quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Após assumir presidência da CCJ, Janduhy Carneiro revela não temer punição do PPS e dispara: “Devo satisfação a quem votou em mim”


O deputado estadual Janduhy Carneiro (PPS), que na quarta-feira (24) protagonizou uma reviravolta na eleição da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e derrubou o preterido do Governo do Estado o deputado Adriano Galdino (PSB) e venceu a disputa. Passado o moído, o parlamentar agora corre o risco de ser acionado pelos dirigentes do partido e já percebe articulações dentro da legenda, mas diz que não teme nenhuma retaliação porque deve satisfação apenas a quem o elegeu.

“Devo satisfação a quem votou efetivamente em mim e se isso está incomodando ao PPS. A pedido de quem Fábio Carneiro presidente municipal está a serviço, isso é porque existem interesses contrariados. As pessoas que estão no PPS devem vestir a camisa da legenda não servir de interesse de outras legendas. Eles deveriam apolar quem foi corretos com o governo”.

Após criticar postura de Fábio Carneiro, Janduhy rasgou elogios ao presidente estadual da legenda. “José Bernardino tem feito um trabalho extraordinário pela legenda. Sou filiado, peão do partido e tenho acompanhado as definições partidárias. Como deputado da base venho sempre demonstrando lealdade ao governo. Eles tem consciência do compromisso que assumiram comigo antes de Ricardo Coutinho tomar posse”.

O parlamentar voltou a falar do compromisso que assumiu com os prefeitos que agora cobram ações do Governo do Estado. “Temos prefeitos que querem ser recebidos no Palácio da Redenção por isso cobro lealdade”.

PB Agora  

Avenzoar mira artilharia na aliança Cássio/RC e trata eleição de Agra como ‘plebiscito de RC’


FARPAS: ex-deputado federal volta à cena política, mira artilharia na aliança Cássio/RC e trata eleição de Agra como ‘plebiscito da gestão do governador’

Depois do advogado Gilvan Freire (PMDB), agora foi o ex-deputado federal Avenzoar Arruda, hoje filiado ao PSOL, que previu um racha entre o governador Ricardo Coutinho (PSB) e o senador eleito Cássio Cunha Lima (PSDB).

Para o ex-petista, o Governo do PSB na Paraíba já está em choque com outras forças políticas, a exemplo do PMDB e logo irá entrar em choque também com o PSDB de Càssio Cunha Lima.

“Há um excesso de poder que precisa ser corrigido. Hoje ele está em choque com o PMDB e vai entrar em choque com o PSDB mais cedo ou mais tarde também”, disse.

Destaque na política principalmente na época em que foi filiado ao PT, Avenzoar também mirou no Governo do PSB ao se referir à gestão socialista como ‘sem projeto e sem base, porém com um projeto de poder’.

Em breve análise do atual cenário político, Avenzoar ainda revelou acreditar que o atual Governo é interessado apenas em se ‘auto reproduzir e capitalizar mais forças para os projetos futuros’.

Segundo Avenzoar, esse poder do PSB será confirmado após o que ele classificou como ‘plebiscito de 2012’.

“Ricardo Coutinho vai passar por um plebiscito que é a eleição de João pessoa, ganhando mostra força, mas se perder ele terá que começar a repensar muito as suas ações para 2014”, finalizou.

Apesar das previsões da oposição, tanto Cássio quanto Ricardo ratificam a união firmada em 2010 e propagam o sentimento de repetir a dobradinha vitoriosa nos próximos pleitos da Paraíba.

PERFIL

José Avenzoar Arruda das Neves 

Nascimento: 13/4/1962 

Naturalidade: Bonito de Santa Fé, PB 

Profissões: Professor e Engenheiro Mecânico 

Filiação: Francisco Arruda de Sousa e Francisca Neves de Sousa 



Márcia Dias

PB Agora  

Renúncia de Jânio Quadros completa 50 anos


Carismático e de personalidade instável, ex-presidente abriu caminho para o golpe militar
 A renúncia de Jânio Quadros à Presidência da República, um dos fatos mais inusitados da história do país, completa 50 anos nesta quinta-feira (25). Mesmo com uma gestão de apenas sete meses, Jânio alegou que “forças terríveis” o levaram a tomar esta decisão. A ação, que abriu caminho para o golpe militar de 64, fez com que o então presidente se tornasse uma das figuras mais complexas da política brasileira.
De acordo com a cientista política Vera Chaia, da PUC (Pontifícia Universidade Católica), o Brasil poderia ter evitado o regime militar se Jânio não tivesse renunciado.
- A partir da renúncia, os militares passaram a se organizar para potencializar um projeto político para o Brasil, que impediriam Goulart [João Goulart, vice que sucedeu Jânio após a renúncia] de governar de qualquer forma.
Já o cientista político Rogério Schmitt acredita que naquele momento histórico, a democracia não tinha defensores entusiastas. Para ele, tanto a esquerda, quanto a direita, tinham ameaças constantes de ruptura na ordem democrática.
- A questão era: quem daria o golpe primeiro. Neste caso, foram os militares.
Político controverso e articulador
Natural de Campo Grande, no Mato Grosso do sul, Jânio da Silva Quadros estabeleceu sua carreira política em São Paulo. Ele começou como professor na capital paulista, depois se elegeu vereador e deputado estadual, até se tornar prefeito em 1953. No ano seguinte, foi eleito governador do Estado de São Paulo, derrotando Adhemar de Barros, um dos seus maiores inimigos políticos.
Começou sob a bandeira do PDC (Partido Democrata Cristão), com o qual rompeu logo após. Em 1958, sempre mostrando desprezo pelos partidos, ganhou a eleição para deputado federal pelo Paraná no PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).
Jânio tinha a intenção de chegar à Presidência. Com o apoio do partido conservador UDN (União Democrática Nacional) em 1960, que tinha como líder o governador do Estado da Guanabara (hoje, Rio de Janeiro), Carlos Lacerda, ele usou pela primeira vez o símbolo que o acompanharia por toda sua vida política: uma vassoura. O jingle que lhe deu a vitória foi o famoso “varre, varre, varre, varre vassourinha".
Como as regras eleitorais estabeleciam chapas independentes, João Goulart, do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), foi eleito vice-presidente.
Para o historiador Newton Itokazu, da USP (Universidade de São Paulo), Jânio teve uma carreira política meteórica e era um grande articulador. Segundo ele, para se aproximar dos eleitores, Jânio simulava caspa no terno e comia sanduíches de mortadela durante os comícios. Para Itokazu, uma das características mais dissonantes era a formalidade que Jânio usava ao falar.
- Jânio teve uma carreira extraordinária e características populistas. Ele tinha costumes que o mantinham próximo do povo.
Bandeira de combate à corrupção

Com um apelo para a classe operária, que o considerava um líder carismático, Jânio atendia às expectativas da classe média para um governo mais dinâmico e honesto. Segundo Schmitt, ele foi um político com traços de personalidade muito forte.
- Jânio sabia como mobilizar os tons de um discurso. Ele era carismático, comovia as pessoas. Além da campanha de combate à corrupção, que o levou de vereador à Presidência em apenas 12 anos.
De acordo com a cientista política Vera Chaia, a principal característica de Jânio era a "ambiguidade". Com um caráter moralista, o presidente chegou a proibir o uso de biquínis nas praias do Rio de Janeiro e irritou os militares após condecorar o líder revolucionário Che Guevara com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Além disso, esnobava os partidos e desfez todas as alianças políticas, inclusive com a UDN de Lacerda. Conforme Vera, a política externa de Jânio era contraditória e desagradava os militares, as elites conservadoras e o governo norte-americano.
- Quadros se declarava anticomunista e quando assumiu a Presidência, tentou reaproximar o Brasil da Rússia [então União Soviética] e da China, além de ter feito uma visita a Cuba, que havia se declarado socialista [após a revolução]. Isso o tornou um político não confiável.
Alarde de golpe e renúncia
Em meio a tantas polêmicas, o ex-padrinho político Carlos Lacerda, irritado com as contradições e a independência partidária de Jânio, quis reforçar entre os militares e a opinião pública, a ideia de que o presidente estava ligado ao comunismo. Lacerda foi à televisão denunciar um possível golpe que estaria sendo articulado pelo presidente e então ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta.
Na manhã seguinte, Jânio apresentou sua renúncia ao Congresso, que a aceitou de imediato. Para Newton Itokazu, as “forças ocultas” citadas na carta mostravam as dificuldades que o presidente teve para lidar com a oposição dos antigos aliados, a elite conservadora e os militares.
De acordo com Schmitt, porém, a abdicação foi o maior blefe de Jânio.
- Ele esperava obter poderes extraordinários com a renúncia. Jânio não tinha a intenção de sair do governo pelas portas do fundo.
Para o historiador Marco Antônio Villa, da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), Jânio tinha uma enorme instabilidade emocional. Segundo ele, o presidente esperava voltar ao poder pelo clamor popular.
- Jânio tentou construir uma versão da renúncia que nem ele conseguiu entender.
Por fim, seu vice, João Goulart, que no momento fazia uma viagem à China comunista, assumiu o poder – fato que reforçou a resistência das elites conservadoras e militares, e que, no fim, culminaria com o golpe militar de 1964.


R7

DESCASO NO TERMINAL RODOVIÁRIO DE JUAZEIRINHO


        
Juazeirinho é a Única Cidade do Brasil que a Pia do Banheiro do Terminal Rodoviário é um Tambor, e o cesto de Lixo é uma Caixa de Papelão.

A cidade de Juazeirinho no cariri Paraibano, uma das mais importantes da região, pois liga diversas cidades. É passagem obrigatória para quem vêm do sertão paraibano, e de outros estados.



Hoje vive uma triste realidade, pois vive um total descaso público, jamais visto na historia do município. Nossa equipe de reportagem flagrou uma cena triste no terminal rodoviário, permanecemos em media por dez minutos no local e foi visto uma grande quantidade de pessoas utilizando os sanitários após a utilização, algumas pessoas lavarão as mãos e instantes depois pessoais iam lá e lavava os pés outros a cabeça no mesmo local, ou seja, um tambor colocado na porta dos sanitários tanto masculinos como o feminino, outro fato que nos chamou a atenção foi que o cesto de depositar os papeis higiênicos é uma caixa de papelão.



Pois não há uma pia para quem precisa utilizar o serviço. O mesmo não oferece um mínimo de higiene para quem utiliza os sanitários sem falar do mau cheiro que chega a ser insuportável. Quem foi vitima do descaso foi o pré-candidato a prefeito de Juazeirinho o radialista Ernandes Gouveia que precisou utilizar o sanitário e se deparou com o descaso no terminal. Valer ressaltar que momentos antes do radialista utilizar o banheiro um jovem tinha lavado os pés dentro do tambor e em seguida Ernandes lavou as mãos. Confira o descaso nas imagens. Vale salientar que o atual gestor prometeu reformar os sanitários do terminal, mais a reforma que foi feita foi à implantação de um tambor e uma caixa de papelão.



 
 
 
 
  
Paraiba Agora

Casa da Cidadania no shopping conta agora com delegacia de polícia


Fonte: Secom/PBTexto:
Está em pleno funcionamento a nova unidade de Polícia Civil na Casa da Cidadania, instalada no Manaíra Shopping, na Capital. Além dos tradicionais órgãos do Governo do Estado, a exemplo da Cagepa, Detran, IPC, Procon, Sine, entre outros, a população, agora, conta com uma delegacia, disponível de segunda à sexta-feira, das 9h às 16h, para simples ocorrências, que não envolvem violência.

De acordo com a gerente de Polícia Civil Metropolitana de João Pessoa, Daniela Vicuuna, essa era uma demanda dos usuários que foi prontamente atendida pela Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (Seds). “A partir de agora, as pessoas que perderam os documentos ou até mesmo que precisam fazer um registro oficial de seu endereço, poderão dispor desse serviço dentro da Casa da Cidadania do Shopping, com muita comodidade”, explicou.

De acordo com a agente de investigação Paula Araújo, responsável pela unidade recém-instalada no Manaíra Shopping, em duas semanas de funcionamento foram realizados cerca de 100 atendimentos. “O serviço tem sido bastante procurado. Além de oferecermos um atendimento com comodidade, ajudamos a desafogar o atendimento nas delegacias distritais”, destacou a policial civil, acrescentando que, em média, são feitos 25 atendimentos por dia.

Atendimento rápido - A dona de casa Carla Siqueira perdeu todos os documentos durante a mudança de Campina Grande para João Pessoa e registrou o Boletim de Ocorrência na Casa da Cidadania do Shopping Manaíra. “Foi muito prático e fácil. Em menos de 10 minutos consegui fazer o BO que vai permitir que eu dê entrada na segunda via dos documentos. Resolvi tudo aqui mesmo, com muita comodidade”, comentou.

As delegacias também estão disponíveis nas Casas da Cidadania do bairro de Jaguaribe e no Shopping Tambiá. “Esse é um serviço essencial e que visa garantir um melhor atendimento à população. Aqui mesmo, o usuário fica sabendo da necessidade de fazer o BO e já é encaminhado ao serviço, sem burocracia”, concluiu o gerente operacional da Casa da Cidadania do Manaíra Shopping, Sávio Salvador.

Confira os horários de funcionamento das delegacias nas Casas da Cidadania em João Pessoa
JAGUARIBE
End: Av. 1º de Maio – 146 Jaguaribe – João Pessoa- Cep: 58.015-430
Horário: 8:00h às 17:00h – segunda a sexta-feira
Fone: 3218-5523
TAMBIÁ
End: Rua Dep. Odon Bezerra, 184 – 3º piso Shopping Tambiá – Tambiá –João Pessoa – CEP 58.020-500
Horário: 9:00h às 19:00h - segunda a sexta –feira – Sábados das 9:00 às 13:00 horas
Fone: 3218-4410
MANAIRA
End: Av. Flávio Ribeiro Coutinho, 805,– 2º piso Manaíra Shopping - Manaíra – J. Pessoa - CEP 58.037- 000
Horário: 10:00h às 18:00h – segunda a sexta-feira
Fone 3218-4512

SUS deve ter mil equipes de atendimento domiciliar até 2014


Agência Brasil
Até 2014, o Ministério da Saúde espera ter, pelo menos, mil equipes médicas do Sistema Único da Saúde (SUS) habilitadas para fazer atendimento em casa, como uma espécie de home care.

O foco é oferecer o cuidado domiciliar a pacientes com dificuldade de locomoção ou que não precisam ficar internados em hospitais. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse hoje (25) que a pasta vai começar a selecionar os municípios interessados em ter o serviço. A ideia é ter uma equipe para cada 100 mil habitantes.

“Cada pessoa que puder sair mais rápido do hospital vai estar liberando um leito”, destacou Padilha, ao participar do programa de rádio Bom Dia, Ministro, uma produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.

Com o atendimento domiciliar, o governo federal quer desafogar os hospitais e estimular a recuperação do paciente em casa, que é mais rápida. Em julho, o ministério publicou portaria dando início à estruturação do serviço. Para este ano, o investimento previsto é de R$ 36,5 milhões.

Prefeitura da Capital aciona PF para investigar fraude na Receita municipal


Ação lançou fatura de R$ 5 mil; indícios apontam para envolvimento de suspeitos em 2 Estados 
A Prefeitura de João Pessoa (PMJP) irá acionar a Polícia Federal para investigar uma tentativa de fraude junto à Secretaria da Receita Municipal.

O problema aconteceu no último mês de junho, mas só agora em agosto, o Governo Municipal foi notificado pela empresa terceirizada responsável pela administração do Giss Online, um sistema de Escrituração Eletrônica do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN), disponível pela PMJP e em que ocorreu a tentativa de fraude.

"A Prefeitura irá solicitar o apoio da Polícia Federal para que instale um procedimento e venha a constatar a autoria de quem usou o sistema para provocar a fraude. A presença da Polícia Federal é necessária porque há indícios de que o fato envolva pessoas de dois Estados”, explica o procurador Geral do Município, Vandalberto de Carvalho.

A Receita Municipal foi informada pela empresa Eicon Controles Inteligentes de Negócios LTDA de que o falso cadastro foi efetivado no GissOnline no dia 3 de junho deste ano, a partir de um provedor em Fortaleza (CE). Um dos representantes da empresa está vindo a João Pessoa na próxima semana trazendo mais detalhes sobre a apuração do caso.

Segundo o coordenador da Unidade Municipal de Tecnologia da Informação, Adrivagner Dantas, alguém utilizou o sistema online de cadastramento de prestação de serviços para fazer um cadastro fraudulento lançando uma fatura a ser paga pelo Município no valor de R$ 5.050.000,00. O ato foi detectado porque o fraudador utilizou no cadastro o nome da própria empresa responsável pela terceirização e acompanhamento do sistema, a Eicon. "A empresa detectou o erro e nos notificou sobre o falso cadastro”, destaca Adrivagner.

O secretário da Receita Municipal, Paulo Conde, já determinou que o cadastro realizado direto no sistema fosse prontamente cancelado. "Adotamos essa funcionalidade para facilitar o cadastramento por parte das empresas que estejam fora do município de João Pessoa. Agora, isso só será possível após uma prévia autorização da Prefeitura”, antecipa o secretário, garantindo que a descoberta da fraude impediu qualquer pagamento por parte do Município.

Serviço – O GissOnline é uma Ferramenta de Escrituração Eletrônica com Controle e Gestão Completa do I.S.S.Q.N que possui diversos facilitadores de escrituração através da internet ou ainda pelos módulos Offline e Remessa. A partir do sistema, o Município introduz controles de Retenção na Fonte (por Substituição Tributária), evitando assim a perda de arrecadação e, ao mesmo tempo, orientando as empresas a procederem, de forma correta, a sua escrituração e, conseqüentemente, a declaração do imposto.

Secom-JP

Líbia – Mito da revolução popular e detalhes sórdidos de como a OTAN venceu a guerra


 "Rebeldes Líbios" são formados por ex-membros do esquadrão da morte colombiano, mercenários alugados pela CIA, tunisianos desempregados e tribos inimigas de Kadafi

 A Líbia é peão muito mais crucialmente importante num tabuleiro ideológico, geopolítico, geoeconômico e geoestratégico mais sério, do que deixa ver o reality show moralista vendido como noticiário pelas redes de televisão: “rebeldes” idealistas vencem o Inimigo Público n.1. Tempo houve em que o inimigo público n.1 foi Saddam Hussein; depois, Osama bin Laden; hoje é Muammar Gaddafi; amanhã será o presidente Bashar al-Assad da Síria; um dia será o presidente do Irã Mahmud Ahmadinejad. Só uma coisa é certa: a ultra reacionária Casa de Saud nunca é o inimigo público n. 1.

Como a OTAN venceu a guerra

Apesar do reaparecimento espetacular do filho de Gaddafi, Saif al-Gaddafi, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) virtualmente já venceu a guerra civil líbia (“atividade militar cinética”, como insiste a Casa Branca). As massas do “povo líbio” foram, no máximo, espectadoras, ou atores com papel pequeno, mostrados sob a forma de poucos milhares de “rebeldes” armados com Kalashnikovs.

Inicialmente, apostaram em “R2P” (“responsabilidade de proteger”). Mas, logo no início, essa “R2P”, manobrada por França e Grã-Bretanha e apoiada pelos EUA, já apareceu convertida, por passe de mágica, em “mudança de regime”. Daí em diante, as estrelas do show nessa produção foram “conselheiros”, “empresas contratadas” ou “mercenários” ocidentais e monárquicos.

A OTAN começou a ganhar a guerra, ao iniciar a Operação Sirene no Iftar – sirenes que soaram interrompendo o jejum do Ramadan – no sábado à noite. “Sirene” foi o nome código para invadir Trípoli. Foi o gesto final – e desesperado! – da OTAN, para mostrar força, quando ficou claro que os “rebeldes” caóticos nada haviam conseguido, nem depois de cinco meses de luta contra as forças de Gaddafi.

Até aquele momento, o “Plano A” da OTAN era assassinar Gaddafi. O que os garotos-propaganda da R2P – de direita e de esquerda – chamavam de “pressão continuada pela OTAN” acabou com a OTAN pedindo a Deus que acontecesse um de três milagres: que conseguissem assassinar Gaddafi; que Gaddafi se rendesse; ou que sumisse.

Não que qualquer desses resultados tivesse impedido a OTAN de bombardear residências, universidades, hospitais e até áreas bem próximas do Ministério do Exterior. Tudo – e todos – virou alvo da OTAN.

A “Operação Sirene” mostrou elenco colorido de “rebeldes da OTAN”, fanáticos islâmicos, jornalistas alugados “incorporados”, grupos sempre voltados para as câmeras de televisão e jovens da Cyrenaica manipulados por desertores oportunistas do governo Gaddafi, de olho nos gordos cheques das gigantes Total e BP, do petróleo.

Para a operação “Sirene”, a OTAN trouxe armamento (literalmente) novinho em folha: helicópteros Apache atirando sem parar e jatos bombardeando furiosamente tudo que havia à vista. A OTAN supervisionou o desembarque de centenas de soldados de Misrata na costa leste de Trípoli, enquanto um navio de guerra da OTAN distribuía armamento pesado para os “rebeldes”.

Só no domingo, o número de civis mortos pode ter chegado a 1.300 em Trípoli, com pelo menos 5.000 feridos. O Ministério da Saúde anunciou que os hospitais estão superlotados. Quem, àquela altura, ainda acreditasse que o furioso bombardeio pela OTAN tivesse algo a ver com “responsabilidade de proteger” e Resolução n. 1.973 da ONU merecia internamento em hospício.

Antes de iniciar a “Sirene”, a OTAN bombardeou furiosamente Zawiya – cidade chave, de grande refinaria de petróleo, 50km a oeste de Trípoli. Com isso, a população de Trípoli ficou sem combustível para os carros. Segundo a própria OTAN, pelo menos metade das forças armadas líbias foram “degradadas” – em língua do Pentágono, significa que a OTAN destruiu metade do exército líbio, entre soldados mortos ou muito gravemente feridos. Foram dezenas de milhares de mortos. Esse massacre explica também o misterioso desaparecimento dos 63 mil soldados encarregados de defender Trípoli. E também explica que o regime de Gaddafi, que se manteve no poder durante 42 anos, parece ter caído em menos de 24 horas.

Devastação humana: uma seleção norte-americana de covardia e estupidez

O toque da “Sirene” macabra da OTAN – depois de 20 mil missões e mais de 7.500 ataques contra alvos no solo – só foi possível por causa de uma decisão crucial do governo Barack Obama no início de julho, como se lê hoje no Washington Post: os EUA passaram [em julho] a “partilhar material mais sensível com a OTAN, inclusive imagens e sinais interceptados, que passaram a ser fornecidos, além de aos pilotos no ar, também a soldados de equipes britânicas e francesas de operações especiais no solo” [2].

Quer dizer: sem a contribuição do descomunal poder de fogo dos EUA e correspondentes agentes, satélites e aviões-robôs (drones) tripulados à distância, a OTAN ainda estaria atolada na Operação Pântano Eterno Sem Saída na Líbia – e o governo Obama jamais conseguiria extrair desse drama “militar cinético” nem, que fosse, algum simulacro de grande vitória.

Quem são essas pessoas?

 Quem são essas pessoas que, de repente, irromperam em festas nas telas de televisão dos EUA e Europa? Depois de sorrir para as câmeras e disparar tiros de Kalashnikovs para o alto... preparem-se para, em breve, outros fogos explodindo na noite: fogos fratricidas.


Conflitos étnicos e tribais estão a ponto de explodir. Muitos dos berberes das montanhas do oeste, que entraram em Trípoli vindos do sul no fim de semana, são salafitas linha (muito) dura. O mesmo se deve dizer da “nuvem” salafitas/Fraternidade Muçulmana da Cyrenaica – que recebeu instrução diretamente de agentes da CIA-EUA que estão na região. Dado que esses fundamentalistas "usaram" os europeus e norte-americanos para aproximar-se do poder, ninguém duvide que se organizarão rapidamente como furioso grupo guerrilheiro, caso sintam-se marginalizados pelos chefões da OTAN.

A tal grande “revolução” com base em Benghazi, que foi vendida ao ocidente como movimento popular, sempre foi mito. Há apenas dois meses, os “revolucionários” armados mal chegavam a 1.000. A OTAN então decidiu construir ela mesma um exército mercenário – que reuniu os tipos mais assustadores, de ex-membros de um esquadrão da morte colombiano a pessoal recrutado no Qatar e nos Emirados Árabes Unidos, associados a tunisianos desempregados e membros das tribos inimigas da tribo de Gaddafi. O pessoal é esse, acrescido de esquadrões de mercenários alugados pela CIA – salafitas em Benghazi e Derna – e a gangue da Fraternidade Muçulmana, gente da equipe da Casa de Saud.

É difícil não lembrar da gangue da droga do UCK (Ushtria Çlirimtare e Kosovës, Exército da Libertação do Kosovo) – na guerra que a OTAN “venceu” nos Bálcãs. Ou dos paquistaneses e sauditas, com apoio dos EUA, que armaram “combatentes da liberdade” no Afeganistão nos anos 1980s.

E há também o muito suspeito grupo de personagens que compõem o Conselho Nacional de Transição [ing. Transitional National Council (TNC)], de Benghazi.

O chefe, Mustafa Abdel-Jalil, foi ministro da Justiça de Gaddafi de 2007 até desertar, dia 26/2/2011, estudou direito civil e sharia na Universidade da Líbia. Talvez esteja habilitado a cruzar lanças retóricas com os fundamentalistas islâmicos em Benghazi, al-Baida e Delna, mas pode usar seus conhecimentos para fazer avançar seus interesses em algum novo arranjo do poder.

Mahmoud Jibril, presidente do conselho executivo do TNC, estudou na Universidade do Cairo e, depois, na University of Pittsburgh. É a principal conexão com o Qatar: trabalhou na gestão do patrimônio de Sheikha Mozah, esposa super poderosa do emir do Qatar.

Há também o filho do último rei da Líbia, rei Idris, que Gaddafi derrubou há 42 anos (em golpe sem derramamento de sangue). A Casa de Saud adoraria ver nascer uma nova monarquia no norte da África. E o filho de Omar Mukhtar, herói da resistência contra o colonialismo italiano – figura mais secular.

O novo Iraque?

Esperar que a OTAN vença a guerra e entregue o poder aos “rebeldes” é piada. A Agência Reuters já noticiou que uma “força-ponte” de cerca de 1.000 soldados do Qatar, Emirados e Jordânia chegará a Trípoli para atuar como polícia. E o Pentágono já começou a “vazar” que militares norte-americanos atuarão “em terra” para “auxiliar na segurança dos equipamentos”. Toque sutil, que diz bem claramente quem realmente estará no comando: os neocolonialistas “humanitários” e seus asseclas árabes.

Abdel Fatah Younis, o comandante “rebelde” assassinado pelos próprios “rebeldes” era homem do serviço secreto francês. Foi morto por uma facção da Fraternidade Muçulmana – exatamente quando Sarkozy, o Grande Libertador de Árabes, tentava negociar algum acordo com Saif al-Islam, filho de Gaddafi formado pela London School of Economics e, ontem, renascido dos mortos.

Tudo isso para dizer que os grandes vencedores são Londres, Washington, a Casa de Saud e o Qatar (que mandou jatos e “conselheiros” e já estão administrando as vendas de petróleo). Com especial menção para o conjunto Pentágono/OTAN – posto que o Comando dos EUA na África (Africom) conseguirá afinal sua primeira base africana no Mediterrâneo; e a OTAN, que está um passo mais próxima de declarar o Mediterrâneo “um lago da OTAN”.

Islamismo? Tribalismo? Esses são pequenos problemas, ante a nova terra da fantasia que se escancara para o neoliberalismo. Já praticamente ninguém duvida que os novos mestres do ocidente tentarão reviver versão amigável da nefasta, rapace, nefanda Autoridade Provisória da Coalizão [ing. Coalition Provisional Authority (CPA)], convertendo a Líbia em delírio neoliberal hardcoreà custa de 100% das propriedades líbias, com repatriação de lucros, corporações ocidentais com os mesmos direitos que as empresas locais, bancos estrangeiros comprando os bancos locais, renda baixa para os pobres e impostos idem para as empresas.

Simultaneamente, a fissura profunda que separa o centro (Trípoli) e a periferia, pelo controle dos recursos de energia, se aprofundará. BP, Total, Exxon, todas as gigantes ocidentais do petróleo serão fartamente recompensadas pelo Conselho de Transição – em detrimento de empresas chinesas, russas e indianas. E soldados da OTAN “em terra” certamente ajudarão a impedir que o Conselho saia da linha.

Executivos da indústria do petróleo estimam que demorará no mínimo um ano para que a produção de petróleo volte ao nível de antes da guerra civil, de 1,6 milhões de barris/dia, mas dizem que os ganhos anuais do petróleo renderão aos novos governantes cerca de US$50 bilhões de dólares/ano. Muitos estimam que as reservas líbias alcancem 46,4 bilhões de barris de petróleo, 3% do petróleo do mundo, equivalendo a cerca de $3,9 trilhões aos preços de hoje. As reservas conhecidas de gás líbio chegam a 5 trilhões de pés cúbicos.

No frigir dos ovos, “R2P” vence. O imperialismo humanitário vence. As monarquias árabes vencem. A OTAN como Robocop global vence. O Pentágono vence. Mas nem tudo isso satisfaz os suspeitos de sempre – que já pedem o envio de uma “força de estabilização”. E tudo isso enquanto os progressistas categoria “perderam-o-rumo-e-o-prumo” em várias latitudes, continuam a louvar a Sacra Aliança entre neocolonialismo ocidental, monarquias árabes ultra reacionárias e salafitas hardcore.

Ainda não terminou. Só terminará quando a onça árabe aparecer p’rá beber água . Seja como for, próxima parada: Damasco.

Texto de Pepe Escobar, traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Pragmatismo Político