segunda-feira, 28 de março de 2011

Tempo de conversas

Gisa Veiga

Gisa Veiga é jornalista desde a década de 80, tendo passado pelos jornais A União, O Norte, Correio da Paraíba, Jornal da Paraíba e no semanário O Momento. Nessas redações, assumiu diversos cargos, de repórter a editoria. No telejornalismo teve experiências como repórter, comentarista e entrevistadora, tendo passado pelas TVs Cabo Branco, TV Tambaú, TV O Norte e como correspondente da Band. A ironia, misturada a um toque de humor, tem sido o principal tom de suas colunas
O prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), faz toda uma performance de oposição ressentida ao voltar à imprensa e cobrar a audiência que solicitou ao governador Ricardo Coutinho. Tem razão em pedir e cobrar. Quem não o faria? Mas não precisa dessa pose de quem está ofendido com a aparente demora no atendimento. Afinal, o governador, com agenda lotada, pode decidir qual o melhor momento para isso.
Atualmente – e finalmente – já se discute uma política maior para a Paraíba. A bancada federal admite contornar as divergências políticas e trabalhar pelo Estado. Bom para o governador? Sim, mas melhor ainda para os paraibanos. A oposição começa, enfim, a entender que trabalhar contra o governo estadual não significa trabalhar contra a Paraíba e já ensaia um comovente pacto pelo desenvolvimento.
Não creio que o governador Ricardo Coutinho seja insensível a isso. Como não creio que ele seja insensível aos pleitos de todo e qualquer município. Afinal, na campanha, ele prometeu que seria governador de todo o Estado. Por que não o seria de Campina Grande, que lhe deu uma extraordinária votação? Por que insistiria em uma política de qualidade da bancada federal e faria o caminho inverso em relação aos prefeitos?
Sentar com o prefeito de Campina Grande não será doloroso. Nem acho que o governador esteja dando, propositalmente, uma “canseira” no prefeito. Acredito mesmo que, nos primeiros 100 dias, é meio complicado conciliar a agenda com todas as demandas que chegam de várias partes do Estado. Não custa nada um pouco de paciência do prefeito, que estará coberto de razão se, como aconteceu quando Cássio era prefeito de Campina Grande, o governador de plantão lhe negar uma audiência.
E nós, eleitores (de quem quer que seja), devemos cobrar, com mais e mais ênfase, que os políticos (governador e parlamentares) coloquem em prática todo esse discurso de pacto pelo desenvolvimento. Que, diga-se de passagem, não significa capitulação da parte da oposição, muito menos superioridade da parte da situação, mas simplesmente atenção e amor pela Paraíba (não só pelo mandato), interesse pelos problemas que afetam todo o Estado (e não só pelos problemas de suas bases eleitorais) e pelo seu efetivo reconhecimento como um Estado de valor e de promissoras oportunidades.
Que assim seja com o governador em relação a todos os prefeitos; com a bancada federal em relação ao governo. E com todos em relação ao povo paraibano.

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