sábado, 3 de dezembro de 2011

Fátima Bernardes por Patrícia Poeta no JN? Ali Kamel é o grande perdedor


Reproduzo texto de Rodrigo Vianna publicado em seu Blog

A mudança de apresentadores tem duplo sentido: enfraquecimento de Kamel e estratégia pra recuperar audiência nas manhãs


Por trás dos sorrisos, um jogo de poder e interesses
A Globo confirma a saída de Fátima Bernardes do “JN”. No lugar dela deve entrar Patrícia Poeta – atual apresentadora do “Fantástico”.

Fiz hoje pela manhã – no twitter e no facebook – algumas observações sobre a troca; observações que agora procurarei consolidar nesse post. Vejo que há leitores absolutamente céticos: “ah, essa troca não quer dizer nada”. Até um colunista de TV do UOL, aparentemente mal infomado, disse o mesmo. Discordo.

Primeiro ponto: a Patrícia Poeta é mulher de Amauri Soares. Nem todo mundo sabe, mas Amauri foi diretor da Globo/São Paulo nos anos 90. Em parceria com Evandro Carlos de Andrade (então diretor geral de jornalismo), comandou a tentativa de renovação do jornalismo global. Acompanhei isso de perto, trabalhei sob comando de Amauri. A Globo precisava se livrar do estigma (merecido) de manipulação – que vinha da ditadura, da tentativa de derrubar Brizola em 82, da cobertura lamentável das Diretas-Já em 84 (comício em São Paulo foi noticiado no “JN” como “festa pelo aniversário da cidade”), da manipulação do debate Collor-Lula em 89.

Amauri fez um trabalho muito bom. Havia liberdade pra trabalhar. Sou testemunha disso. Com a morte de Evandro, um rapaz que viera do jornal “O Globo”, chamado Ali Kamel, ganhou poder na TV. Em pouco tempo, derrubou Amauri da praça São Paulo.

Patrícia Poeta no “JN” significa que Kamel está (um pouco) mais fraco. E que Amauri recupera espaço. Se Amauri voltar a mandar pra valer na Globo, Kamel talvez consiga um bom emprego no escritório da Globo na Sibéria, ou pode escrever sobre racismo, instalado em Veneza ao lado do amigo (dele) Diogo Mainardi.

Resolução do PT cita Fernando Henrique e ataca rumo do PSDB


Texto preliminar cita afirmação de FHC de que tucanos estão sem rumo

  

A versão preliminar da última resolução de 2011 do PT nacional aproveita o comentário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a indefinição entre os tucanos para atacar a "nau sem rumo" do PSDB e ao mesmo tempo defender as medidas da presidente Dilma Rousseff diante da crise internacional. A provocação, no entanto, gerou discussão entre os petistas, que deixaram para a semana que vem a divulgação do texto final.


A referência ao ex-presidente tucano, chamado de "guru mor" pelos petistas, está logo na abertura do texto-base discutido nos últimos dois dias, primeiro pela executiva e depois pelo diretório nacional.

- Ao reconhecer com sinceridade proverbial que é mais fácil falar do futuro do euro do que do PSDB, o guru mor dos tucanos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, diagnosticou uma parte visível da crise mundial do sistema capitalista e ao mesmo tempo jogou ao mar a nau sem rumo em que se converteu o principal partido da oposição conservadora do país.

Cria Cuervos: PT pode levar Aécio Neves à Presidência da República


Lucas Figueiredo, em seu Blog

Numa eleição presidencial apertada, o colégio eleitoral mineiro (10,7% do total nacional) pode muito bem definir a parada. O PT parece não se importar com isso


Se algum dia Aécio Neves alcançar a tão almejada Presidência da República, poderá dizer: “apesar de José Serra, mas com o apoio do PT, cheguei até aqui”.

Não há quem não reconheça que Aécio é hoje o principal nome da oposição para 2014, e não só para 2014. Talvez também para 2018, 2022, 2026… Aécio tem cacife (domina o segundo colégio eleitoral do país), tem carisma, tem habilidade política, tem apoio do empresariado, tem apoio da mídia, tem apoio da Força Sindical e tem alianças consistentes fora do eixo PT-PSDB.

Aécio, portanto, é um forte adversário do projeto político do PT, certo? Sim… Quer dizer, não… Quer dizer, talvez.


Nos últimos dez anos, a fim de alimentar a oposição interna a José Serra no PSDB, o PT, de forma geral, salvo uma ou outra exceção em Minas, evitou chatear Aécio Neves. Fez mais: abriu espaço para que o tucano crescesse.