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Descontrole em contratações e na concessão de reajustes ao
  funcionalismo levou Estados a ultrapassar o limite legal de gastos com
  pessoal. Pelo menos cinco governadores assumiram os mandatos impedidos de
  nomear um único servidor e de dar aumento por conta do desequilíbrio nessas
  despesas. O problema atinge Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte
  e Alagoas. Há outros, como Paraná, Acre e Tocantins que estão próximos de
  ultrapassar esse limite. 
Pela
  Lei de Responsabilidade Fiscal, os Estados não podem gastar mais que 46,55%
  do orçamento com servidores. Se passarem desse índice, ficam impedidos de dar
  aumento e criar novos cargos. E se superarem 49% da receita com pessoal, o
  governador tem que demitir funcionários, começando pelos cargos de livre
  nomeação (sem concurso). 
A
  situação mais grave é na Paraíba. O governador Ricardo Coutinho (PSB) herdou
  uma folha de pagamento que consome 55,41% da receita corrente líquida, de
  acordo com o último relatório de gestão fiscal encaminhado ao Tesouro
  Nacional. Para 2011, a
  perspectiva é ainda pior. O gasto com pessoal chegou a 58% em janeiro. 
A
  Paraíba emprega cerca de 110 mil servidores, entre os quais 6,3 mil são
  cargos de livre nomeação. Pela LRF, além de ter que demitir funcionários, o
  Estado deixará de receber repasses federais. 
Em Minas Gerais, reposição salarial concedida pelo
  governo Aécio Neves (PSDB) por decisão judicial no ano passado, fez o Estado
  passar a gastar 48,61% da receita com servidores. É a segunda maior folha de
  pagamento do país, atrás apenas de São Paulo. O Estado emprega 3.703
  servidores sem concurso público, de um total de 385,6 mil funcionários. 
Em
  Goiás, o gasto com pessoal informado ao Tesouro é de 47,2%, mas, segundo o
  secretário de Gestão, Giuseppe Vecci, o comprometimento pode ser ainda maior.
  Goiás é recordista em cargos de livre nomeação: 9.504 vagas. 
No
  Rio Grande do Norte, os gastos com pessoal consomem 48,8% da receita de R$
  5,3 bilhões mensal. O governo de Alagoas ultrapassou o limite legal, mas está
  em fase de ajuste. Em outubro, as despesas com servidores chegaram a 47,8% do
  que o Estado arrecada. Mas, em dezembro, houve aumento da receita e o
  percentual caiu para 45,24%. Se permanecer com esse índice até abril, o
  governo alagoano poderá voltar a contratar funcionários. 
OUTRO LADO 
O
  governo da Paraíba informou que para equilibrar suas contas tomou medidas
  "radicais" como o desligamento de 40% dos cargos comissionados,
  corte de 50% das gratificações e a não renovação de contratos com prestadores
  de serviços. Apesar disso, a redução foi de apenas 7% nas despesas e o gasto
  com servidores ainda está alto. 
O
  Estado pediu à União que amplie o prazo para se adequar. Pela Lei de
  Responsabilidade Fiscal, os governadores têm prazo de oito meses para se
  enquadrar aos percentuais legais. 
A secretária
  de Planejamento de Minas Gerais, Renata Vilhena, disse que os gastos com
  pessoal explodiram porque no final do ano passado o Estado foi obrigado pela
  Justiça a a fazer um "reposicionamento" salarial dos servidores. 
Segundo
  ela, não há preocupação porque o índice irá baixar devido a uma decisão da
  União, que entrou em vigor em janeiro deste ano, que retira do cálculo das
  despesas com pessoal a parcela de servidores pagos com recursos do Tesouro.
  Com isso, disse Vilhena, Minas irá informar gasto com pessoal de 37,16% em
  janeiro 
A
  portaria, no entanto, não tem o poder de mudar os índices previstos na Lei de
  Responsabilidade Fiscal. 
O
  secretário de Gestão de Goiás, Giuseppe Vecci, responsabilizou o governo
  anterior por contratações "desnecessárias". Afirmou que fará
  controle rígido das despesas com pessoal para se enquadrar na lei. 
No
  Rio Grande do Norte, o governo não nomeou 58,8% dos cargos comissionados para
  reduzir as despesas. 
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