A desaceleração dos reajustes concedidos nos últimos anos e o
crescimento recorde da economia em 2010 farão os gastos com pessoal
recuar na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). De 4, 84% do
PIB em 2009, as despesas com o funcionalismo federal devem fechar 2010
entre 4, 5% e 4, 6%.
A queda em relação ao PIB, no entanto, não indica encolhimento da folha
salarial do funcionalismo público. Em valores absolutos, o gasto com
pessoal e encargos sociais cresceu R$ 13 bilhões, de R$ 134, 7 bilhões
nos 11 primeiros meses de 2009 para R$ 147, 7 bilhões no mesmo período
do ano passado.
Os números fechados de 2010 só serão divulgados no fim do mês, com o
resultado do Tesouro Nacional. Como em dezembro o pagamento da segunda
parcela do 13º e das férias do Poder Executivo costumam pressionar para
cima os gastos com pessoal em cerca de R$ 10 bilhões (impacto médio nos
últimos anos), essas despesas devem ter fechado o ano passado em torno
de R$ 160 bilhões.
Ao se levar em conta a previsão oficial de crescimento de 7, 5% para a
economia brasileira no ano passado, os gastos com o funcionalismo
equivaleriam a pouco mais de 4, 5% do PIB. A proporção, no entanto,
pode ser menor caso o PIB tenha crescido 8%, como chegou a cogitar o
ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo no início de dezembro.
As estimativas oficiais do Ministério do Planejamento apontam PIB de R$
3, 548 trilhões no ano passado. Esse valor corresponde a tudo o que o
país produziu em 2010. Caso o PIB cresça mais que o previsto e supere
esse montante, a fatia dos gastos com o funcionalismo fica menor.
Em 2008 e 2009, o governo concedeu diversos reajustes ao funcionalismo
que aumentaram os gastos com o funcionalismo. De 4, 35% do PIB em 2008,
essas despesas encerraram 2009 em 4, 84%. Caso tenha fechado 2010 em
torno de 4, 5%, a participação dos gastos com pessoal voltaria aos
níveis de 2007, quando atingiu 4, 56% do PIB.
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