sexta-feira, 1 de abril de 2011

Conselho de Ética rejeita pedido de Bolsonaro para explicar declarações polêmicas

Mesa Diretora da Câmara já reebeu seis pedidos para investigar o deputado do PP do Rio
Da Agência Brasil

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PDT-BA), negou nesta quinta-feira (31) um pedido do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) para prestar esclarecimentos ao colegiado sobre comentários considerados racistas que ele fez no programa CQC, da TV Bandeirantes.

Diante da repercussão e das criticas às declarações, Bolsonaro encaminhou requerimento ao conselho para ter a oportunidade de esclarecer dúvidas. Segundo o deputado, as dúvidas foram provocadas porque ele não teria entendido uma pergunta que lhe foi feita durante o programa.

O presidente do conselho afirmou que negou o pedido de Bolsonaro porque o colegiado só pode ser acionado por intermédio de representação feita pela Mesa Diretora da Câmara ou por algum partido contra um deputado.

- O Conselho de Ética não pode ser acionado por um parlamentar.

Araújo disse que telefonou para Bolsonaro e lhe informou que despachou o requerimento para a Mesa Diretora da Câmara dê seu parecer.

Ao todo já foram protocoladas na Mesa da Câmara, nos últimos dias, seis representações contra o Bolsonaro por causa de declarações feitas pelo ele. Para os autores dos pedidos, as declarações de Bolsonaro têm conteúdo racista e homofóbico.

Caberá ao presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), decidir se encaminhará ou não as representações à Corregedoria para que ela investigue o caso e dê parecer sobre as representações.

Se a Corregedoria for acionada para investigar as denúncias, Bolsonaro terá direito de defesa. Só depois disso o parecer será encaminhado à Mesa da Câmara, que decidirá, então, se encaminha ou não a representação ao Conselho de Ética para abertura de processo contra o parlamentar.

Polêmica

No programa CQC, o deputado foi questionado pela cantora Preta Gil sobre o que faria se seu filho se apaixonasse por uma negra, Bolsonaro ofendeu a filha do cantor e ex-ministro Gilberto Gil.

- Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como, lamentavelmente, é o seu [referindo-se a Preta Gil].

Bolsonaro justificou a resposta dada dizendo que ou não deve ter entendido bem a pergunta ou o programa pode ter editado o quadro.

Após a reação de movimentos de defesa dos direitos dos homossexuais, Bolsonaro disse que não voltaria atrás e que está “se lixando” para a opinião do movimento gay.

- Estou me lixando para o movimento gay. O que eles têm para oferecer? Casamento gay? Adoção de filho por gay? Nada disso acrescenta nada.

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