sábado, 7 de maio de 2011
O PT não tem dono
É inacreditável como determinados setores da imprensa dão mais valor à intriga e à fofoca do que aos fatos que estão à vista de todos.
A eleição de Rui Falcão para a Presidência do PT, na semana passada, fez brotar mais uma vez esse tipo de matéria que despreza as regras básicas do bom jornalismo e se agarra a especulações fantasiosas que não tem qualquer lastro na realidade.
Todos os jornalistas presentes à reunião do Diretório Nacional estavam dentro do plenário quando Rui foi eleito. Eles viram, portanto, que o nome de Rui foi defendido por representantes de TODAS as correntes partidárias e que sua eleição se deu por UNANIMIDADE dos integrantes do DN.
Quem conhece minimamente a política, sabe que não se chega a um consenso desses sem que todos os envolvidos no processo sejam previamente consultados e estejam de acordo. No caso do PT, essa consulta inclui, evidentemente, o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma.
Se não houvesse acordo, os membros do Diretório teriam, como sempre tiveram, total liberdade para se expressar e votar conforme suas convicções.
Desconsiderando tudo isso, um jornal de circulação nacional insiste, desde sexta-feira passada (28 de abril), na versão de que o nome de Rui teria sido “imposto” pelo ex-ministro José Dirceu e por seu suposto “grupo”, num movimento que, segundo a tese sem pé nem cabeça do jornal, teria contrariado a vontade de Lula, de Dilma e do próprio PT!
As correntes no PT são regulamentadas estatutariamente. Dirceu faz parte da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB). Dentro da CNB, não existe “grupo de Dirceu” nem de qualquer outro integrante. No Diretório Nacional, a CNB integra a chapa Partido que Muda o Brasil (PMB), da qual também fazem parte as correntes Novos Rumos e PT de Luta e de Massas. Com a concordância de Lula e Dilma, o nome de Rui foi discutido democraticamente na nossa chapa, depois com as demais chapas/correntes e depois votado no Diretório, tendo a imprensa por testemunha.
É assim que se faz política no PT, com democracia, transparência e respeito à opinião de todas as suas forças internas. Jamais uma só pessoa ou um grupo teriam força, no PT, para impor sua vontade ao conjunto do partido, sobretudo numa questão como essa.
Minha única dúvida é se o veículo em questão insiste no erro por incapacidade jornalística e analítica ou se perpetua barrigadas movido por interesses outros.
Francisco Rocha da Silva (Rochinha) é dirigente nacional do PT.
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