Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo aponta irregularidades envolvendo núcleos do Segundo Tempo no Distrito Federal, em Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina. A amostra, na capital e região do entorno, no Nordeste mais pobre ou no Sul e no Sudeste com melhores indicadores socioeconômicos, flagrou o mesmo quadro: entidades de fachada recebendo o dinheiro do projeto, núcleos esportivos fantasmas, abandonados ou em condições precárias.
As crianças ficam expostas ao mato alto e a detritos nos terrenos onde deveriam existir quadras esportivas. Alguns espaços são precariamente improvisados, faltam uniformes e calçados, os salários estão atrasados e a merenda é desviada ou entregue com prazo de validade vencido.
No site do ministério, o Segundo Tempo é descrito como um programa de “inclusão social” e “desenvolvimento integral do homem”. Tem como prioridade atuar em áreas “de risco e vulnerabilidade social”, criando núcleos esportivos para oferecer a crianças e jovens carentes a prática esportiva após o turno escolar e também nas férias.
Conferidas de perto, pode-se constatar que as diretrizes do projeto, que falam em “democratização da gestão”, foram substituídas pelo aparelhamento partidário.
O Segundo Tempo está, majoritariamente, nas mãos de entidades dirigidas por pessoas ligadas ao PCdoB e virou arma política e eleitoral. Só em 2010, ano eleitoral, os contratos com essas entidades somaram R$ 30 milhões.
O Ministério do Esporte nega responsabilidade pelas supostas fraudes e afirma que “cabe às entidades parceira promover a estruturação do projeto”.
Questionado sobre as situações constatadas envolvendo o programa e por seu controle partidário, a pasta defendeu o critério de escolha das entidades sob o argumento que é feita uma seleção técnica dos parceiros.
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