Há menos de dois meses no cargo o senador Wilson Santiago (PMDB) deve perder o mandato com a decisão desta quarta-feira (23) do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou que a Ficha Limpa só valerá para as eleições de 2012. Decepcionado, Santiago apostava que, "por justiça", seu "mandato não seria ameaçado".
"Uma das missões mais nobre de um tribunal não é só representar a legalidade, mas também o pensamento da população", defendeu Santiago.
Apesar de considerar a decisão um “balde de água fria” para as entidades que propuseram a lei e a população que a apoiou, o senador se disse tranquilo com a decisão do Supremo. “Quem passa por esses processos eleitorais tem que estar preparado psicologicamente para o que vier”, afirmou.
Ainda na noite desta quarta-feira, o senador Wilson Santiago chegou a se encontrar com Cássio (PSDB) em um restaurante de Brasília. Os dois políticos conversaram por cerca de meia hora e Cássio reafirmou que será um liderado de Ricardo Coutinho (PSDB) para ajudar a desenvolver a Paraíba.
Outros senadores também deverão perder seus mandatos a exemplo de Gilvan Borges (PMDB-AP) e Marinor Brito (PSOL-PA), além de Wilson Santiago.
O grupo assumiu as vagas no Senado no lugar dos também eleitos João Capiberibe (PSB-AP) e Cássio Cunha Lima, condenados antes da aprovação da lei, e de Jader Barbalho (PMDB-PA), que renunciou para escapar de um processo pela quebra de decoro parlamentar.
Os três foram barrados no ano passado por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Frustrada na expectativa de continuar exercendo o mandato, a senadora Marinor fez nessa quarta-feira, 23, um desabafo no plenário. Ela garantiu não vai "arredar pé" da luta contra a corrupção e lamentou a repercussão da decisão do Supremo no Congresso.
"Vamos lutar contra todos os corruptos, contra os Jader Barbalhos, os Rorizes, os Paulos Maluf porque eles nada de bom acrescentam ao País", afirmou.
A senadora se disse "decepcionada" com a decisão do ministro Luiz Fux que, na sua opinião, teria sinalizado na sua sabatina no Senado que seguiria a decisão da Justiça Eleitoral quando disse que "a Justiça não pode ficar de costas para a intencionalidade da lei".
Crença. Um dia antes da decisão do Supremo Tribunal Federal, Gilvan Borges, aliado de primeira hora do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), ainda acreditava que manteria o cargo na Casa.
"Acho difícil que o Supremo decida contra uma medida patrocinada por uma gigantesca mobilização popular". "Seria pesadíssimo para o ministro Fux retroceder na lei, um pênalti inesperado", disse o senador.
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