Ao anunciar o novo programa, Dilma cumpre uma de suas
principais promessas de campanha
Brasil sem Miséria, anunciado hoje, quer tirar 16 milhões da
pobreza extrema
Seis meses depois de assumir a Presidência da República,
Dilma Rousseff cumpriu nesta quinta-feira (2) uma de suas principais promessas
de campanha e lançou o Plano de Superação da Extrema Pobreza - Brasil sem
Miséria. O programa vai ampliar o Bolsa Família a 1,3 milhão de crianças e
adolescentes no país e terá o Nordeste como alvo das novas políticas.
Uma das ações do Brasil Sem Miséria é ampliar o Bolsa
Família. Dilma Rousseff assinou hoje uma medida provisória que aumenta de três
para cinco o limite do número de crianças e adolescentes com até 15 anos que
recebem o benefício, hoje em R$ 32 por mês. Com a medida, 1,3 milhão será
incluído no programa, que hoje atende a 15,7 milhões.
O lançamento do programa é o maior evento do governo Dilma e
contou com presença de aproximadamente 800 convidados, entre parlamentares,
ministros, governadores, prefeitos e representantes de entidades civis. A
cerimônia de lançamento começou por volta das 11h30 no Palácio do Planalto.
Dividiram o palco com Dilma o vice-presidente da República,
Michel Temer; os presidentes do Senado e da Câmara, José Sarney (PMDB-SP) e
Marco Maia (PT-RS), respectivamente ; e os ministros Tereza Campello e Antonio
Palocci.
Segundo a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Tereza Campello, há 16,2 milhões de brasileiros na extrema pobreza. As
diretrizes do novo programa são ações de transferência de renda, acesso a
serviços públicos nas áreas de educação, saúde, assistência social, saneamento
e energia elétrica.
A ministra declarou que o público-alvo do Brasil Sem Miséria
será o Nordeste: 60% dos brasileiros em extrema pobreza vivem na região; 40%
têm até 14 anos e 47% estão na área rural.
Durante a exposição detalhada do plano, Tereza exaltou por
várias vezes as políticas assistenciais criadas na gestão do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, como o Programa de Aquisição de Alimentos, Luz para Todos
e Minha Casa, Minha Vida.
- Dilma e Lula tiveram a coragem de assumir essa dívida
histórica como a missão de seus mandatos.
MA, PI e AL lideram ranking da miséria
Tereza explicou que o plano vai fazer uma “busca ativa”
pelas pessoas que vivem na miséria. A intenção é fazer um cadastro único dos
16,2 milhões de miseráveis, assim como dos demais beneficiados por outros
programas assistenciais.
- Não é o pobre correndo atrás do Estado, mas sim o Estado
indo atrás de onde o pobre está.
A ministra chamou o Brasil Sem Miséria de “maior e mais bem
localizado programa de transferência de renda do mundo”.
- Teremos todos os 16,2 milhões no cadastro único. Assim
teremos condições de verificar quem são, onde estão e oferecer políticas
públicas de assistência. Essas pessoas não serão apenas estatísticas. Saberemos
quem são, quantos são, onde vivem, número de filhos.
Por meio do que chamou de “busca ativa”, a intenção do plano
é identificar os serviços existentes e a necessidade de criar novas ações para
que essa população possa “acessar os seus direitos”.
- Mutirões, campanhas, palestras, atividades
socioeducativas, visitas domiciliares e cruzamentos de bases cadastrais serão
utilizados neste trabalho.
Também está prevista uma série de medidas para facilitar o
acesso a serviços de qualidade, como instalação de cozinhas comunitárias e
bancos de alimentos; saneamento; apoio à população em situação de rua; educação
infantil; medicamentos para hipertensos e diabéticos; tratamento dentário;
exames de vista e óculos e combate a drogas.
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