A presidenta Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira(14)
a criação de um programa de atendimento integral às gestantes e aos bebês, o
Rede Cegonha. Em seu programa semanal de rádio, Dilma disse que o objetivo da
iniciativa é garantir um atendimento médico completo para mães e filhos. “É um
programa, na área da saúde, voltado para o atendimento integral das mães e das
crianças desde a gravidez, passando pelo parto até chegar ao desenvolvimento do
bebê. Nós queremos que as mães e as crianças tenham um atendimento completo,
integral”, declarou.
Dilma reafirmou seu compromisso de campanha de construir 6
mil creches e pré-escolas em todo o país até 2014. “Hoje, todo mundo sabe que
as crianças de zero a cinco anos, que recebem atenção social e pedagógica,
higiene e alimentação adequados, entram na vida escolar em condições muito melhores,
daí o programa de creches”, ressaltou.
A presidenta afirmou que o combate à violência doméstica
será outra prioridade de sua gestão e classificou como “inaceitável” a
informação de que cinco mulheres são agredidas no Brasil a cada dois minutos,
conforme pesquisa divulgada recentemente. Dilma citou a Lei Maria da Penha como
exemplo de iniciativa de sucesso no combate à violência doméstica.
“Essa lei é reconhecida até pela ONU como um modelo de
enfrentamento da violência doméstica. O meu compromisso é garantir que essa lei
seja rigorosamente cumprida. Aliás, no meu governo, o Ministério da Saúde
tornou obrigatória a notificação da violência contra a mulher em toda a rede
pública e privada do país na área da saúde. Quem não notificar que recebeu uma mulher
agredida, machucada, está sujeito à punição administrativa e corre o risco de
ser punido por seu conselho profissional.” Leia a íntegra do Café com a
Presidenta:
“Apresentador: Estamos no mês de março, dedicado à mulher.
Nós sabemos que o governo vai, nesse mês, lançar programas importantes. A
presidenta não podia antecipar alguns dos anúncios para nós?
Presidenta: Eu posso antecipar, sim, para você. Em primeiro
lugar, vamos tratar daquele que é um dos momentos mais marcantes da vida de
toda mulher: a maternidade. Vamos anunciar o Rede Cegonha, Luciano, que é um
programa, na área da saúde, voltado para o atendimento integral das mães e das
crianças desde a gravidez, passando pelo parto até chegar ao desenvolvimento do
bebê. Nós queremos que as mães e as crianças tenham um atendimento completo,
integral.
Apresentador: Presidenta, e depois, mais para frente? Um dos
grandes problemas das mães é conciliar o trabalho e o cuidado com os filhos.
Presidenta: É sim, Luciano. Nenhuma mulher trabalha
tranquila se seus filhos não estiverem protegidos e bem cuidados. Por isso,
Luciano, nós vamos iniciar um programa de creches, cuja a meta é construir 6
mil creches e pré-escolas em todo o Brasil, até 2014. As creches e pré-escolas,
elas são muito importantes na administração do tempo das mulheres, mas são,
sobretudo, Luciano, importantíssimas para a educação das crianças e para atacar
a raiz das desigualdades sociais. Hoje, todo mundo sabe que as crianças de zero
a cinco anos, que recebem atenção social e pedagógica, higiene e alimentação
adequados, entram na vida escolar em condições muito melhores, daí o programa
de creches.
Apresentador: Presidenta, como a senhora avalia a situação
das brasileiras?
Presidenta: Olha, Luciano, as mulheres ajudaram e ajudam a
construir o nosso país. Saem dos seus lares, vão para o mundo do trabalho, para
as empresas, para as escolas, às universidades, para a vida social e fazem a
diferença. Sabe, Luciano, se as mulheres não tivessem crescido em seu papel na
sociedade brasileira, eu não conseguiria ter sido eleito presidenta, por isso
eu devo honrar as mulheres do nosso país. Eu gostaria de contar para você um
fato que aconteceu comigo e que ilustra muito bem como as mulheres estão sempre
mudando. Falo de uma pequena mulher, chamada Vitória, uma menininha que eu
conheci num aeroporto do nosso país. Eu estava lá e a mãe dessa menininha aproximou
com ela e me disse: “A minha filha quer te fazer uma pergunta. Ela quer saber
se mulher pode”. E eu perguntei: “Pode o quê?”. Ela disse: “Olha, a Vitória
quer saber se mulher pode ser presidente”. E foi isso que eu respondi para ela:
“Vitória, mulher pode sim”. Então, Luciano, eu tenho certeza que as mulheres,
cada vez mais, sabem, percebem e vivem essa realidade – elas podem. Mas,
Luciano, ainda falta muito para as mulheres poderem tudo.
Apresentador: O que é que a senhora acha que está faltando?
O que mais te preocupa?
Presidenta: Uma das minhas maiores preocupações é a
violência contra a mulher, ainda muito presente, inclusive dentro de casa. Uma
situação, que sobre todos os aspectos, é inaceitável para uma sociedade como a
brasileira.
Apresentador: Inclusive, presidenta, uma pesquisa recente
mostrou que a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas no Brasil.
Presidenta: É o que eu te disse, Luciano, isso é
inaceitável! Olha, uma das leis mais importantes, criadas no governo do
presidente Lula, foi a Lei Maria da Penha. Essa lei é reconhecida até pela ONU
como um modelo de enfrentamento da violência doméstica. O meu compromisso é
garantir que essa lei seja rigorosamente cumprida. Aliás, no meu governo, o
Ministério da Saúde tornou obrigatória a notificação da violência contra a
mulher em toda a rede pública e privada do país na área da saúde. Quem não
notificar que recebeu uma mulher agredida, machucada, está sujeito à punição
administrativa e corre o risco de ser punido por seu conselho profissional.
Apresentador: Tem que denunciar, não é?
Presidenta: Tem que denunciar, sim. Senão você não consegue
acabar com a violência contra a mulher.
Apresentador: Presidenta, muitas brasileiras são vítimas de
câncer de mama e de colo do útero, como reduzir esse problema?
Presidenta: Olha, Luciano, na próxima semana eu vou estar
aqui com você explicando os novos programas de prevenção e tratamento de câncer
de mama e de colo de útero. Eu não tenho dúvida, Luciano, até porque aconteceu
comigo, que a prevenção é o melhor caminho para reduzir o problema do câncer.
As mulheres, Luciano, são hoje um pouco mais da metade da população, mas o
resto da população – a outra metade – são os nossos filhos. Por isso, quando a
gente cuida da mulher, nós estamos tratando toda a sociedade, estamos, contudo,
dentro de casa.