segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ato político em rodovia lembra 15 anos do massacre de Carajás

Em 1996, 19 sem-terra foram mortos pela polícia no sudeste do Pará
Da Agência Brasil
Um ato político realizado na manhã deste domingo (17) na chamada “Curva do S”, trecho da rodovia PA 150 perto da cidade de Marabá, sudeste do Pará, marca os 15 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores rurais foram mortos pela Polícia Militar do Estado. Pelo menos outras 60 pessoas ficaram feridas e mutiladas.
Na ocasião, os sem-terra estavam acampados na rodovia à epera de ônibus que os levariam a Belém, onde cobrariam a desapropriação de uma fazenda.
Participam do ato João Pedro Stédile e João Paulo Rodrigues, representantes da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A manifestação ocorre em meio ao “Abril Vermelho”, jornada nacional de mobilização que o MST promove todos os anos para lembrar o massacre e cobrar o avanço da reforma agrária. É a primeira vez que os protestos ocorrem no governo na presidente Dilma Rousseff.
Dos mais de 100 policiais levados ao banco dos réus, apenas dois foram condenados, mas aguardam em liberdade o julgamento de um recurso.

Desde 2005, o coronel Mario Colares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, condenados pelo Tribunal de Justiça do Pará estão em liberdade graças a um habeas corpus obtido no STF (Supremo Tribunal Federal). Outros 142 policiais militares envolvidos na operação foram absolvidos.
O MST quer que os oficiais voltem ao cumprimento da pena e os policiais absolvidos sejam submetidos a um novo júri.
A organização levou uma ação ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) na qual pede a federalização do crime. Além disso, apresentou denúncia na OEA (Organização dos Estados Americanos) contra a impunidade.
O movimento fez esta semana cerca de 70 ocupações em mais de 20 Estados e levantou acampamentos em dez capitais.

Segundo João Paulo, o MST não quer violência nas manifestações do “Abril Vermelho” e abre negociação com o governo em torno de uma agenda que inclui, além da intensificação da reforma agrária, a reprovação do projeto de novo Código Florestal.

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