Empresa estrangeira quer explorar região baiana com transporte e mineração atingindo o local de forma devastadora envolvendo desmatamento inclusive de áreas de preservação ambiental com significativa população de animais em extinção (Parque Estadual da Serra do Conduru – PESC, APA da Costa de Itacaré/Serra Grande, APA da Lagoa Encantada e Rio Almada, APA Baía de Camamu, Parque Municipal da Boa Esperança, Parque Municipal Marinho dos Ilhéus, RPPN Faz. São Paulo, RPPN Faz. São João, RPPN Faz. Araçari, RPPN Salto Apepique, RPPN Faz. Arte Verde, RPPN Faz. Sossego, RPPN Reserva Capitão, RPPN Rio Capitão, RPPN Pedra do Sabiá, Jardim Botânico de Ilhéus, Reserva Biológica de Uma), contaminação de mananciais, poluição do ar, extinção de ecossistemas raros e expulsão de comunidades inteiras de pescadores, índios, quilombolas, assentados e camponeses.
Trecho da Carta dos atingidos/as pela Bamin-Fiol-Porto Sul (BA):
“...Longe de cumprir com as promessas de progresso e emprego, o complexo de obras aponta para uma visão ultrapassada de desenvolvimento que não corresponde com o progresso que desejamos. Políticas públicas que foram implementadas pelos governos estadual e federal e que beneficiaram muitas dessas populações com o turismo e a agricultura familiar encontram‐se em xeque em meio às contradições de um governo que está longe de ser de todos nós. Os impactos relatados em detalhe no EIA – RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) de Porto Sul, não poderão ser sanados com medidas mitigadoras incapazes de compensar os danos irreversíveis na natureza e nas populações que vivem no entorno das obras. Mais que isso, os prejuízos atingirão a todos, moradores ou não das regiões impactadas. Por isso, declaramos que não queremos os 400 empregos em nome de 4000 desempregados...”
O Cemitério da Bamin
Floresta ombrófila, remanescente de Mata Atlântica, uma das áreas de preservação ambiental que serão destruídas. A poluição atingirá o ar, solo, rios, mar e até águas subterrâneas.
IMPACTOS NEGATIVOS NO MEIO FÍSICO
Alteração da qualidade do ar
Alteração da hidrodinâmica do trecho do rio Almada
Alteração da qualidade das águas subterrâneas
Alteração da qualidade das águas superficiais de mananciais continentais
Possível interferência com a produtividade primária de mananciais
Risco de assoreamento de mananciais
Aumento temporário dos níveis de material particulado em mananciais continentais
Aumento temporário dos níveis de material particulado no meio marinho
Risco de acidentes e vazamentos de produtos químicos
Alteração do regime de transporte de sedimentos costeiros
Risco de remobilização de sedimentos contaminados
Alteração na dinâmica hídrica
Alteração local do microclima
Aumento de ruídos e vibrações
Alterações na qualidade dos sedimentos marinhos
Risco de remobilização de sedimentos contaminados
Afugentamento da ictiofauna
Interferências temporárias com a movimentação de espécies estuarinas da ictiofauna
Alteração na distribuição da ictiofauna
Mortandade de ictiofauna críptica e de baixa mobilidade
Perda de habitats da ictiofauna continental
Risco de contaminação da ictiofauna demersal
Alteração da qualidade do habitat de comunidades bentônicas
Risco de contaminação de comunidades bentônicas
Mortandade de comunidades bentônicas marinhas
Mortandade do bentos continental
Risco de alteração das condições de suporte da biota aquática
Perda de habitat marinho de fundo consolidado
Risco de interferência com as comunidades pelágicas
Risco de colisão com mamíferos marinhos
Possível introdução de espécies marinhas exóticas
Risco de interferências com a atividade reprodutiva de tartarugas
Risco de interferências com o comportamento de cetáceos
Perda de cobertura vegetal
Aumento local das vazões máximas de cheias
Interferências em áreas de preservação permanente
Mortandade da fauna fossorial e juvenis da avifauna
Risco de alteração das condições de suporte da fauna terrestre
Risco de atropelamento da fauna
Risco de contaminação da flora
Interferências com o deslocamento da fauna
Afugentamento da fauna do entorno
Destruição de hábitats da fauna terrestre
Alterações da batimetria
Compactação de solos com redução da permeabilidade
Alterações na paisagem
Riscos de recalque e deformação dos terrenos do empreendimento
Risco de desenvolvimento de processos erosivos e deslizamento de terras
Espera-se um efeito de erosão na praia ao norte do Porto Sul, que poderá se estender por mais de uma dezena de quilômetros.
IMPACTO POSITIVO NO MEIO FÍSICO:
Criação de novo habitat de fundo consolidado para a biota aquática
IMPACTOS NEGATIVOS NO MEIO SOCIOECONÔMICO
Interferência local com o turismo
Risco de interferências com o patrimônio arqueológico
Aumento das demandas de infraestrutura e serviços nas comunidades do entorno do empreendimento.
Geração de fluxos migratórios
Interferência com o tráfego viário
Aumento na geração de resíduos sólidos
Interferências com a atividade pesqueira
Perda de culturas
Aumento da especulação imobiliária no entorno do empreendimento
Alteração do comportamento e modo de vida das comunidades do entorno
Alteração da capacidade de subsistência de famílias reassentadas
Alteração de vínculos sociais de famílias reassentadas
Risco de acidentes e vazamentos de produtos químicos
Aumento do desemprego ao final da fase de obras
IMPACTOS POSITIVOS NO MEIO SOCIOECONÔMICO
Geração de empregos diretos e indiretos na fase de implantação
Aumento da arrecadação municipal
Aumento da arrecadação estadual
Aumento da arrecadação federal
Estímulo ao fortalecimento da agricultura familiar
Afirmação do bipolo Ilhéus/Itabuna como pólo de desenvolvimento nacional
Novamente os índios serão prejudicados.
Várias espécies aquáticas serão mortas,
Depois de relacionados os impactos negativos e positivos, fica claro que o empreendimento nada mais é do que uma forma do governo gerar lucro na construção e mais arrecadação de impostos, visto que a geração de empregos é somente no período de obras. Destruição e matança definitiva em troca de geração de empregos temporários.
Cristina Fogaça
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