segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dilma avalia que não há clima para comprar caças

Governo entende que aquisição seria incompatível com orientação de cortar custos
O Planalto suspendeu a compra de 36 caças para integrar a FAB (Força Aérea Brasileira) enquanto estiver em vigor o período de austeridade fiscal. Após anunciar um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União para 2011, a presidente Dilma Rousseff avaliou que não há “clima” para se pensar em uma despesa militar da ordem de R$ 12 bilhões.
O governo decidiu não estipular prazo para a suspensão do debate, mas, na prática, qualquer decisão importante só deverá ocorrer a partir de 2012.
O consenso na área econômica é que o ciclo de ajuste - contingenciamento orçamentário e subida dos juros - deve se estender por todo o ano de 2011. A compra dos caças é bombardeada especialmente pela equipe econômica.
Segundo integrantes do governo, Dilma avalia que o assunto pode ficar para depois. Para a presidente, a compra dos caças, no atual momento, poderia ser vista como uma “incoerência” do governo.

Ministros relataram que a presidente vai aproveitar a suspensão da compra para analisar com mais rigor pontos do acordo de compra dos caças.
Em um almoço realizado no Palácio do Planalto, ela disse ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que tem “muitas dúvidas técnicas” sobre o processo de aquisição.
A presidente não quer, porém, que a decisão de suspender a compra seja vista como um desprestígio do ministro da Defesa. De acordo com um ministro, o próprio Jobim “sabe que não é adequado comprar caças agora”.
A discussão sobre a renovação da frota da FAB se arrastou durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi herdada por Dilma. Três empresas estão no páreo para fazer negócio com o Brasil: a francesa Dassault, a sueca Saab e a americana Boeing.

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