DACAR - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 
Dacar, no Senegal, para participar do Fórum Social Mundial. Ao ser 
recebido com honras de chefe de Estado no Palácio do Governo pelo 
presidente do país, Abdoulaye Wade, Lula afirmou ao senegalês que a 
presidente Dilma Rousseff, que não participou do Fórum Social, deve 
agendar uma viagem ao país. Descontraído, Lula respondeu ao comentário 
de Wade sobre "parecer estar em boa forma" com uma brincadeira: 
- A vida de ex-presidente é melhor do que a de presidente.
Wade foi eleito em 2000, reeleito em 2007 e poderá concorrer a 
outro mandato nas próximas eleições, em 2012, apesar de já ter 84 anos.
 
Na saída do Palácio, o brasileiro ganhou um presente de Wade, uma
 espécie de miniatura de um instrumento musical, uma tradição local. O 
senegalês aparentou surpresa com a informação dada por Lula de que o 
presidente da Bolívia, Evo Morales, estava em Dacar. Evo foi um dos 
principais nomes da abertura do Fórum Social Mundial, no domingo, e, 
nesta segunda-feira já retornaria a seu país, segundo assessores.
Lula quer mulher para suceder Sarkozy na FrançaLula
 defendeu na manhã desta segunda-feira que, como o Brasil, a França 
tenha uma mulher como presidente da República. O país terá eleições no 
próximo ano e duas mulheres são cotadas para disputar o cargo com o 
presidente Nicolas Sarkozy, um dos líderes internacionais mais próximo 
de Lula.
- Ele disse que seria bom que fosse uma mulher, como Dilma 
(Rousseff) - afirmou à imprensa a secretária-geral do Partido Socialista
 Francês, Martine Aubry, depois de participar de um café da manhã com o 
brasileiro.
Ex-ministra do Trabalho, Martine Aubry é um dos possíveis nomes 
que podem disputar contra Sarkozy. Outra mulher apontada como candidata é
 Ségolène Royal, ex-deputada e candidata derrotada por Sarkozy na 
disputa presidencial. As duas estão em Dacar para participar do Fórum 
Social Mundial, mas apenas Martine encontrou-se com Lula.
Segundo a líder socialista francesa, o ex-presidente falou ainda 
que é preciso integrar os países para promover uma mudança de modelo de 
desenvolvimento.
- Temos a convicção de que não há líder no mundo e, sobretudo na 
Europa, em condições de conduzir uma mudança. Em todo o caso, nenhum se 
impõe hoje; e essa é uma das vantagens de trabalharmos juntos.
A reunião abordou também as relações Sul-Sul e, em especial, o 
papel que o Brasil tem desempenhado na África como parceiro comercial.
- A África hoje começa a dar certo, coisa que a Europa tem 
dificuldade de entender. Outros países como a China e o Brasil já 
compreenderam - disse Aubry, destacando que, durante a crise mundial, o 
governo brasileiro investiu no incentivo ao consumo da população para 
manter a economia aquecida.