“O dólar está caindo no mundo inteiro. Isso desmotiva a
venda [por parte dos empresários brasileiros] para o exterior. Só que com a
crise atual não haverá, no exterior, motivação nem mercado para a compra de
produtos brasileiros. Discutir câmbio, portanto, virou discurso morto, porque,
na verdade, o que faltará é mercado externo”, disse à Agência Brasil o
economista que é também professor da Universidade de Brasília (UnB).
Segundo ele, a crise certamente afetará o Brasil. “Mas é
daquelas situações em que damos um passo para trás para, depois, darmos dez
passos à frente, numa situação mais privilegiada do que os demais”, explica.
“Primeiro, porque o Brasil está com o sistema financeiro ajustado e com
reservas que superam os US$ 300 bilhões. Se o câmbio é problema, é problema
para todos. Não apenas para os nossos empresários”, disse.
“Depois, porque o Brasil é um dos poucos países que ainda
têm fronteiras agrícolas que podem ser ampliadas, nos dando condições de
abastecer o mundo inteiro, e fontes de matérias-primas. Além disso, com os
programas de distribuição de renda, o país aumenta cada vez mais sua massa
salarial. Ou seja, há mercado interno. Por isso, se os investidores
estrangeiros olharem com cuidado para o Brasil, certamente verão que somos a
menina dos olhos do mundo”, argumentou o ex-analista do BC. “Nesse ponto,
precisamos dar a mão à palmatória ao ex-presidente Lula [Luiz Inácio Lula da
Silva]”, completou.
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