Colunista -
Joanildo Mendes
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de não acatar a
aplicabilidade da famosa Lei da Ficha Limpa, a partir das eleições de 2010, em
votação acirrada e já esperada na quarta-feira, 23, beneficiou o ex-governador
Cássio Cunha Lima e deixou alegre uma multidão de mais de um milhão de
eleitores que foram às urnas deflagrar o voto em prol do seu candidato. Por
outro lado, a mesma decisão deixou assessores e seguidores de algumas
lideranças políticas com quatro sentimentos bastante diferentes: Raiva, inveja,
receio e desconfiança.
Os assessores e seguidores do grupo Maranhão não gostaram
nem um pouco de ver destronado da cadeira do senado o pemedebista Wilson
Santiago, terceiro colocado na eleição de 2010. O sentimento de raiva é fácil
de se perceber em uma simples conversa com qualquer um deles.
Há outros que nutrem um dos sete pecados capitais, a inveja,
quando se fala que o ex-governador vai assumir uma vaga no Senado. Esses são
aqueles que admiram Cássio, não descartam uma aproximação com o senador Cícero
Lucena, estão ligados ao grupo do governador Ricardo Coutinho e também ao grupo
do ex-governador Maranhão : Os petistas.
O fato é que o Partido dos Trabalhadores na Paraíba nunca se
entendeu, nunca partiu coeso e por isso mesmo nas últimas eleições, ou em quase
todas para ser mais exato, não passou de mero coadjuvante dos outros grandes
partidos. Devido a isso, é inevitável que alguns sintam inveja de não ter um
político articulado e vitorioso como Cássio Cunha Lima.
Já os que têm receio dessa vitória do tucano campinense são
aqueles que ontem estavam no mesmo barco e que hoje defendem outras batalhas.
Mesmo tentando deixar transparecer que nada mudou e que a relação entre Cássio
e Cícero continua a mesma, o receio tomou conta dos ciceristas.
O receio deles é que agora, com “envergadura” (Como costumam
dizer os especialistas em política), uma vez que “ganhou corpo” com essa
conquista junto ao STF, Cássio está apto a brigar de igual para igual com
Cícero pela presidência do PSDB. Essa hipótese deixa os seguidores mais
próximos de Cícero Lucena (que são poucos hoje em dia, por sinal) a ver navios
nas próximas eleições para as prefeituras e câmaras municipais.
Por fim vem a desconfiança dos que fazem parte do coletivo
girassol: O grupo do governador Ricardo Coutinho, aquele que detesta perder e
principalmente ver o seu império ameaçado. Apesar do senador Cássio ter dito
com todas as letras que em 2014 irá apoiar a reeleição de Ricardo Coutinho, os
seguidores do governador socialista estão com um pé atrás e com o
desconfiômetro ligado.
Nos bastidores da política são comuns os comentários de que
Cássio e Ricardo já tiveram alguns atritos e que a relação deles não deve durar
muito tempo (Tema por sinal da enquete do Fatospb). Os dois negam, mas a
disputa interna entre seguidores dos dois grupos está apenas começando. O tempo
dirá e, pelo andar da carruagem, não demorará muito!