A boca é, para os cristãos, um canal de pecados por ser
capaz de expressar pensamentos impuros. Para evitá-los, o Padre Luiz Couto,
deputado federal pelo PT, resolveu fecha-la logo após a renúncia de Luciano
Agra à reeleição.
Está num retiro, subjugado a um jejum verbal que o impede de
revelar o que pensa e o que não pensa sobre o atual cenário político e
eleitoral da Capital.
Fechado como um monge e dedicado ao silêncio, Couto se
preserva da curiosidade externa e também das provocações internas do PT. Até
poder voltar ao debate seguro de seus argumentos.
Assim como Cássio Cunha Lima, o Padre Luiz Couto também não
foi comunicado do que aconteceria. Sabe-se que defendeu abertamente a
permanência de Agra na disputa.
Após a renúncia, ouviu as confissões do governador Ricardo
Coutinho e do prefeito Luciano Agra. Bem como a opinião do seu grupo dentro do
PT.
Retirou-se para meditar sobre elas.
Principal liderança do PT pró-Ricardo e principal
interlocutor do governo estadual junto ao governo Dilma, o deputado Luiz Couto
é fundamental para a garantia da aliança do PT para o projeto de continuidade
do PSB na Capital e no Estado.
Perdê-lo para o projeto oposicionista significa, em termos
proporcionais, a Igreja Católica perder Fábio de Melo para o Islamismo.
Assim, é bom que as estratégias do PSB estejam muito bem
focadas na preocupação de alimentar “espiritualmente” as intenções do Padre
Luiz Couto e, por tabela, a de todo PT, a fim de evitar que o Padre e partido
se rendam às tentações oposicionistas.
O PT realiza congresso estadual no dia 18 de março. Luiz
Couto e companhia tem que estar bem satisfeitos e instrumentalizados para
vencerem o debate de manutenção da aliança com o PSB.
É certo que a confirmação de uma candidatura do PSB, partido
da base de Dilma, e a defesa do projeto vinculado ao governo federal contribuem
para o fortalecimento da tese pró aliança.
Mas, de toda forma, a partir de agora, a cataquese do PSB
junto ao PT tem que ser ainda mais eficiente.
Em tempo: Luiz Couto está num retiro para padres católicos.
Com o mesmo silêncio, porém menos cristão, o presidente do PT de João Pessoa,
professor Antônio Barbosa, viajou para Cuba, para uma reflexão socialista
durante rápida folga.
Do blog de Luis Torres
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