federal pelo estado de São Paulo Ricardo Berzoini defendendo a candidatura própria do PT na Capital.

Para Luiz Couto, a candidatura de Luciano Cartaxo não é viável, pois “ele não tem projeto para João Pessoa” e complementou dizendo que “essa história de que tem que ter candidatura própria é conversa”.

Ele explicou que tudo isso só será definido após o congresso extraordinário que acontecerá em setembro.


Mislene Santos - MaisPB

Confederações e centrais sindicais lançam campanha em defesa da CLT


Agência Senado
As confederações de trabalhadores e centrais sindicais vão percorrer o país em campanha pela defesa da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que consideram estar sob ameaça, com risco para os direitos dos trabalhadores.

O anúncio foi feito há pouco pelo coordenador interino do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), Lourenço Ferreira do Prado, ao lançar a campanha em defesa da CLT. Ele foi o primeiro orador de audiência pública que está sendo promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no Auditório Petrônio Portela.

Carrefour obriga funcionária a tirar a roupa em público

Trabalhadora foi acusada, sem provas, de furto. Rede de supermercado acabou condenada a pagar indenização.


O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Minas Gerais condenou o Carrefour a pagar indenização por danos morais a uma ex-empregada que, acusada de furto, foi cercada pelos fiscais do supermercado e obrigada a baixar as calças em plena via pública. A empresa já havia sido condenada em primeira instância, pela Vara do Trabalho de Matozinhos (MG). Ainda cabe recurso.

Na ação, ela pediu ainda a reversão da justa causa que lhe foi aplicada, após ser acusada de furto. De acordo com a empresa, a ex-funcionária teria sido flagrada pelas câmeras de segurança do supermercado escondendo dois pacotes de linguiça em suas calças, mas as imagens não constavam no processo.

Questionado pelo juiz da Vara de Matozinhos, o preposto da empresa disse que as gravações teriam sido apagadas. Além disso, o magistrado levou em conta depoimentos que contradiziam a versão do supermercado.

Uma testemunha disse que viu a reclamante sendo abordada na rua por três fiscais, dois homens e uma mulher, que a pressionaram a abaixar a roupa. Outra testemunha afirmou que a reclamante abaixou as calças espontaneamente para provar que não havia praticado o suposto furto. E ainda um terceiro depoimento, considerado esclarecedor e convincente pelo juiz: uma pessoa que passava pelo local disse ter visto uma senhora com as calças caídas à altura do joelho, abordada por três pessoas, duas das quais homens, que gesticulavam para ela de forma ameaçadora. Em seguida, ela perguntou se poderia se recompor.

“Se havia uma gravação da obreira se apoderando da mercadoria de cujo furto é acusada, como se permitiu que ela se perdesse? Se policiais viram tal gravação, por que não se trouxe aos autos prova disso? Uma mulher (...) vai se despir na rua, à frente de todos?”, questionou o encarregado da ação, juiz Luís Felipe Lopes Boson. Em sua análise, ele concluiu que não existe prova do suposto furto, mas, sim, da conduta patronal abusiva, em evidente desrespeito à honra e à dignidade da trabalhadora. “Guardas privados não têm o direito de reter quem quer que seja. Poderiam até dar voz de prisão à reclamante, assumindo os riscos de seu ato, mas não o fizeram. Fazer despir alguém em via pública, jamais”, concluiu.

Além de determinar a reversão da justa causa, o juiz condenou o supermercado ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$10.200, além das parcelas típicas da dispensa imotivada. O TRT de Minas confirmou a sentença.


Insalubridade – O Carrefour também terá de pagar adicional de insalubridade à trabalhadora. Ela prestava serviços contínuos no frigorífico, mas, por ser obesa, não podia usar nenhum dos manequins de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) oferecidos pela empresa, que não providenciou o tamanho adequado.

“Se o reclamado fornecia EPIs é porque, obviamente, havia a presença de agentes insalubres, ‘in casu’, o frio. A questão é que parte deles não se adequava ao manequim avantajado da reclamante, que ficava então, na prática, desprotegida”, argumentou o juiz.

168 crianças paquistanesas assassinadas pela CIA nos governos Bush e Obama


O maior número de mortes de crianças pertence ao governo de George Bush (em dois mandatos). São 112 menores de 17 anos assassinados.


O Bureau of Investigative Journalism, parceiro da Pública, identificou relatos sobre 168 crianças assassinadas – 44% dos 385 civis mortos – em sete anos de ataques de aviões não tripulados, pilotados remotamente pela CIA, em áreas tribais do Paquistão.

O paquistanês Din Mohammad, por exemplo, teve a má sorte de ser vizinho, na região de Danda Darpakhel, no Waziristão do norte, de supostos militantes da rede Haqqani, um grupo insurgente que luta contra as forças americanas no vizinho Afeganistão.

No dia 8 de setembro de 2010, mísseis destruíram a casa dos supostos militantes, matando seis deles. Um dos mísseis atingiu também a casa de Din Mohammad matando o filho, estudante em um colégio militar no Waziristão, duas filhas e o sobrinho, todos em idade escolar.

Embora os repórteres de campo do Bureau tenham identificado detalhes deste ataque, os EUA negam que civis tenham sido mortos na campanha militar naquele país.

No governo Bush: 112 crianças assassinadas

O maior número de mortes de crianças pertence ao governo de George Bush. São 112 menores de 17 anos assassinados. Durante os ataques, morriam muitas crianças. Em apenas um deles, foi registrada a morte de uma única criança.
  
Essas crianças têm mesmo que morrer?
No dia 28 de julho de 2008, por exemplo, os aviões sem tripulantes da CIA atingiram um seminário no Waziristão do sul, matando o expert em armas químicas da Al Qaeda, Abu Khabab al Masri e a sua equipe.

O ataque, considerado um sucesso, também vitimou três jovens rapazes e uma mulher. Apesar do segredo em torno dessa guerra por controle remoto, detalhes já haviam surgido em maio deste ano, revelando que não apenas os EUA sabiam deste tipo de “dano colateral”, mas que o chefe da CIA, Michael Hayden, pediu desculpas pelo erro pessoalmente ao primeiro ministro paquistanês Yusuf Raza Gilani.

Num colégio religoso, um dos piores ataques
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Em 20 de outubro de 2006, num dos piores incidentes de toda a campanha militar norte-americana e um dos menos noticiados pela imprensa, 80 civis – sendo 69 crianças – foram mortos num ataque da CIA a uma escola religiosa, em Chenegai, na localidade de Bajaur Agency.
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O suposto alvo era o diretor da escola, um militante conhecido. Relatos dão conta de que helicópteros militares paquistaneses ajudaram, tardiamente, no ataque a escola.A mais jovem das crianças mortas tinha apenas sete anos. O veterano jornalista da BBC, Rahimullah Yousufzai, relembrou a cena. “As pessoas estavam devastadas. Conheci um pai que havia perdido dois dos seus filhos.
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Ele era muito paciente, e falava que fora esta a vontade de deus, mas estava claramente traumatizado”.O exército paquistanês assumiu o ataque para si, mas com as notícias que se espalhavam e com protestos que paralisaram o comércio em toda região a história mudou.
O jornal britânico Sunday Times publicou um depoimento de um assessor do então presidente do Paquistão, Pervez Musharraf: “Nós pensamos que seria menos prejudicial se disséssemos que fizemos o ataque em vez dos EUA. Mas houve um grande dano colateral, e tivemos que pedir aos americanos para não fazerem mais isso”.
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Na semana seguinte aos ataques, o jornal The News publicou os nomes e os vilarejos de cada uma das 80 vítimas. 69 delas tinham 17 anos ou menos.
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De acordo com uma fonte ouvida, uma das vítimas tinha apenas 7 anos; três tinham 9; uma tinha 10; quatro tinham 11; outras quatro tinham 12; oito tinham 13; seis tinham 14; nove tinham 15; dezenove tinham 16; doze tinham 17; três tinham 18; três tinham 19; e somente dois tinham 21 anos.
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O jornalista Yousufzai não tem dúvidas de que o ataque foi obra da CIA: “tenho certeza absoluta de que esse ataque foi feito por aviões não tripulados dos EUA, baseado no que ouvi de testemunhas e nos comentários subsequentes de oficiais do governo do Paquistão”.

 No governo Obama: 56 crianças assassinadas

O Bureau identificou 56 crianças assassinadas durante o seu mandato – embora, nos últimos meses, tenha se constatado a redução do número de vítimas.

O filho de 8 anos de Maezol Khan perdeu a vida em 14 de fevereiro de 2009, após sua casa ser atingida por engano num ataque que visava seus 25 supostos vizinhos militantes.

Os estilhaços dos mísseis mataram o menino enquanto dormia. “Como os EUA podem invadir nossas casas quando estamos dormindo, e alvejar as nossas crianças?”, desabafou Maezol.

Segundo relatos, em 11 de agosto de 2009 outro incidente vitimou crianças e mulheres, num ataque a um suposto complexo do Talibã que matou até 25 pessoas.

Dois anos mais tarde, Arshad Khan, um jovem sobrevivente desse ataque, preso sob custódia da polícia paquistanesa, disse à imprensa que o complexo era um campo de treinamento para homens-bombas adolescentes. Ele identificou quatro vítimas jovens.Contou ainda que foi recrutado sem saber que seria um homem-bomba.

Ao falar sobre as vítimas menores de 17 anos, a porta-voz da Unicef para a região sul da Ásia, Sarah Crowe, afirmou que “até mesmo uma morte de criança por aviões não tripulados é demais. Crianças não deveriam estar no meio de uma guerra e os dois lados deveriam fazer o máximo parta protegê-las de ataques violentos a qualquer hora”.

Revelações espantosas de como os EUA tentaram sabotar Celso Amorim - WikiLeaks


Jogo sujo: Jobim e Sobel agiram juntos para boicotar Amori

Documentos revelam: para desestabilizar ex-chanceler, embaixada norte-americana contava, principalmente, com então ministro Nelson Jobim
Jogo sujo: Jobim e Sobel agiram juntos para boicotar Amorim
Aos olhos do serviço diplomático dos Estados Unidos, em especial durante a era Bush, a posição independente do Ministério das Relações Exteriores, capitaneado por Celso Amorim, hoje ministro da Defesa, parecia uma constante provocação. Nos telegramas vazados pelo WikiLeaks, o MRE é acusado de dificultar as relações bilaterais por suas “inclinações antiamericanas”, definidas por um ministro “nacionalista” e um secretário-geral “antiamericano virulento” (Samuel Pinheiro Guimarães), e secundado por um “acadêmico esquerdista” (Marco Aurélio Garcia), conselheiro de política externa do presidente Lula.

“Manter a relação político-militar com o Brasil requer atenção permanente e, talvez, mais esforço do que qualquer outra relação bilateral no hemisfério”, desabafava o embaixador John Danilovich, em novembro de 2004.
Foi ele que, numa reunião em março de 2005, tentou convencer Amorim da ameaça “cada vez maior” que a Venezuela representava à região. A resposta “clara” e “seca” do chanceler desapontou o americano:
“Nós não vemos Chávez como uma ameaça. Não queremos fazer nada que prejudique nossa relação com ele”. E cortou o assunto.
O sucessor de Danilovich, Clifford Sobel, teve mais sorte. O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim era interlocutor contumaz do embaixador, a ponto de confidenciar sua irritação com o MRE, em especial com Pinheiro Guimarães. Tornou-se peça vital em uma estratégia diplomática americana que explorava a divisão dentro do governo em proveito próprio, como revelam os telegramas.

Para os EUA, Celso Amorim é "nacionalista antiamericano"
Para os EUA, Celso Amorim é "nacionalista antiamericano"

Em fevereiro de 2009, já com Obama na Presidência dos Estados Unidos, Sobel enviou uma série de três informes, sugerindo formas de contornar o triunvirato “esquerdista” da política externa brasileira. O jeito, afirma, seria fazer aliança com o setor privado, que tem “habilidade para conseguir aprovar iniciativas junto ao governo” e tentar uma aproximação direta com Lula e outros ministros que poderiam defender a causa americana.

Uma “estratégia testada”, afirma Sobel, citando entre outros exemplos o caso da transferência para o Brasil dos 30 agentes da DEA, a agência americana de combate às drogas, expulsos da Bolívia por Evo Morales no fim de 2008. “Apesar da recusa do MRE de conceder vistos aos agentes, conseguimos realizar a transferência com a ajuda da Polícia Federal, da Presidência da República e de nossas excelentes relações com o ministro da Justiça (Tarso Genro)”, gaba-se.

O segundo telegrama foca os minguados recursos humanos e financeiros do Itamaraty, apresentando-os como oportunidade para os Estados Unidos. Muitos cargos diplomáticos estavam sendo preenchidos por “trainees e terceiros-secretários” por falta de pessoal para as novas embaixadas brasileiras, observa o embaixador americano, acrescentando que seria “crucial influenciar essa nova geração”.

“Os franceses instituíram um programa de intercâmbio diplomático com o Itamaraty em 2008, semelhante ao nosso Transatlantic Diplomatic Fellowship, e agora têm um diplomata trabalhando no Departamento Europeu do Itamaraty. Uma proposta similar seria válida para conseguir um posto que nos permita observar de dentro esse ministério-chave e mostrar como os Estados Unidos executam sua política externa”, sugere.

No terceiro telegrama, Sobel afirma que, embora o MRE continuasse a ser o líder incontestável da política externa brasileira, o crescimento internacional tendia a erodir seu controle. Apesar da falta de hábito das instituições brasileiras em lidar diretamente com governos estrangeiros, alguns ministérios como o do Meio Ambiente e, principalmente, o da Defesa estabeleceram relações diretas com a embaixada norte-americana em Brasília, relata.
Todas as ações e articulações foram feitas em sigilo
Todas as ações e articulações foram feitas em sigilo
Um telegrama enviado em 31 de março de 2009, depois da visita do presidente Obama ao Brasil, dá um exemplo prático da eficiência dessa estratégia. Pedindo sigilo absoluto de fonte, o embaixador conta que Jobim pretendia contribuir com o combate ao narcotráfico na região, possivelmente através do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS) criado pela União Sul-Americana de Nações (Unasul). “Ele disse que o CDS poderia ser o canal perfeito para conseguir o engajamento dos militares dos outros países sem passar pelo MRE”, escreve, acrescentando que o então ministro da Defesa estaria disposto a envolver os militares no combate ao tráfico nas fronteiras brasileiras. “O plano de Jobim sinaliza um grande passo, uma vez que o assunto é altamente sensível internamente, no governo, e para o público brasileiro”, comenta.
Também durante as tratativas frustradas de compra dos caças, Jobim e os líderes militares agiram longe do Itamaraty, como mostram os cerca de 50 telegramas sobre o tema. Em um deles, Sobel relata a visita da comitiva presidencial à França e comenta, com ironia, as reportagens da imprensa brasileira que afirmam o apoio de Lula, Amorim e Jobim à aquisição dos caças Rafale: “Talvez isso seja mais um marriage blanc do que amour veritable”, diz. E explica: “Nos encontros privados com o embaixador, Jobim minimizou a relação com a França e manifestou um claro desejo de ter acesso à tecnologia americana. O obstáculo é o Ministério das Relações Exteriores”.

Sobel também se reuniu com os comandantes das Forças Armadas para pedir “conselhos” sobre as chances de os caças da Boeing vencerem a concorrência de quase 10 bilhões de reais. Ficou entusiasmado com o resultado: “Os apoiadores mais fortes do Super Hornet (o F-18 americano) são as lideranças militares, em particular o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito”, relata em telegrama de janeiro de 2009.

O embaixador também obteve “uma cópia não oficial” de uma Requisição de Informações da Aeronáutica (passada eletronicamente para Washington), que “permite planejar os próximos passos para os Estados Unidos vencerem a negociação”. Além de garantir que o preço não seria o principal critério da escolha, o documento informa que a Embraer, “principal beneficiária de qualquer transferência de tecnologia”, consideraria “desejável a oportunidade de estabelecer uma parceria com a Boeing”, principalmente se houvesse “a intenção de oferecer uma cooperação adicional na área da aviação comercial”.

À luz dos telegramas do WikiLeaks, o relatório apresentado em janeiro de 2010 pela  FAB ao ministro Jobim, colocando a aeronave sueca (Saab JAS 39 Gripen) como melhor opção, exatamente por causa dos custos, traz novas indagações. O Rafale francês foi classificado em terceiro lugar, atrás dos caças americanos, esse sim apontado como o de melhor tecnologia. Mas não era o preço que importava, não é?

Por Marina Amaral e Natalia Viana, em Publica

Com medo de Lula em 2014, FHC quer tucanos apoiando Dilma


Na verdade, FHC está preocupado em como o seu nome será visto na história
Nas conversas reservadas com dirigentes do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem defendido que o partido dê apoio à presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção. FHC acha que o PSDB deveria abandonar a articulação para criar uma CPI da Corrupção no Congresso.

O ex-presidente conversou sobre o assunto com os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Antonio Anastasia (MG). A recomendação foi transmitida ao senador mineiro Aécio Neves, hoje o primeiro da fila tucana para disputar o Palácio do Planalto em 2014.

A presença de FHC no encontro de Dilma com governadores do Sudeste, na quinta (18/08), em São Paulo, foi calculada para se transformar num gesto de apoio à presidente. No evento, houve o lançamento do projeto "Brasil Sem Miséria" para a região.

Na visão de FHC, se o PSDB bombardear Dilma agora, o principal efeito será torná-la refém dos setores mais fisiológicos e atrasados de sua base de apoio no Congresso. Mais: reforçar Dilma diminuiria a possibilidade de uma eventual candidatura presidencial de Lula em 2014.

FHC tem se chocado com o ex-governador José Serra, candidato derrotado por Dilma na disputa presidencial do ano passado. O ex-presidente discorda do tom oposicionista mais duro de Serra, que, hoje, está isolado no PSDB.

Kennedy Alencar

Luciano Agra autoriza licitação de cinco obras nesta quarta-feira


O prefeito Luciano Agra assina a autorização para licitação de cinco importantes obras para a cidade nesta quarta-feira (24), às 10h, no auditório do Centro Administrativo Municipal (CAM), em Água Fria. As obras são nas áreas de educação, cultura, assistência social, mobilidade e trânsito, e emprego e renda. Somadas as obras, o investimento será em um total de R$ 5.388.216,00.

As obras são: aumento da capacidade viária das avenidas Epitácio Pessoa e Ministro José Américo de Almeida (Beira Rio), escola infantil padrão do Alto do Mateus, Galpão do Distrito Mecânico, Creas de Mangabeira e Centro de Cultura Quilombola.

O Centro de Referência Quilombola será construído em Paratibe, às margens da PB-008 e terá salão multiuso, cozinhas, banheiros e área administrativa. São R$297.342,00 em investimento para a obra, que traz o resgate da cultura negra.

Já o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Mangabeira atenderá pessoas vítimas de violência. Nesta obra serão investidos R$ 410.882,00.

A escola infantil padrão do Alto do Mateus terá cinco salas de aula, com capacidade para atender 25 crianças cada. Haverá ainda uma brinquedoteca, sala de informática, sala de multiuso e uma área de recreação coberta. O investimento é de R$ 1.795.500,00.

O Galpão do Distrito Mecânico terá nove boxes, em uma área de 395 m² para abrigar borracharias, oficinas mecânicas, autoelétricas e marcenaria. Os investimentos para a obra são na ordem de R$ 228.253,00.

O aumento da capacidade viária dos dois principais corredores viários da cidade, Epitácio Pessoa e Ministro José Américo de Almeida (Beira Rio), proporcionará melhor fluxo no trânsito e faz parte do projeto Caminho Livre. Serão R$ 2.656.239,00 usados nesta obra.


PB sedia encontro regional de coordenadores sobre DST/AIDS e Hepatites Virais


A Paraíba foi escolhida para sediar, desta segunda até quarta-feira (22 a 23), o Encontro Macro Nordeste de Coordenadores sobre DST/AIDS e Hepatites Virais, que servirá para discutir os Programas Estaduais e Municipais de DST/AIDS e Hepatites Virais da Região, como também temas relacionados ao enfrentamento da epidemia do HIV, HV, AIDS e demais DSTs.

O evento vai acontecer no Centro de Convenções Sérgio Bernardes, no Hotel Tambaú, João Pessoa, e vai reunir cerca de 250 Gestores e profissionais de saúde do Nordeste que trabalham na área de Hepatites Virais e DST/Aids do Nordeste.

Plano Paraíba faz Educação será lançado nesta segunda-feira em João Pessoa


O Plano de Gestão “Paraíba faz Educação” será lançado na manhã desta segunda-feira (22) no Espaço Cultural em João Pessoa. O governador Ricardo Coutinho presidirá a solenidade, que ocorrerá às 9h30, no Cine Bangüê.

O plano é composto por um conjunto de projetos e ações que o Governo que já estão em execução, além de dos ainda serão executados em oito eixos temáticos: identidade, cultura, cidade, campo, comunicação, tecnologia, cidadania e trabalho.

Os objetivos, o alcance e as estratégias desse plano serão detalhados pelo governador e pelo secretário de Estado da Educação, Afonso Celso Scocuglia, durante o lançamento.

Trabalhadores rurais iniciam Acampamento Nacional em Brasília


Trabalhadores rurais de vários estados farão a partir de hoje (22), em Brasília, o Acampamento Nacional, próximo ao Ginásio Nilson Nelson. Organizado pelos movimentos sociais da Via Campesina, o acampamento faz parte da Jornada Nacional por Reforma Agrária, que terá mobilizações em todo o país a partir de amanhã.

Um dos temas que serão discutidos durante a jornada é a educação no campo. Segundo a Via Campesina, o censo escolar do Ministério da Educação mostra que mais de 24 mil escolas foram fechadas na área rural entre 2002 e 2010.

“Isso nos remete a olhar com profundidade o que está em jogo, relacionado às disputas de projetos de campo. Os governos têm demonstrado cada vez mais a clara opção pela agricultura de negócio – o agronegócio – que tem em sua lógica de funcionamento pensar em um campo sem gente e, por conseguinte, um campo sem cultura e sem escola”, disse Erivan Hilário, do Setor de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Além da educação no campo, a Jornada Nacional por Reforma Agrária inclui reivindicações como o assentamento de 60 mil famílias acampadas, algumas há mais de cinco anos, a recomposição do orçamento para a obtenção de terras e a renegociação das dívidas de pequenos agricultores.

Desconfiado de Dilma, PMDB faz planos para 2014

Partido teria três nomes: Michel Temer, Nelson Jobim e Sérgio Cabral

Nas reuniões com dirigentes estaduais e municipais do PMDB Brasil afora, o presidente interino do partido, senador Valdir Raupp (RO), insiste em dizer que todos devem estar preparados para a possibilidade de trabalhar por um candidato da legenda à sucessão da presidente Dilma Rousseff.

- Nós temos de construir nomes para a sucessão em 2014. Temos vários, mas outros podem surgir.

Os peemedebistas, que já se movimentam para 2014, têm três nomes neste momento. Um deles é o do vice Michel Temer (SP). Os outros são os do ex-ministro Nelson Jobim (Defesa) e do governador do Rio, Sérgio Cabral.

Por trás dessa defesa da candidatura própria, há dois recados do PMDB. Um, dirigido aos peemedebistas descontentes com a forma como julgam estar sendo tratados pelo PT na aliança, com denúncias de corrupção nos ministérios em que atuam. O outro recado é destinado à presidente Dilma Rousseff, uma esfinge que o partido não consegue decifrar.

De acordo com dirigentes do PMDB, o que o partido hoje pergunta é se Dilma é capaz de chefiar uma aliança como a que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu. Será Dilma uma parceira confiável para a manutenção da aliança? Ou será preciso construir alternativas?
O PMDB tem queixas quanto ao peso do que seus dirigentes chamam de "chicote do PT". O partido sempre reivindicou um lugar no conselho político da presidente, para influenciar no dia a dia do governo. Mas não conseguiu. Quis a divisão do governo em partes iguais, mas o PT não aceitou.