Publicado em 06/12/2010 - Blog da Dilma
Acusada de centralizadora na campanha, Dilma tem usado esse predicado, até agora, de forma eficaz
Ainda não se sabe, obviamente, como  será o desempenho de  Dilma  Rousseff na Presidência da República, muito menos se o seu ministério,  que aos poucos é anunciado, vai funcionar. Mas uma coisa já se sabe: se  der certo, terá sido Dilma a responsável. Se der errado, igualmente dela  será a responsabilidade.
Até agora, a  presidente eleita, apesar das pressões vindas de todas  as frentes aliadas, demonstra personalidade e pulso forte na escolha dos  nomes de seus auxiliares mais importantes,  qualidade, aliás,  importantíssima para  governar  um país de 190 milhões.
Desde o início, Dilma deu sinais de que não se curvaria às pressões.  Ela não cedeu diante da ameaça de alguns membros de legendas aliadas de  formarem um novo bloco político, iniciativa abortada rapidamente, na  mesma velocidade com que surgiu.
Em seguida, Dilma começou a anunciar os nomes, via comunicados  oficiais, sem se expor. Quem decidiu testá-la se deu mal. O PMDB, que  exigia cinco ministérios, parece que terá de se contentar com quatro, e  sem espernear. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, mesmo em  alta depois do sucesso da operação que varreu os traficantes do complexo  do Alemão, teve que pedir desculpas à futura chefe da nação e admitir  que errou ao anunciar, antes dela, o nome de seu secretário Sérgio  Côrtes como ministro da Saúde. Até buquê de flores Cabral mandou à  presidente, diretamente da Europa, para tentar diminuir o estrago.
Atacada durante a campanha com acusações de que é autoritária e  centralizadora, a presidente eleita até agora usou esses predicados de   forma eficaz, se é que isso é possível.
É claro que Dilma não governará sozinha e terá, eventualmente, que  ceder aqui e acolá. Mas a tomada de rédeas que ela ensaia neste momento –  convidando até o polêmico Antonio Palocci para a Casa Civil – é  importantíssima até para, se tudo der errado, o país ter a quem  responsabilizar.
Há críticas a respeito de Dilma optar por  manter em seu futuro  governo nomes fortemente ligados ao presidente Lula. Mas ela nunca  escondeu que faria, em muitos aspectos, uma gestão de continuidade.  Jornal do Brasil,05/12/2010, Postado por Kelly Girão
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