terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Gasto com funcionalismo mostra recuo em relação ao crescimento do PIB

A desaceleração dos reajustes concedidos nos últimos anos e o crescimento recorde da economia em 2010 farão os gastos com pessoal recuar na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). De 4, 84% do PIB em 2009, as despesas com o funcionalismo federal devem fechar 2010 entre 4, 5% e 4, 6%.

A queda em relação ao PIB, no entanto, não indica encolhimento da folha salarial do funcionalismo público. Em valores absolutos, o gasto com pessoal e encargos sociais cresceu R$ 13 bilhões, de R$ 134, 7 bilhões nos 11 primeiros meses de 2009 para R$ 147, 7 bilhões no mesmo período do ano passado.

Os números fechados de 2010 só serão divulgados no fim do mês, com o resultado do Tesouro Nacional. Como em dezembro o pagamento da segunda parcela do 13º e das férias do Poder Executivo costumam pressionar para cima os gastos com pessoal em cerca de R$ 10 bilhões (impacto médio nos últimos anos), essas despesas devem ter fechado o ano passado em torno de R$ 160 bilhões.

Ao se levar em conta a previsão oficial de crescimento de 7, 5% para a economia brasileira no ano passado, os gastos com o funcionalismo equivaleriam a pouco mais de 4, 5% do PIB. A proporção, no entanto, pode ser menor caso o PIB tenha crescido 8%, como chegou a cogitar o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo no início de dezembro.

As estimativas oficiais do Ministério do Planejamento apontam PIB de R$ 3, 548 trilhões no ano passado. Esse valor corresponde a tudo o que o país produziu em 2010. Caso o PIB cresça mais que o previsto e supere esse montante, a fatia dos gastos com o funcionalismo fica menor.

Em 2008 e 2009, o governo concedeu diversos reajustes ao funcionalismo que aumentaram os gastos com o funcionalismo. De 4, 35% do PIB em 2008, essas despesas encerraram 2009 em 4, 84%. Caso tenha fechado 2010 em torno de 4, 5%, a participação dos gastos com pessoal voltaria aos níveis de 2007, quando atingiu 4, 56% do PIB.

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