terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Toinho do Sopão assume mandato em meio a ameaça de cassação





 O deputado estadual mais votado da história da Paraíba, Toinho do Sopão (PTN) assume o mandato nesta terça-feira, 1º de fevereiro, em meio a uma nova polêmica. É que seu suplente, o contador Geovane Medeiros, ameaçou divulgar um dossiê com denúncias fortes contra o vendedor ambulante que virou parlamentar. Ele também promete acionar Toinho no Conselho de Ética do PTN e põe em questionamento o mandato obtido pelo ex-aliado:
"Há vídeos indecentes, contratos pactuados, cheques e despesas de campanha não declaradas, processos trabalhistas contra ele em razão de não pagamento a prestadores de serviços e todo tipo de condutas abomináveis praticadas por ele", disse, sobre Toinho. Uma outra acusação é de que ele se apropriaria das "sobras" de doações para a sopa distribuída diariamente no Parque Solon de Lucena.
Hoje, a assessoria do deputado eleito distribuiu uma nota à imprensa negando a procedência das denúncias feitas por Geovane.
De acordo com os assessores, a carta é caluniosa e as informações contidas são inverídicas. Eles atribuiram a atitude a Djalvani da Fonseca, ex- presidente do PTN de João Pessoa.
Confira um trecho da nota distribuída pelos assessores do novo deputado:
"Os assessores do deputado Toinho do Sopão disseram que a carta é caluniosa, as informações contidas nela são inverídicas como também há um articulador nesta história que não se contenta em não ter sido chamado para ser o chefe de gabinete, trata-se de Djalvani da Fonseca- ex presidente do PTN de João Pessoa.
Segundo os assessores, Djalvani elaborou um contrato onde obrigava o Deputado eleito a contratá-lo como chefe de gabinete, Toinho diante de tal inocência não fez ressalva alguma, ao se deparar com o Fenômeno “Toinho do Sopão” o próprio Djalvani como assessor, levou o deputado à imprensa fazendo-o declarar apoio a José Maranhão.
Por sua vez a imprensa ao descobrir o “acerto político” publicou em todas as mídias e em diversas versões o possível acerto político entre eles, sendo que a maior parte acusando  Toinho do Sopão, ao saber o Partido impediu a aliança de Toinho com o Maranhão e diante de tudo isso Djalvani que seria o único beneficiado renunciou seu cargo e rompeu com o Deputado.
A Presidência Estadual do partido ficou surpresa ao ver que usaram seu nome para prejudicar o Deputado eleito Toinho do Sopão".

Walter Aguiar

Petista reafirma apoio a Ricardo e diz que PT está na contramão do país

Secretário nega também que esteja afastado do partido, como foi dito pela ala maranhista do PT.

O secretário-chefe do Governo da Paraíba, o petista Walter Aguiar, lamentou nesta terça-feira (1º) que o Partido dos Trabalhadores não repita no Estado o mesmo momento positivo que vive em nível nacional e ataca dizendo que os dirigentes locais andam na contramão. E avisa: “não me afastei do partido, como alguns estão dizendo”.

Aguiar é da ala petista que apoia o governador Ricardo Coutinho (PSB) e por isto vem sendo ameaçado por petistas que consideram a hipótese de abrir um processo disciplinar contra ele.

“O PT da Paraíba está na contramão da história. O partido local tem que começar a ter postura de quem nacionalmente preside o país. No momento em que o PT nacional está na hegemonia do poder, o partido estadual só faz retroceder”, revida.

Ele lembra que é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores da Paraíba e que não vai abrir mão de seu apoio ao atual Governo Ricardo.

Peluso frusta o PIG ao harmonizar em vez de hostilizar a presidenta Dilma

O PIG (partido da imprensa golpista) passou a semana inteira especulando que na cerimônia de abertura do ano judiciário, o presidente do STF, Cezar Peluso, agiria como um Gilmar Mendes, fazendo um discurso hostil contra a presidente Dilma, por ainda não ter nomeado o 11º ministro do Tribunal.

O PIG chegou a especular que a presidenta Dilma poderia até não comparecer à cerimônia, diante do "suposto" ambiente hostil.

Pois as expectativas da imprensa demo-tucana se frustraram.

A presidenta prestigiou a abertura do ano judiciário com sua presença, e o presidente do STF fez discurso conciliatório e em sintonia com políticas públicas do governo federal:

“Sua presença [referindo-se à presidenta Dilma] traz o sentido simbólico da confirmação da ideia da harmonia entre os poderes sem o prejuízo da independência indeclinável de todos possa manter uma relação baseada no dialogo...

...Tomo a liberdade de lançar aqui, de modo formal, a ideia de firmamos o terceiro pacto republicano para continuar o processo de aprimoramento da ordem jurídica de modernização de ordem judiciária" - disse Peluso.

Ele também defendeu a criação de juizados especiais junto às UPPs (unidades de polícia pacificadora) nas comunidades do Rio de Janeiro, para facilitar o acesso à justiça pela população mais carente, uma demanda popular em sintonia com o PRONASCI do Ministério da Justiça.

O presidente do STF também cobrou sutilmente do legislativo a aprovação de leis e projetos em tramitação no Congresso Nacional, que tornarão a justiça mais ágil.

Gilmar Mendes abastece o PIG com as intrigas

Em busca de "sangue" para produzir manchetes com intrigas, jornalistas do PIG foram em revoada buscar a "opinião" de Gilmar Mendes, após a cerimônia.

Gilmar garantiu a "noticia negativa" para o Jornal Nacional levar ao ar. Declarou: "A não indicação do membro de uma corte por tão longo período acaba por afetar a sua funcionalidade".

Legislativo tinha cerimônia na mesma hora

Os presidentes da Câmara e do Senado enviaram mensagem de congratulações, mas não puderam comparecer, como nos anos anteriores, quando a abertura do ano judiciário não coincidiu com atividades da abertura do ano legislativo. Tanto na Câmara como no Senado havia na mesma hora atividades, inclusive com a posse dos novos parlamentares eleitos para a nova legislatura.

Os Amigos do Presidente Lula

Dilma e Cristina

Os EUA herdaram da Inglaterra a arte perversa de dividir para reinar. Talvez nunca como nas renegociações da dívidas dos países latino-americanos, quando da chamada “crise da dívida”, essa arte foi exercida com tanta maestria.

O Brasil, a Argentina e o México quebraram, uma vez mais, graças a endividamentos irresponsáveis de seus governantes – nem sequer eleitos, nos dois primeiros casos, mas ditadores militares. Os EUA e a banca internacional se aproveitaram para impor-nos os empréstimos e as respectivas caratas de intenções (deles), valendo-se, entre outros instrumentos, da negociação por separado para cada país, enquanto os credores se sentavam todos do outro lado da mesa, ameaçadores.

Quando a crise se tornava mais aguda no México, os EUA, o FMI e os bancos internacionais corriam a fazer algum tipo de concessão menor à Argentina e ao Brasil, para que as crises não se dessem simultaneamente ou, pior para eles, os três governos se articulassem para resistir conjuntamente. A arte funcionou perfeitamente e fomos todos vitimas do cerco da dívida que, com os empréstimos e as cartas do FMI, nos levaram a mais dívidas (das quais só saímos, Brasil e Argentina, porque mudamos a trilha das nossas politica internacional, recentemente, enquanto o México seguiu a mesma triste sina).

Só quem se lembra dessas manipulações imperiais e dos danos que causaram a nossos países pode valorizar na devida medida a atual relação de irmandade e solidariedade entre os governoss e o povos do Brasil e da Argentina. Ver Dilma e Cristina (junto com Hebe de Bonafini pelas Mães da Praça de Maio) acenando da sacada histórica da Casa Rosada (de onde falava Perón, mas também Evita), dá a medida exata do cruzamento da historia dos nossos dois países, tão incentivados a competir, a ter no vizinho o inimigo principal, a buscar apoios no norte para enfraquecer um ao outro.

Nestor Kirchner e Lula começaram a construir a melhor década de relações entre o Brasil e a Argentina. Dilma e Cristina deram agora passos decisivos para passar de colaborações comerciais para parcerias nos campos da produção, da infra estrutura, da internet, entre tantos outros campos.

Mulheres, militantes politicas contra as ditaduras dos dois países na sua juventude, com boa formação teórica e enorme sensibilidade política, Dilma e Cristina representam as novas gerações de dirigentes que precisamos, saindo das elites tradicionais, que representaram a exclusão social, a subordinação aos interesses externos, a competição e não a solidariedade entre nossos países e povos.

A integração está em boas mãos, avançará, para superar mecanismos apenas de prioridades comerciais. Precisa a integração plena da Venezuela, da Bolívia, do Equador e da adesão de novos membros, como a Colômbia.

O encontro de Buenos Aires foi emocionante. Sabíamos que aquela cena ia se dar. Mas ver a Dilma e a Cristina representando nossos dois países, foi emocionante, além de toda a significação politica que têm.

Por Emir Sader- Carta Capital