Até segunda-feira, ele pretende negociar com cada um de seus
ministros
Para acelerar a economia neste ano eleitoral, a presidente
Dilma Rousseff quer proteger da tesourada no Orçamento, que pode atingir R$ 70
bilhões, os programas que assegurem o emprego e, consequentemente, o consumo
dos brasileiros. Até a próxima segunda-feira (23), Dilma quer finalizar a
maratona de reuniões, iniciada ontem com cada um de seus ministros, para eleger
prioridades e definir quais programas poderão ser adiados.
A estratégia tem como objetivo facilitar o trabalho da
equipe econômica na hora de bloquear recursos para conseguir atingir a meta de
resultado das contas públicas, sem que haja impacto no crescimento. O desejo do
governo é de uma expansão do PIB de algo entre 4% e 5% este ano. Dilma começou
a "sabatina" com os ministros da área social, para sinalizar a prioridade
do governo.
Na avaliação dos técnicos, o governo precisa investir mais,
liderando um movimento a ser seguido pelo setor privado. Por isso, a intenção é
de que a tesoura não atinja esse grupo de despesas.
Na Esplanada, a expectativa é que Dilma retome a prática de
quando era ministra da Casa Civil e avalie cada programa em detalhe. Ela
pretende reverter o que ocorreu no ano passado, quando muitos gastos em obras
não saíram do papel por problemas de gestão. Dessa forma, os investimentos
acabaram registrando um encolhimento em relação a 2010. No global, foram R$
41,9 bilhões em 2011, ante R$ 44,7 bilhões no ano eleitoral de 2010, segundo o
site Contas Abertas.
A "faxina" que atingiu o Ministério dos
Transportes, segundo maior orçamento do PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento), é um exemplo. A área, que tinha R$ 17,1 bilhões para gastar,
encerrou o ano com desembolsos de R$ 12,8 bilhões, sendo que R$ 6,8 bilhões
eram restos contratados no governo Lula.
Outra causa para o desempenho modesto dos investimentos foi
a mudança de governo. Um assessor afirmou que "em 2010, os investimentos
bombaram porque estávamos concluindo o PAC 1".
- Em 2011, começou o PAC 2 e leva algum tempo até que os
empreendimentos ganhem velocidade.
Ele acrescentou que em 2012 já será possível ver um
desempenho mais forte do PAC. Uma terceira explicação é que os investimentos
caíram porque houve uma espécie de controle informal na boca do caixa. Para
fechar as contas, o Tesouro teria segurado o dinheiro, embora os ministérios
possuíssem autorização para gastá-lo.
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