terça-feira, 30 de agosto de 2011

Preconceito, assédio e machismo no ambiente de trabalho


Preconceito, assédio e machismo no ambiente de trabalho

O Tribunal Superior do Trabalho acaba de condenar a empresa Casas Bahia Comercial Ltda a indenizar uma ex-funcionária vítima de assédio sexual ocorrido numa das filiais no Espírito Santo.

De acordo com a denúncia, por cerca de dois meses, a funcionária sofreu assédio sexual de um gerente da filial em que trabalhava e, ao denunciar os fatos foi demitida e manteve o gerente no posto.

Somente com o surgimento de novas denúncias contra o gerente a empresa demitiu o funcionário, mas sem justa causa.

Devido ao constrangimento a que foi submetida, a trabalhadora buscou indenização por dano moral. No entendimento da justiça, ficou " caracterizada a lesão à honra e boa fama da empregada, cuja proteção é assegurada constitucionalmente. A responsabilidade do empregador, no caso de assédio de um empregado sobre outro a ele subordinado, decorre de omissão do dever de fiscalizar com eficiência o ambiente de trabalho, prevenindo a ocorrência de fatos ou atos que possam causar danos materiais ou morais àqueles que lhe prestam serviços."

Dos depoimentos registrados nos autos, consta que sendo o gerente detentor de mando inerente ao próprio cargo, utilizava-o de forma a subjugar e coagir suas funcionárias à prática de favores sexuais, com recompensas pelas tolerâncias e punições às resistências. Ele importunava costumeiramente suas subordinadas, chamando-as para sair, elogiando-as com adjetivos como “bonitas”, “gostosas”, declarando que não se importava com o fato de serem casadas, e lhes fazia promessas de melhoria dentro da empresa.

O TST confirmou a sentença proferida anteriormente e condenou a empresa ao pagamento de indenização em face dos danos morais sofridos pela trabalhadora. E, observando a gravidade da lesão e o caráter pedagógico que deve ter a condenação, fixou o valor da indenização em R$ 35 mil.

Aberração: Para quem ainda acredita que as guerras dos EUA são 'humanitárias'


Diferente do que prometeu, Obama abraça mais guerras

Diferente do que prometeu, Obama abraça mais guerras
• 1ª PARTE: Perguntas que é preciso colocar em cada guerra.

27 vezes. Vinte e sete vezes os EUA bombardearam algum país, desde 1945. E cada vez tem-nos afirmado que estes atos de guerra eram "justos" e "humanitários". Hoje, dizem-nos que a guerra da Líbia é diferente das precedentes. O mesmo que foi dito da anterior. E da anterior. E de cada vez. Não estamos já na hora de pôr a preto e branco as perguntas que é preciso colocar em cada guerra para não deixar-se manipular?

HÁ SEMPRE DINHEIRO PARA A GUERRA?

No país mais poderosos do globo, 45 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza. Nos EUA, escolas e serviços públicos estão ruindo porque o Estado "não tem dinheiro". Na Europa, também acontece o mesmo, "não há dinheiro" para as pensões ou para a promoção do emprego.

Porém, quando a cobiça dos banqueiros desencadeia a crise financeira, então, em só uns dias, aparecem bilhões para os salvar. Isto permitiu aos banqueiros dos EUA repartirem no ano passado US$ 140 bilhões de lucros e bônus a seus acionistas e especuladores.

Também para a guerra parece fácil encontrar bilhões. Ora bem, são nossos impostos que pagam estas armas e estas destruições. É razoável converter em fumaça centenas de milhares de euros em cada míssil ou esbanjar cinquenta mil euros por hora de um porta-aviões? Ou será porque a guerra é um bom negócio para alguns? Ao mesmo tempo, uma criança morre de fome a cada cinco segundos e o número de pobres não cessa de aumentar no nosso planeta, apesar de tantas promessas.

Qual a diferença entre um líbio, um bareinita e um palestino? Presidentes, ministros, generais, todos juram solenemente que seu objetivo é unicamente salvar os líbios. Mas, ao mesmo tempo, o sultão do Barein esmaga os manifestantes desarmados, graças aos dois mil soldados sauditas enviados pelos EUA! Ao mesmo tempo, no Iêmen, as tropas do ditador Saleh, aliado dos EUA, matam 52 manifestantes com suas metralhadoras. Estes fatos ninguém os põe em dúvida, mas o ministro dos EUA para a guerra, Robert Gates, acabou de declarar: "Não acho que seja o meu papel intervir nos assuntos internos de Iêmen".(1)

Por que estes dois pesos e duas medidas? Por que Saleh acolhe docilmente a 5ª Frota dos EUA e diz sim a todo o que Washington ordenar? Por que o regime bárbaro da Arabia Saudita é cúmplice das multinacionais petrolíferas? Será que existem "bons ditadores" e "maus ditadores"? Como os EUA e a França podem pretender ser "humanitários"? Quando Israel matou dois mil civis nos bombardeios sobre Gaza, eles declararam uma zona de exclusão aérea? Não. Decretaram alguma sanção? Nenhuma. Ainda pior, Solana, então responsável pelos Assuntos Exteriores da UE declarou em Jerusalém: "Israel é um membro da UE sem ser membro de suas instituições. Israel faz parte ativa de todos os programas de pesquisa e de tecnologia da Europa dos 27". Acrescentando ainda: "Nenhum país fora do continente tem o mesmo tipo de relacionamentos que Israel com a União Européia". Neste ponto, Solana tem razão: A Europa e seus fabricantes de armas colaboram estreitamente com Israel na fabricação de 'drones', mísseis e outros armamentos que semeiam a morte em Gaza.

Recordemos que Israel, que expulsou 700 mil palestinos das suas aldeias, em 1948, se recusa a devolver-lhe seus direitos e continua cometendo inumeráveis crimes de guerra. Sob esta ocupação, 20% da população palestina atual está ou passou pelas prisões israelenses. Mulheres grávidas foram obrigadas a darem à luz atadas ao leito e reenviadas imediatamente às suas celas com os bebês. Esses crimes são cometidos com a cumplicidade dos EUA e da UE.

A vida de um palestino ou de um barenita vale menos do que a de um líbio? Há árabes "bons" e árabes "maus"?

PARA OS QUE AINDA ACREDITAM NA GUERRA HUMANITÁRIA...

Em um debate televisionado que tive com Louis Michel, ex-ministro belga dos Assuntos Exteriores e Comissário Europeu para a Cooperação e o Desenvolvimento, este me jurou, com a mão no peito, que esta guerra tinha como objetivo "pôr de acordo as consciências da Europa". Era apoiado por Isabelle Durant, líder dos Verdes belgas e europeus. Dessa forma, os ecologistas ("peace and love") viraram belicistas!

O problema é que a cada vez mais nos falam de guerra humanitária e que gente de esquerda como Durant se deixa enganar. Não fariam melhor em ler o que pensam os verdadeiros líderes dos EUA em vez de olharem e assistirem a TV? Escutem, por exemplo, a propósito dos bombardeios contra o Iraque, o célebre Alan Greenspan, durante muito tempo diretor da Reserva Federal dos EUA. Greenspan escreve em suas memórias: "Sinto-me triste quando vejo que é politicamente incorreto reconhecer o que todo mundo sabe: a guerra no Iraque foi exclusivamente pelo petróleo" (2). E acrescenta: "Os oficiais da Casa Branca responderam-me: ‘pois, efetivamente, infelizmente não podemos falar de petróleo’". (3)

A propósito dos bombardeios sobre a Jugoslávia escutem John Norris, diretor de Comunicações de Strobe Talbot que, nesse então, era vice-ministro dos EUA dos Assuntos Exteriores encarregado para os Bálcãs. Norris escreve em suas memórias: "O que melhor explica a guerra da OTAN é que a Jugoslávia se resistia às grandes tendências de reformas políticas e econômicas (quer dizer: negava-se a abrir mão do socialismo), e esse não era nosso compromisso com os albaneses do Kosovo". (4)

Escutem, a propósito dos bombardeios contra o Afeganistão, o que dizia o antigo ministro de Assuntos Exteriores, Henri Kissinger: "Há tendências, sustentadas pela China e pelo Japão, de criar uma zona de livre-câmbio na Ásia. Um bloco asiático hostil, que combine as nações mais povoadas do mundo com grandes recursos e alguns dos países industrializados mais importantes, seria incompatível com o interesse nacional americano. Por estas razões, a América deve manter a sua presença na Ásia..." (5)

O que vinha a confirmar a estratégia avançada por Zbigniew Brzezinski, que foi responsável pela política exterior com Carter e é o inspirador de Obama: "Eurasia (Europa+Ásia) é o tabuleiro sobre o qual se desenvolve o combate pela primacia global. (?) A maneira como os EUA "manejam" a Eurasia é de uma importância crucial. O maior continente da superfície da terra é também seu eixo geopolítico. A potência que o controlar, controlará de fato duas das três grandes regiões mais desenvolvidas e mais produtivas: 75% da população mundial, a maior parte das riquezas físicas, sob a forma de empresas ou de jazidas de matérias-primas, 60% do total mundial". (6)

Nada aprendeu a esquerda das falsidades humanitárias transmitidas pela mídia nas guerras precedentes? Quando o próprio Obama falou, tampouco acreditaram nele? Neste mesmo 28 de março, Obama justificava assim a guerra da Líbia: "Conscientes dos riscos e das despesas da atividade militar, somos naturalmente reticentes a empregar a força para resolver os numerosos desafios do mundo. Mas quando os nossos interesses e valores estão em jogo, temos a responsabilidade de agir. Vistos os custos e riscos da intervenção, temos que calcular, a cada vez, nossos interesses ante a necessidade de uma ação. A América tem um grande interesse estratégico em impedir que Kadafi derrote a oposição".

Não está claro? Então alguns vão e dizem: "Sim, é verdade, os EUA não reagem se não virem nisso o seu interesse. Mas ao menos, já que não pode intervir em todos os sítios, salvará àquela gente" Falso. Vamos demonstrar que são unicamente seus interesses os que procura defender. Não os valores. Em primeiro lugar, cada guerra dos EUA produz mais vítimas do que a anterior (um milhão no Iraque, diretas ou indiretas). A intervenção na Líbia, prepara-se para produzir mais...

QUEM SE NEGA A NEGOCIAR?

Desde o momento em que colocarem uma dúvida sobre a oportunidade desta guerra contra a Líbia, imediatamente serão culpados: "então recusam-se a salvar os líbios do massacre? Assunto mal proposto. Suponhamos que todo o que se nos tem contado fosse verdade. Em primeiro lugar, pode-se parar um massacre com outro massacre? Já sabemos que nossos exércitos ao bombardearem vão matar muitos civis inocentes. Inclusive se, como a cada guerra, os generais nos prometem que vai ser "limpa"; já estamos habituados a essa propaganda.

Em segundo lugar, há um meio bem mais singelo e eficaz de salvar vidas. Todos os países da América latina propuseram enviar imediatamente uma mediação presidida por Lula. A Liga Árabe e a União Africana apoiavam esta gestão e Kadafi tinha-a aceitado (propondo ele também que fossem enviados observadores internacionais para verificar o cessar-fogo). Mas os insurgentes líbios e os ocidentais recusaram esta mediação.

Por quê? "Porque Kadafi não é de fiar", dizem. É possível. E os insurgentes e os seus protetores ocidentais são sempre de fiar? A propósito dos EUA, convém recordar como se comportaram em todas as guerras anteriores, cada vez que um cessar-fogo era possível. Em 1991, quando Bush pai atacou o Iraque, porque este invadia o Kuweit, Saddam Hussein propôs se retirar e que Israel se retirasse também dos territórios ilegalmente ocupados na Palestina. Mas os EUA e os países europeus recusaram seis propostas de negociação. (7)

Em 1999, quando Clinton bombardeou a Jugoslávia, Milosevic aceitava as condições impostas em Rambouillet, mas os EUA e a OTAN acrescentaram uma, intencionadamente inaceitável: a ocupação total da Sérvia.

Em 2001, quando Bush filho atacou o Afeganistão, os talibãs propunham a entrega de Bin Laden a um tribunal internacional se eram apresentadas provas do seu envolvimento, mas Bush rejeitou a negociação.
Em 2003, quando Bush filho atacou o Iraque, sob o pretexto das armas de destruição em massa, Saddam Hussein propôs o envio de inspetores, mas Bush o recusou porque ele sabia que os inspetores não iam encontrar nada. Isto está confirmado na divulgação de um memorando de uma reunião entre o governo britânico e os líderes dos serviços secretos britânicos, em julho de 2002: "os líderes britânicos esperavam que o ultimato fosse redigido em termos inaceitáveis, de modo que Saddam Hussein o recusasse diretamente. Mas não estavam certos de que isso iria funcionar.

Então tinham um plano B: que os aviões que patrulhavam a "zona de exclusão aérea" lançassem muitíssimas mais bombas à espera de uma reação que desse a desculpa para uma ampla campanha de bombardeios. (9) Então, antes de afirmar que "nós" dizemos sempre a verdade e que "eles" sempre mentem, asssim como que "nós" procuramos sempre uma solução pacífica e "eles" não querem se comprometer, teria que ser mais prudentes... Mais cedo ou mais tarde, a gente saberá o que se passou com as negociações nos bastidores e constatará, mais uma vez, que foi manipulada. Mas será muito tarde e os mortos já não os ressuscitaremos.

A LÍBIA É IGUAL QUE A TUNÍSIA OU O EGITO?

Em sua excelente entrevista publicada há alguns dias por Investi'Action, Mohamed Hassan, professor de doutrina islâmica e especialista do Oriente Médio, colocava a verdadeira questão: "Líbia: levante popular, guerra civil ou agressão militar?" À luz de recentes investigações é possível responder: as três coisas. Uma revolta espontânea rapidamente recuperada e transformada em guerra civil (que já estava preparada), tudo servindo de pretexto para uma agressão militar. A qual, também, estava preparada. Nada em política cai do céu. Consigo explicar-me?

Na Tunísia e no Egito a revolta popular cresceu progressivamente em umas semanas, organizando-se pouco a pouco e unificando-se em reivindicações claras, o que permitiu derrotar os tiranos. Mas, quando analisamos a sucessão ultrarrápida dos acontecimentos em Benghazi, a gente fica intrigada. Em 15 de fevereiro houve manifestações de parentes de presos políticos da revolta de 2006.

Manifestação duramente reprimida como foi sempre na Líbia e nos demais países árabes. Dois dias escassos mais tarde, outra manifestação, desta vez os manifestantes saem armados e passam diretamente a uma escalada contra o regime de Kadafi. Em dois dias, incrivelmente, uma revolta popular se converte em guerra civil. Totalmente espontânea?

Para saber isso, é preciso examinar o que se oculta abaixo do impreciso vocábulo "oposição líbia". Em minha opinião, quatro componentes com interesses muito diferentes : 1º Uma oposição democrática. 2º Dirigentes de Kadafi "regressados" do oeste. 3º Clãs líbios descontentes da partilha das riquezas. 4º Combatentes de tendência islãmica. Quem compõe esta "oposição líbia"?

Em toda esta rede é importante sabermos de que estamos a falar. E sobretudo, que fação é a aceite pelas grandes potências...

1º Oposição democrática. É legítimo ter reivindicações ante o regime de Kadafi, tão ditatorial e corrupto como os outros regimes árabes. Um povo tem o direito de querer substituir um regime autoritário por um sistema mais democrático. No entanto, estas reivindicações estão até hoje pouco organizadas e sem programa concreto. Temos, ainda, no estrangeiro, movimentos revolucionários líbios, igualmente dispersos, mas todos opostos à ingerência estrangeira. Por diversas razões que expomos mais adiante, não são estes elementos democráticos os que têm muito que dizer hoje, sob a bandeira dos EUA nem da França.

2º Dignatários "regressados". Em Bengazhi, um "governo provisório" foi instaurado e está dirigido por Mustafá Abud Jalil. Este homem era, até 21 de fevereiro, ministro da Justiça de Kadafi. Dois meses antes, a Anistia Internacional tinha-o posto na lista dos mais horríveis responsáveis por violações de direitos humanos do norte da África. É este indivíduo o que, segundo as autoridades búlgaras, organizava as torturas de enfermeiras búlgaras e do médico palestino detidos durante longo tempo pelo regime.

Outro "homem forte" desta oposição é o general Abdul Faah Yunis, ex-ministro do Interior de Kadafi e antes chefe da polícia política. Compreende-se que Massimo Introvigne, representante da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) para a luta contra o racismo, a xenofobia e a discriminação, estime que estes personagens "não são os 'sinceros democratas' dos discursos de Obama, mas foram dos piores instrumentos do regime de Kadafi, que aspiram a tirar o coronel para tomar seu lugar".

3º Clãs descontentes. Como sublinhava Mohamed Hassan, a estrutura da Líbia continua sendo tribal. Durante o período colonial, sob o regime do rei Idriss, os clãs do Leste dominavam e aproveitavam-se das riquezas petrolíferas. Após a revolução de 1969, Kadafi apoiou-se nas tribos do oeste e o Leste viu-se desfavorecido. É lamentável; um poder democrático e justo deve zelar por eliminar as discriminações entre as regiões. Pode-se perguntar se as antigas potências coloniais não incitaram as tribos rebeldes para enfraquecer a unidade do país. Não seria a primeira vez. Hoje, França e os EUA apostam nos clãs do Leste para tomar o controle do país. Dividir para reinar, um velho dito clássico do colonialismo.

4° Elementos da Al-Qaeda. Cabogramas difundidos pelo Wikileaks advertem que o Leste da Líbia era, proporcionalmente, o primeiro exportador no mundo de "combatentes mártires" no Iraque. Relatórios do Pentágono descrevem um cenário "alarmante" acerca dos rebeldes líbios de Bengazhi e Derna. Derna, uma cidade de escassos 80.000 habitantes, seria a fonte principal de yihaidistas no Iraque. Da mesma forma, Vincent Cannistrar, antigo chefe da CIA na Líbia, assinala entre os rebeldes muitos "extremistas islâmicos capazes de criar problemas" e que "as possibilidades [são] muito altas de que os indivíduos mais perigosos possam ter uma influência, caso Kadafi cair".

Evidentemente tudo isto se escrevia quando Kadafi era ainda um "amigo". Mas isto mostra a ausência total de princípios no chefe dos EUA e dos seus aliados. Quando Kadafi reprimiu a revolta islamista de Bengazhi, em 2006, fez isso com as armas e o apoio de Ocidente. Uma vez, somos contra os combatentes do tipo Bin Laden, outra vez, utilizamo-los. Vamos lá ver como.

Entre estas diversas "oposições" qual prevalecerá? Pode ser este também um objetivo da intervenção militar de Washington, Paris e Londres: tentar que "os bons" ganhem? Os bons do ponto de vista deles, é claro. Mais tarde, vai utilizar-se a "ameaça islâmica" como pretexto para se instalarem de forma permanente. Em qualquer caso uma coisa é segura: o cenário libio é diferente dos cenários tunisino ou egípcio. Ali era "um povo unido contra um tirano". Aqui estamos em uma guerra civil, com um Kadafi que conta com o apoio de uma parte da população. E nesta guerra civil o papel que jogaram os serviços secretos americanos e franceses já não é tão secreto...

Qual foi o papel dos serviços secretos?

Na realidade, o assunto líbio não começou em fevereiro em Benghazi, mas sim em Paris, em 21 de outubro de 2010. Segundo revelações do jornalista Franco Bechis (Libero, 24 de março), nesse dia, os serviços secretos franceses prepararam a revolta de Benghazi. Fizeram "voltar" (ou talvez já anteriormente) Nuri Mesmari, chefe do protocolo de Kadafi, praticamente seu braço direito. O único que entrava sem chamar na residência do líder líbio. Em uma viagem a Paris com toda sua família para uma cirurgia, Mesmari não se encontrou com nenhum médico, pelo conttrário, teve encontros com vários servidores públicos dos serviços secretos franceses e com próximos colaboradores de Sarkozy, segundo o boletim digital Magreb Confidential.

Em 16 de novembro, no hotel Concorde Lafayette, prepararia uma imponente delegação que devia viajar dois dias mais tarde a Benghazi. Oficialmente, tratava-se de responsáveis pelo ministério da Agricultura e de líderes das firmas France Export Céréales, France Agrimer, Louis Dreyfus, Glencore, Cargill e Conagra. Mas, segundo os serviços italianos, a delegação incluía também vários militares franceses camuflados como homens de negócios. Em Benghazi, encontraram-se com Abdallah Gehani, um coronel líbio ao que Mesmari lhes tinha apresentado como disposto a desertar.

Em meados de dezembro, Kadafi, desconfiando, enviou um emissário a Paris para tentar contactar com Mesmari. Mas este foi preso na França. Outros líbios vão de visita a Paris no dia 23 de dezembro e são eles que vão dirigir a revolta de Benghazi com as milícias do coronel Gehani. Ainda, Mesmari revelou inúmeros segredos da defesa líbia. De tudo isto resulta que a revolta no Leste não foi tão espontânea como nos foi dito. Mas isto não é tudo. Não só foram os franceses?

Quem dirige atualmente as operações militares do "Conselho Nacional Líbio" anti-Kadafi? Um homem justamente chegado dos EUA, em 14 de março, segundo Al-Jazzira. Apresentado como uma das duas "estrelas" da insurreição líbia, pelo jornal britânico de direita, Dail Mail, Khalifa Hifter é um antigo coronel do exército líbio exilado nos EUA. Foi um dos principais comandantes da Líbia até a desastrosa expedição ao Chade, no final dos 80; emigrou imediatamente para os EUA e viveu os últimos vinte anos na Virgínia. Sem nenhuma fonte de rendimentos conhecida, mas a muito pouca distância dos escritórios... da CIA (10). O mundo é um muito pequeno.

Como é que um militar líbio de alta patente pode entrar com toda a tranquilidade nos EUA, uns anos após o atentado terrorista de Lockerbie, pelo qual a Líbia foi condenada, e viver durante vinte anos, tranquilamente, ao lado da CIA? Por força teve que oferecer algo em troca.

Publicado em 2001, o livro Manipulations africaines (Manipulações africanas) de Pierre Péan, traça as conexões de Hifter com a CIA e a criação, com o apoio da mesma, da Frente Nacional de Libertação Líbia. A única façanha da tal frente será a organização, em 2007, nos EUA, de um "congresso nacional" financiado pelo National Endowment for Democracy(11), tradicionalmente o mediador da CIA para manter lubrificadas as organizações a serviço dos EUA.

Em março deste ano, em data não comunicada, o presidente Obama assinou uma ordem secreta que autoriza a CIA a empreender operações na Líbia, para derrocar Kadafi. O The Wall Street Journal, que informa disso, em 31 de março, acrescenta: "Os responsáveis pela CIA reconhecem ter estado ativos na Líbia desde fazia várias semanas, tal como outros serviços secretos ocidentais".

Tudo isto já não é muito secreto, circula pela Internet faz algum tempo; o que é estranho é que a grande mídia não diga nem uma palavra. No entanto, conhecem-se muitos exemplos de "combatentes da liberdade" armados deste modo e financiados pela CIA. Por exemplo, nos anos 80, as milícias terroristas da ‘contra’, organizadas por Reagan para desestabilizarem a Nicarágua e derrocarem seu governo progressista. Nada se aprendeu da História? Esta "Esquerda" européia que aplaude os bombardeios não utiliza a Internet?

Terá que se estranhar de que os serviços secretos italianos "delatem" assim as façanhas dos seus colegas franceses e que estes "delatem" seus colegas americanos? Isso só é possível se acreditarmos em histórias bonitas sobre a amizade entre "aliados ocidentais" Já falaremos...

Documentos revelam que até 2009 os EUA colocavam Kadafi num pedestal


Inimigos de Kadafi eram seus aliados até muito pouco tempo atrás. O que mudou?

WikiLeaks traz à baila documentos da diplomacia americana que demonstram como os Estados Unidos são capazes de mudar suas posições repentinamente de acordo com interesses rasteiros e contestáveis, embora ignorados por uma imprensa que finge fazer jornalismo. Para os EUA, Líbia era modelo de combate ao terrorismo - Pragmatismo Politico


Inimigos de Kadafi eram seus aliados até muito pouco tempo atrás. O que mudou?

O modo como o governo líbio lidava com a ameaça da emergência de grupos islâmicos radicais era visto como modelo pela mídia internacional e também pela embaixada norte-americana em Trípoli. Tal opinião é parte de um telegrama enviado pela missão diplomática na Líbia  em 9 de dezembro de 2009 e vazado pelo site Wikileaks em 26 de junho de 2011.

No despacho, Joan Polaschik, uma das diplomatas norte-americanas na Líbia, destaca o lançamento de um documento religioso de 417 páginas por seis membros do GIAL (Grupo Islâmico Armado Líbio). Nele, eles renunciavam ao uso da violência, passando a ditar uma nova interpretação da jihad em terras líbias.

Para os líderes envolvidos na confecção do texto, entre eles Abu Abd Allah al Sadiq (emir do GIAL) e Abu al Munder al Saidi (autoridade na sharia – código de conduta baseado no Alcorão), os erros na interpretação do Islã eram fruto da "ignorância sobre a lei" e denotavam ausência de "ulamas" (acadêmicos religiosos, responsáveis por ensinar a correta interpretação da sharia).

A iniciativa pacifista foi resultado de uma negociação entre líderes do GIAL e Saif al Islam Kadafi, filho do ditador Muamar Kadafi, com apoio do serviço secreto líbio. Em troca da renúncia à violência, foi acordada a libertação de 200 integrantes do grupo.

No conteúdo do documento religioso, escrito em setembro de 2009, os líderes do GIAL condenam a morte de mulheres, crianças, idosos, monges, mercadores e outros em suas ações. De acordo com a nova diretriz, "seria um atalho e um erro" reduzir a jihad a uma luta com a espada. A recomendação é endereçada "às organizações que, algum dia, tiveram alguma ligação conosco". É um recado direto à Al Qaeda.

De acordo com o despacho norte-americano, as negociações entre Saif al Islam e o emir al Sadiq duraram cerca de dois anos. A ideia era lançar o documento religioso em 23 de agosto de 2009, início do Ramadã (período sagrado do Islã) e aniversário de 40 anos da subida do regime Kadafi ao poder. Logo após o anúncio do acordo, foram libertados 91 militantes. Outros 43 membros teriam sido soltos no mês seguinte, em outubro. Esses 134 libertados seriam metade dos integrantes do GIAL presos na prisão de Abu Salim. 

Porém, segundo a diplomata norte-americana, a iniciativa do governo líbio em relação ao GIAL foi vista com reservas dentro e fora do país. Poucos acreditavam no sucesso do plano. Para Joan Polaschik, em curto prazo, o acordo fortalecia o regime de Kadafi como um todo e a influência de Saif al Islam em especial. Acima de tudo, deveria ser endossada como uma maneira nova de lidar com o terrorismo islâmico.

Em outro telegrama, enviado por John Stevens em 7 de novembro de 2007, há mostras do temor de Kadafi sobre a insurgência de movimentos extremistas e terroristas na Líbia, com prejuízo para as atividades econômicas no país. Em 3 de novembro de 2007, Ayman al Zawahiri, então número dois na hierarquia da Al Qaeda, anunciou a junção de forças entre a Al Qaeda e o GIAL para confrontar o governo Kadafi.

Na época, o governo relutou em comentar o anúncio de Al Zawahiri e temia a repercussão dessa união dos dois grupos entre a população líbia. Ela pode
ria causar muita violência e transformar a oposição política do GIAL em trampolim para ações de grupos terroristas no país.

Um membro de uma tribo influente em Bengazi disse que as reações ao anúncio da junção entre Al Qaeda e GIAL na Líbia "variaria de acordo com a sua posição socioeconômica".  Para esse líder tribal, a mensagem de Al Zawahiri iria encontrar apoio entre aqueles não beneficiados pela liberalização e o desenvolvimento econômico. Para essas elites, seria fundamental proteger seus "feudos econômicos" em caso de uma arrancada dos grupos extremistas para derrubar Kadafi do poder.

Muitos viam essa alternativa com bons olhos: principalmente os muçulmanos mais radicais, desejosos do estabelecimento de um "califado muçulmano" na Líbia e também por esperar que "qualquer outro regime fosse menos opressivo que a ditadura de Kadafi". As classes médias temiam um retrocesso econômico e uma piora no acesso a bens de consumo, além de sanções ocidentais em caso da subida de um governo apoiado pelo GIAL e a Al Qaeda.

Stevens encerra o telegrama dizendo que a situação política na Líbia parece "um filme em slow motion". E pergunta: até que ponto o entusiasmo por um radicalismo islâmico tem a ver com uma afinidade religiosa genuína? E onde começa a insatisfação com o regime de Kadafi?

Dilma prepara troca de nomes no 1º escalão para o fim do ano

Ajuste da letra  Interessada em ter uma equipe mais homogênea e mais fiel ao governo do que aos respectivos partidos — ainda que alguns ministros sejam indicados pelas legendas —, a presidente Dilma Rousseff fará uma reforma ministerial nas próximas férias de verão. A ideia é substituir os que serão candidatos nas eleições municipais e aproveitar o embalo para trocar aqueles que, enfraquecidos, não conseguirem recuperar prestígio e força para tocar os projetos das respectivas pastas.

Na categoria de ministros enfraquecidos, por enquanto, estão dois colaboradores da presidente: o ministro das Cidades, Mário Negromonte, do PP; e o do Turismo, Pedro Novais, do PMDB. Os dois têm algo em comum: não foram guindados ao primeiro escalão do governo porque a presidente Dilma os considerava os melhores nomes para tocar projetos nas áreas para as quais foram nomeados. Chegaram lá simplesmente porque seus partidos assim quiseram. Semana passada, no programa Tribuna Independente, da TV Rede Vida, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, também indicado pelo PMDB, foi direto ao se referir ao Ministério do Turismo: “O PMDB não tinha projeto para o Turismo”, contou.

Dilma é técnica. Não gosta de quem chega sem conhecimento do setor que vai atuar. Esse fator, associado às brigas internas dos partidos e às denúncias de irregularidades, deixa os ministros na categoria “corda bamba”.

Além de Negromonte e de Novais, há dois outros considerados praticamente fora da equipe em 2012. Fernando Haddad, da Educação, é visto como o nome do PT para concorrer à prefeitura de São Paulo e para isso tem contado com o trabalho quase que diário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seja para convencer o PT, seja para angariar aliados. Já a ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Iriny Lopes, do PT, pretende concorrer à prefeitura de Vitória.

Ao mesmo tempo em que prepara a lista dos ministros que devem sair até o final do ano, Dilma tem ainda o rol daqueles que cresceram no exercício da função. Um deles é o de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. O ex-senador petista chegou ao governo com a sensação geral de que tinha um prazo de validade, uma vez que era citado como provável candidato ao PT a prefeito de São Paulo. Ocorre que seu desempenho é considerado tão bom por Dilma que ela passou a torcer para que ele não queira ser candidato. “Mercadante é daqueles que adora um holofote, mas é um excelente ministro e está indo muito bem”, comenta um colaborador de Dilma.

Palocci

Outro que Dilma não pretende deixar sair tão cedo é o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A ida dele para a Saúde foi definida recentemente por Dilma como uma “das escolhas mais acertadas” que ela fez e que não perde a oportunidade de fazer propaganda dos programas governamentais. No último fim de semana, na festa do peão, em Barretos (SP), Padilha aproveitou para promover a vacina contra hepatite e, no palco, imunizou os competidores.

Quem também ganhou musculatura no primeiro escalão é o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Com a crise econômica, ele tem sido chamado constantemente ao Planalto para conversar com Dilma. Nesse rol dos ministros prestigiados está ainda o de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, um dos poucos que a presidente nomeou sem ouvir ninguém.

A presidente já fez chegar aos ouvidos dos políticos que a melhor forma é deixar que ela escolha os nomes dentro de uma legenda. E, na visão dela, a lealdade tem que ser primeiro ao interesse público e ao governo a que serve. Em terceiro lugar viria a fidelidade ao partido que indicou o ministro. Ocorre que essa lógica nem sempre funciona no Poder Executivo.

Nesses sete meses de governo, Dilma percebeu que o essencial é escolher bem e não nomear ninguém que não possa demitir. Por isso, mesmo entre os amigos, a visão geral é a de que ninguém está seguro. Afinal, depois da saída de Antonio Palocci da Casa Civil em junho, todos os ministros tiveram a certeza de que, em caso de problemas, Dilma não titubeará em afastar quem quer que seja, apesar de, nesse momento, apenas dois estarem balançando como árvores ao sabor dos ventos que antecedem a chegada de furacões.

Do Correio Braziliense

PMDB teme perda de espaço para o PT nas eleições de 2012


PESADELO  Oito meses de administração Dilma Rousseff depois, o PMDB concluiu que o sonho da Vice-Presidência – um passaporte para ingressar no futuro governo maior do que saíra da Era Lula e disputar de igual para igual com o PT – virou pesadelo. Além de perder espaço no ministério, o partido luta para não ser subjugado por petistas no Congresso e nas urnas de 2012, assombrado com a perspectiva de encolher nas eleições municipais.

Os peemedebistas comandam hoje apenas cinco ministérios, enquanto o PT acumulou mais poder com 17 ministros e pastas de alta relevância política, como Saúde e Comunicações – antes na cota do PMDB.

“Mas não adianta chorar o leite derramado. O partido virou esta página”, conforma-se o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), argumentando que o relacionamento com a presidente Dilma Rousseff tem melhorado.

Líderes do partido sofrem com rebeliões internas

Primeiro foi o PT, que já deu a largada no governo Dilma Rousseff engalfinhando-se em torno da presidência da Câmara. Divergências no PV levaram à desfiliação de Marina Silva. Na semana passada, antes de as rebeliões internas no PR e no PP terminarem, foi a vez do líder Henrique Eduardo Alves (RN) experimentar a revolta da bancada do PMDB. A “faxina” do Planalto nos ministérios criou um ambiente mais propício ao surgimento de “interlocutores paralelos” às lideranças institucionais. Os rebeldes da base querem estabelecer uma linha direta com o governo. No geral, a movimentação deles agrada ao Planalto, mas incomoda os líderes.

Estadão

REFLITAM AGORA, PARA NÃO CHORARMOS DEPOIS


         
A CHINA VAI QUEBRAR A ECONOMIA MUNDIAL
Há 200 anos Napoleão Bonnaparte fez uma profecia, que está começando a realiza-se atualmente, ao dizer: "Deixem a China dormir porque, quando ela acordar, o mundo vai  estremecer".
  
A China do Futuro - o Futuro é Hoje... A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China ....... Eis um aviso para o futuro! Mas quem liga para esse aviso? Atualmente ninguém ! Agora é só aproveitar.... E APROVEITAR ...! E depois como será para os nossos filhos ? Que futuro terão ?

JÁ PENSOU COMO FICARÁ A CHINA DO FUTURO?
Por Luciano Pires  (Luciano Pires é diretor de marketing da Dana e  profissional de comunicação) .
Alguns conhecidos voltaram da China impressionados. Um determinado produto que o Brasil fabrica um milhão de unidades, uma  só fábrica chinesa produz quarenta milhões...
A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante.
Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas... Com preços que são uma fração dos praticados aqui. Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da  região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares: Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo, que  acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares. Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem  praticamente zero benefícios.... estamos perante uma escravidão amarela e alimentando-a...
Horas extraordinárias? Na China...? Esqueça !!! O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas  extras sabendo que não vão receber nada por isso... Atrás dessa "postura" está a grande armadilha chinesa.
Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia "de poder" para ganhar o mercado ocidental .
Os chineses estão tirando proveito da atitude dos 'marqueteiros'  ocidentais, que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que  ela "agrega de valor": a marca.
Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos  Estados Unidos da América um produto "made in USA". É tudo "made in China", com rótulo estadunidense.
As Empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e  vendendo por centenas de dólares...
Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço.
Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego. É o que se pode chamar de "estratégia preçonhenta" (preço com peçonhento).
Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas e tecnologia, cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo. ..
Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com os “designs”. suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.
Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus preços, gerando um "choque da manufatura", como aconteceu com o choque petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde demais. Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês.
Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo.
Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois quem tem o monopólio da produção, manda.
Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos, ela é quem vai regular os mercados e não os "preçonhentos".
Iremos, nós e os nossos filhos, netos... assistir a uma inversão das regras do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica... chinesa. Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.

Nesse dia, os executivos "preçonhentos" olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando boliche no clube da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados.
E então lembrarão, com muitas saudades, do tempo em que ganharam dinheiro comprando "balatinho dos esclavos" chineses, vendendo caro suas "marcas-grifes" aos seus conterrâneos.
E então, entristecidos, abrirão suas "marmitas" e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas, pois, foram todas copiadas....
REFLITAM E COMECEM A COMPRAR - JÁ - OS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL, FOMENTANDO O EMPREGO EM SEU PAÍS, PELA SOBREVIVÊNCIA DO SEU AMIGO, DO SEU VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA... E DE SEUS DESCENDENTES


  

MENSALÃO Câmara decide nesta terça se cassa mandato de Jaqueline Roriz


 Deputada foi flagrada recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM 
Câmara dos Deputados marcou para esta terça-feira (30) a sessão que deve votar o pedido de cassação da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM. Jaqueline é acusada de quebra de decoro parlamentar.

Diante da possibilidade de perda do mandato, Jaqueline optou por fazer a própria defesa no plenário, segundo a assessoria. O discurso de 12 páginas foi escrito por ela própria, e finalizado com a ajuda do advogado José Eduardo Alckmin na tarde desta segunda-feira (29).

De acordo com Paulo Fona, assessor da família Roriz, a deputada deve chegar ao plenário por volta das 14h desta terça e sua fala na tribuna deve durar cerca de 20 minutos. No discurso, Jaqueline deve repetir os argumentos dados por sua defesa até agora, de que não era deputada quando foi gravada recebendo dinheiro de Barbosa.

“ "Ela [Jaqueline] está tranquila e bastante segura. Ela vai falar no discurso o que todo mundo já sabe, que ela não era parlamentar na época dos fatos"”, afirmou Fona.

Nesta segunda, Jaqueline se reuniu com seus os advogados em ao menos duas ocasiões. A base do discurso da deputada será a mesma usada pela defesa, que encaminhou um "memorial" de 28 páginas aos 513 deputados pedindo a rejeição do parecer do Conselho de Ética, que recomenda a perda de mandato.

O memorial, assinado pelo advogado de defesa da deputada, José Eduardo Alckmin, alega que Jaqueline ‘não se encontrava no exercício de qualquer mandato, especialmente de deputada federal’ quando ocorreram os fatos, em 2006.

"Estamos esperançosos de que não haja ilegalidade, pois se trata de um caso que aconteceu quando ela não era deputada. Ela tem a esperança de que a Câmara confirme este entendimento. Claro que ela [Jaqueline] está ansiosa, mas não perdeu a esperança", disse Alckmin.

O documento, que começou a ser entregue nos gabinetes na semana passada, traz ainda uma cópia do parecer do deputado Vilson Covatti (PP-RS), que relatou o caso envolvendo a deputada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Ele pediu o arquivamento do processo.

"Ante todo o exposto, confia-se em que o parecer será rejeitado, como medida da mais lídima justiça", diz trecho do documento entregue aos deputados.

A sessão A sessão que vai definir o futuro de Jaqueline Roriz está prevista para começar por volta das 16h. A data para a votação foi marcada pelo próprio presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e não foi contestada pela defesa de Jaqueline.

Pela regra, o primeiro a falar no plenário é o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que apresentou relatório no Conselho de Ética recomendando a perda do mandato da parlamentar. Logo na sequência, o advogado de Jaqueline, José Eduardo Alckmin, apresentará a defesa. Jaqueline será a última a falar diante dos parlamentares.

Depois das explanações, será iniciada a votação. Para a perda de mandato, é necessária a concordância da maioria absoluta dos deputados, ou seja, 257 votos, mais da metade dos 513 parlamentares da Câmara. O voto será secreto.

Autor do parecer que pediu o arquivamento do caso na Comissão de Constituição e Justiça, o deputado Vilson Covatti (PP-RS), acredita que a situação da deputada é “delicada”. Ele, que não quis adiantar seu voto, disse que a parlamentar perdeu parte dos seus argumentos no momento em que desistiu do recurso na comissão de Constituição e Justiça.

“"Eu jamais desistiria do recurso da comissão. Agora, o relatório que vale é o da Comissão de Ética, e este pede a cassação.O fato por si só é grave . A situação dela é delicada, e acho que fica muito complicado para ela"”, disse o deputado.


G1