Prefeito de Mari diz que confiança pesou muito para escolher mulher e dois filhos como secretários municipais
Gestor lembra que ex-prefeito também fazia a mesma coisa na cidade
O
prefeito de Mari, Antônio Gomes (PSDB), encaminhou nota de
esclarecimento ao MaisPB na noite deste domingo, em resposta a denúncia
de nepotismo na Prefeitura. Ele negou haver nepotismo em sua gestão,
devido à nomeação de sua esposa para a Secretaria da Ação Social, de um
filho para a Secretaria da Administração, e de sua filha para a
Secretaria da Educação.
“A súmula 13, editada pelo Supremo Tribunal Federal para proibir o
nepotismo, não atinge os cargos de ministro, de secretário estadual e
de secretário municipal, em razão de possuírem natureza política”,
explicou.
De acordo com o prefeito, a nomeação de sua esposa ocorreu desde o
início do mandato. “É tradição, na Paraíba, a primeira dama cuidar
dessa área”, argumentou. Quanto aos dois filhos, Antônio Gomes disse
que a confiança pesou em suas nomeações. “Eles, depois de um ano e meio
de meu mandato, passaram a ocupar cargos que antes estavam nas mãos de
gente que vinha boicotando a administração”, afirmou.
O prefeito rompeu com o antecessor, Marcos Martins, em meados de 2010.
Marcos era secretário da Administração e tinha dois irmãos ocupando
secretarias (Wanderley Martins, nas Finanças, e Margareth Martins, na
Saúde). Além dos três, deixou a prefeitura o professor José Otávio, à
frente da Educação desde 2001, quando Marcos Martins assumiu o primeiro
mandato.
Antônio Gomes atribuiu as denúncias ao ex-prefeito. “Ele hoje comanda a
Oposição, mas sem autoridade para questionar nomeações, pois durante
oito anos, como prefeito, manteve a mãe na chefia de gabinete, um irmão
na Secretaria das Finanças e uma irmã na Secretaria da Saúde, sem se
falar nos demais parentes”, declarou.
Conforme o atual do prefeito, o pai de Marcos, o vereador José Martins,
presidiu a Câmara Municipal por quatro anos, quando o filho estava no
poder, e por mais dois, já na gestão de Antônio Gomes, quando ainda
eram aliados. “O pai preside o Sindicato dos Trabalhadores Rurais há
mais de 40 anos. Na prefeitura, toda a família tinha emprego, e ainda
impuseram a permanência na minha gestão”, revelou.
Para o prefeito, o antecessor queria mandar na prefeitura. “Como não
deixei, ele e alguns aliados passaram, dentro da administração, a
conspirar contra o nosso sucesso. Por isso, os exonerei”.
O incômodo da Oposição, de acordo com ele, é com os resultados que a
gestão vem alcançando nos últimos meses. “Minha filha, na Educação, tem
tido um bom desempenho, porque trabalha em favor da cidade, ao invés de
boicotar, e zela pelo dinheiro do povo”, afirmou.
MaisPB