Usando a cor da pele e a etnia como critérios, banco negava
concessão de empréstimos ou cobrava juros maiores
O Bank of America chegou a um acordo judicial com o governo
norte-americano se comprometendo a criar um fundo de 335 milhões de dólares
para compensar negros e latinos por discriminação na concessão de créditos
hipotecários. Essa prática foi realizada por sua subsidiária Countrywide, entre
2004 e 2008, antes desta ser adquirida pelo banco. A informação foi divulgada
nesta quarta-feira (21/12) pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
A negociação, por sua vez, encerra uma acusação contra a
subsidiária do banco, acusada de negar empréstimos a mais de 200 mil clientes
negros ou de origem latina por motivos étnicos e raciais.
Em uma coletiva de imprensa, os secretários de Justiça, Eric
Holder, e de Habitação, Shawn Donovan, afirmaram que o acordo com a Coutrywide
é o maior já alcançado na história em relação ao setor de créditos
hipotecários.
"O acordo prevê 355 milhões de dólares para ressarcir
as vítimas de discriminação por parte de Countrywide quando esta era uma das
principais instituições de crédito hipotecários do país, concedendo mais de
quatro milhões de empréstimos residenciais”, disse Holder.
Segundo as autoridades, entre 2004 e 2008, o banco recorreu
a um "amplo padrão e prática de discriminação" contra clientes negros
e latinos. Além de negar empréstimos hipotecários devido à origem racial ou
étnica, os funcionários da Countrywide também submetiam seus clientes negros e
latinos a taxas de juros maiores do que para as outras pessoas.
Segundo Holder, as investigações do caso concluíram que essa
prática ocorreu em 41 estados e no Distrito de Columbia, sede da capital
Washington.
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