Do total de R$ 19,9 milhões devidos a PB mais de R$ 11,1 serão
voltados para o apoio ao desenvolvimento urbano de municípios de médio
porte
O
governo federal tem uma dívida de quase R$ 20 milhões com os municípios
paraibanos. O débito se refere a obras que foram executadas e não foram
pagas ou aquelas que chegaram a ser empenhadas, mas pela falta do
repasse nem chegaram a ser iniciadas. Desse montante de restos a pagar,
R$ 10.358.530 milhões se referem a dívida não-processada, que são as
despesas que não foram pagas e a obra também não foi realizada. Com
relação aos restos a pagar processados, que tratam das obras que já
foram executadas, mas faltam ser pagas, o débito com a Paraíba é de R$
9.547.005,21 milhões.
Do total de R$ 19.905.535 milhões devidos a Paraíba pelo governo
federal, mais de R$ 11,1 serão voltados para o apoio ao desenvolvimento
urbano de municípios de médio porte. Outros R$ 3,79 milhões serão
voltados para a realização de obras que apóiem o desenvolvimento urbano
de municípios de pequeno porte. Também existe o débito de R$ 4,9
milhões que deveriam ter sido utilizados na gestão de política de
desenvolvimento urbano.
Total nacional - Ao todo, o governo federal
transferiu para este ano um estoque de R$ 128 bilhões em despesas
pendentes de realização e pagamentos, os chamados restos a pagar. Desse
total, R$ 27,8 bilhões se referem a transferências empenhadas aos
municípios (muitas das quais por emenda parlamentar), mas não
efetivadas até o momento.
A informação foi prestada pelo presidente da Confederação Nacional
de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, em entrevista coletiva que
concedeu na tarde desta terça-feira (25). Na rubrica investimentos a
pesquisa da CNM mostra que o governo federal acumula R$ 57 bilhões em
despesas pendentes, sendo R$ 21,8 bilhões em projetos que estão sob
responsabilidade de execução dos municípios.
Explicação - Ziulkoski explicou que entre os restos
a pagar existem dois tipos: os processados e os não-processados. Os
processados se referem àquelas despesas que já foram executadas e só
faltam ser pagas. A maior parte dos restos a pagar, entretanto, é do
segundo tipo (não-processado), quando a despesa não foi paga nem
realizada. Por isso, alguns a chamam de restos a realizar.
Crescimento - O presidente da CNM destaca que o
crescimento dos “restos a realizar” foi muito forte nos últimos anos.
Em 2003, por exemplo, os RAP não-processados somavam R$ 14,5 bilhões,
dos quais apenas R$ 4 bilhões na rubrica de investimentos. No caso das
transferências a municípios, o acúmulo desse tipo de pendência tem
duplo efeito negativo: em primeiro lugar porque gera (em muitos casos)
uma falsa expectativa de recebimento de recursos; em segundo lugar
porque o não-pagamento de repasses previamente empenhados produz atraso
nos projetos cuja execução está sob responsabilidade das prefeituras.
“Muitos dos restos a pagar não-processados estão nessa situação há
mais de um ano, como demonstram os valores reinscritos em 2011, num
total R$ 30,9 bilhões, sendo R$ 9 bilhões para Municípios. Nesse caso,
trata-se de despesas empenhadas entre 2007 e 2009 que até hoje nunca
foram realizadas”, conta. Entre os ministérios, o principal devedor é o
das Cidades, que acumula R$ 8,7 bilhões em restos a pagar de vários
anos passados, além de R$ 10,5 bilhões referentes a 2010.
Principal devedor - Considerando apenas os “restos
a pagar” devido aos municípios, o Ministério das Cidades também é o
principal devedor. São R$ 6,9 bilhões empenhados e não-pagos aos
municípios, dos quais R$ 4,2 bilhões se referem a 2009, 2008 e 2007. A
pesquisa da CNM mostra que o Ministério da Saúde também possui um
estoque elevado de restos a pagar com os municípios, num total de R$
6,3 bilhões. Mas nesse caso a maior parte das despesas foi empenhada em
2010 e/ou está em processo de pagamento.
“Não por coincidência, os ministérios das emendas parlamentares,
onde a maioria dos parlamentares concentra seus pedidos anuais são os
campeões de restos a pagar. Além de Cidades e Saúde, a pasta do Turismo
deve R$ 3 bilhões em restos a pagar aos municípios, a Integração
Nacional R$ 2,3 bilhões e os Esportes, R$ 1,2 bilhão”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário