O Intervozes publica pesquisa que analisa a cobertura da
mídia sobre o MST durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito de 2010. O
lançamento oficial da pesquisa ocorre na próxima quarta-feira, dia 24/8, em
Brasília.
Uso de termos negativos, pouca relevância dada às bandeiras
do Movimento e exclusão do MST como fonte. O que já era percebido pelos
movimentos sociais agora foi comprovado em pesquisa que analisou cerca de 300
matérias sobre o MST em TV, jornal impresso e revistas. O resultado desse trabalho
será lançado nessa quarta-feira, dia 24, às 19h, na Tenda Cultural do
Acampamento Nacional da Via Campesina (Estacionamento do Ginásio Nilson
Nelson), em Brasília.
O relatório, intitulado “Vozes Silenciadas”, analisou as
matérias que citaram o MST em três jornais de circulação nacional (Folha de S.
Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo); três revistas também de circulação
nacional (Veja, Época e Carta Capital); e os dois telejornais de maior
audiência no Brasil: Jornal Nacional, da Rede Globo, e Jornal da Record. O
período pesquisado foi de 10 de fevereiro a 17 de julho, duração das
investigações de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o
MST.
O lançamento contará com a presença de Mônica Mourão, professora da UFC e responsável pela
pesquisa, de Leandro Fortes, jornalista da revista Carta Capital, e da
Coordenação do MST. O relatório foi realizado pelo Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social com o
apoio da Fundação Friedrich Ebert e da Federação do Trabalhadores em
Radiodifusão e Televisão (FITERT).
O estudo
MST é retratado como violento e suas bandeiras recebem pouco
destaque. A pesquisa concluiu que o movimento, na maioria dos casos, não era
central nas matérias que o citam. O tema predominante foi as eleições (97
inserções), com uma grande diferença em relação ao segundo lugar, o Abril
Vermelho (42 inserções). A CPMI foi tema apenas de oito matérias (ou 2,6% do
total). Nas matérias sobre eleições, o MST não apareceu nos debates sobre
políticas agrárias, mas sim como ator social mencionado de forma negativa pelos
dois principais candidatos do pleito nacional. O Movimento aparece em segundo
lugar no ranking de fontes ouvidas (em primeiro lugar estão matérias que não
ouvem nenhuma fonte). Porém, essa colocação representa apenas 57 ocorrências
num universo de 301 matérias.
Quase 60% das matérias utilizaram termos negativos para se
referir ao MST e suas ações. O termo que predominou foi “invasão” e seus
derivados, como “invasores” ou o verbo “invadir” em suas diferentes flexões. Ao
todo, foram usados 192 termos negativos diferentes, entre expressões que
procuram qualificar o próprio MST ou suas ações.
A maioria dos textos do universo pesquisado cita atos
violentos, o que significa que a mídia faz uma ligação direta entre o Movimento
e a violência. Não bastasse essa evidência, dentre as inserções que citam
violência, quase a totalidade (42,5% do total de matérias) coloca o MST apenas
como autor.
SERVIÇO
Data: 24/08/2011
Horário: 19h
Local: Tenda Cultural do Acampamento Nacional da Via
Campesina (Estacionamento do Ginásio Nilson Nelson) – Brasília/DF.
Mais informações: Gésio Passos – 61 3341-3637 –
comunicacao@intervozes.org.br
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