Aordo elevaria vencimentos de R$ 926,17 para R$ 1,155,62
O
Governo do Estado já realizou cinco reuniões com representantes do
Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Paraíba (Sintep) e da
Associação dos Professores de Licenciatura Plena do Estado da Paraíba
(APLP) e aceitou a proposta formulada pela categoria do pagamento de
uma bolsa de incentivo e qualificação docente no valor de R$ 230, para
equipar os rendimentos dos professores com o piso nacional. Por conta
desse acordo formulado na última quinta-feira (28), o Governo foi pego
de surpresa com a deflagração da greve anunciada no dia seguinte à
reunião, na sexta-feira (29), sem que o Governo houvesse sido informado
previamente da paralisação.
“O valor de R$ 230,00 foi uma reivindicação da categoria aceita pelo
governo. Um documento oficializou a negociação, por isso a greve
decretada na última sexta-feira foi uma surpresa. Estávamos construindo
um diálogo, quando fomos surpreendidos pela paralisação. A greve é um
instrumento do trabalhador, que deve ser usada quando todos os caminhos
de diálogo já tiverem sido esgotados, o que não é o caso. Nós fomos
informados da greve pela imprensa. A categoria sequer procurou o
Governo para dizer que havia voltado atrás”, comentou o secretario de
Estado da Administração, Gilberto Carneiro.
A bolsa acordada faz parte de um auxílio financeiro, já que neste
momento, o Governo do Estado não tem condições de conceder reajuste
salarial, devido a Lei de Responsabilidade Fiscal, entretanto o valor
foi sugerido pelos próprios professores, que depois do acordo já
formulado, voltaram atrás e decidiram paralisar suas atividades.
“Compreendemos as reivindicações da categoria, mas estamos
impossibilitados de oferecer reajuste por causa do estouro do limite
prudencial imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Enquanto a LRF
determina limite de 46% de comprometimento da receita com a folha de
pessoal, a porcentagem da Paraíba, é preocupante, chegamos a 54%. No
início de janeiro este percentual era ainda maior, de 58%”, explicou
Gilberto Carneiro.
A Paraíba já protelou todos os prazos da LRF em governos anteriores,
por isso Ricardo Coutinho assumiu o governo encarregado de cumprir os
limites impostos pela Lei, mediante o risco de deixar o Estado
impossibilitado de receber recursos federais, de contrair empréstimos,
de fazer convênios entre outras impossibilidades que afetam diretamente
à vida dos paraibanos. “Esta imposição torna o momento financeiro
delicado e exige de todos os paraibanos um pouco de compreensão.
Estamos dispostos a conceder um reajuste para os professores logo que
atingirmos o limite prudencial imposto pela LRF”, destacou o secretário.
Piso nacional – Quanto ao pagamento do novo piso
nacional do magistério, uma das reivindicações da categoria, é
importante destacar que ainda está sub júdice, no Supremo Tribunal
Federal, é que se trata de uma lei ordinária, enquanto a Lei de
Responsabilidade Fiscal é uma lei complementar, ou seja,
hierarquicamente superior. “Hoje o Estado paga o piso de R$ 926,17 para
30horas/semanais. O novo piso nacional do magistério do MEC é de R$
1.187,00 para 40horas/semanais. Proporcionalmente a Paraíba paga acima
do piso”, completou.
Para defender o direito dos estudantes à educação pública, algumas
medidas serão adotadas como o corte no ponto dos professores que não
comparecerem para dar aula. “Os professores que se recusarem a dar aula
terão o ponto cortado e os prestadores de serviço serão afastados, isto
porque não há razoabilidade na paralisação. Como eu disse, e ressalto,
estávamos no meio da construção de um diálogo e fomos pegos de
surpresa, porque não fomos sequer avisados que a categoria havia
desistido da proposta. Apesar desta atitude inesperada continuamos
abertos para dialogar com a categoria, mas não podemos permitir que os
estudantes fiquem fora da sala de aula. Estamos confiantes no bom
senso”, concluiu o secretário.
Entendendo a proposta do Governo – Atualmente, o
Estado paga R$ 661,55 no vencimento e mais 40% de GED, o que
corresponde a R$ 264,62 para todos, inclusive os iniciantes. Com isso,
a remuneração chega atualmente a R$ 926,17.
A proposta do Governo é manter o vencimento (R$ 661,55), os 40% de GED
(R$ 264,62) e acrescentar a bolsa de R$ 230,00 totalizando R$ 1.155,62
de remuneração. Lembrando que este valor é para uma carga horária de 30
horas/semanais, quando o novo piso nacional do MEC é para 40
horas/semanais.
Levando ainda em consideração a progressão vertical da categoria, a
média salarial entre os professores com pós-graduação é de R$ 1.700,00.
Além disso, o Estado também ofereceu um auxílio-transporte no valor de R$ 60 para funcionários de apoio das escolas.