Sob ataque do DEM em todo o país, o prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab, ganhou no fim de semana um forte aliado em sua intenção de
criar seu novo partido, o PSD. Reunido em Sumaré (SP), o PT paulista decidiu
manter abertas as portas para que a nova sigla integre a base de apoio da
presidente Dilma Rousseff no Congresso e, pelo menos por enquanto, possa até
fazer coligações com candidatos petistas nas eleições do ano que vem.
A decisão foi interpretada como um sinal para os demais
diretórios do país de que o partido de Kassab não deverá ser tratado como um
adversário natural do PT, mas sim como uma sigla a ser usada na sustentação do
governo e na luta contra a oposição, especialmente em São Paulo, Estado
governado pelo PSDB desde 1995 e hoje a principal obsessão do Planalto e do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante o Encontro das Macrorregiões do PT-SP, a direção
paulista conseguiu vetar uma resolução que proibiria alianças eleitorais com o
partido de Kassab, caso a sigla seja viabilizada. Seria mais uma medida para
asfixiar o PSD no seu nascedouro (São Paulo), pois a nova sigla já é alvo de
ações na Justiça capitaneadas pelo DEM, o antigo partido do prefeito.
A proposta de proibir coligações do PT com o PSD partiu de
um grupo de petistas da capital do Estado, oposição ao prefeito Kassab. Mas a
direção estadual atuou fortemente para evitar que ela fosse aprovada e
conseguiu ao menos rachar o partido. O resultado da consulta foi de 236 votos
favoráveis à proibição e 236 contrários. Na prática, isso significa que não
existe hoje um veto formal ao PSD dentro do comando petista.
A decisão agora deverá ser tomada em um seminário a ser
organizado pelo PT somente para analisar a questão. No encontro, que contou com
a participação de Lula, os petistas aprovaram o veto formal às coligações com o
PSDB, o DEM e o PPS em todo o Estado.
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