Gleisi Hoffmann vai substituir Antonio Palocci na Casa Civil.
Em seu discurso de posse na Casa Civil, no Palácio do
Planalto, a nova ministra Gleisi Hoffmann afirmou nesta quarta-feira (8) que,
ao escolhê-la, Dilma manifesta "apreço" ao Congresso Nacional.
"Tenho consciência que minha escolha não se deve apenas
à minha caminhada política. Ao escolher uma senadora da República, Dilma
manifesta apreço ao Congresso Nacional, ao Poder legislativo", afirmou
Gleisi, que discursou logo após o antecessor, Antonio Palocci, que deixou o
cargo após denúncias sobre a evolução de seu patrimônio pessoal.
Antonio Palocci, disse em seu discurso de despedida, que
deixou o cargo para “preservar o diálogo”. Parlamentares reclamavam da falta de
diálogo com o Planalto durante a gestão de Palocci, que atuava como um
articulador político.
No discurso, Gleisi também afirmou que quer seguir o
"exemplo" de Dilma. "Foi aqui na Casa Civil que a presidenta
Dilma mostrou sua capacidade. Pretendo trabalhar aqui com a mesma lealdade e
responsabilidade da presidenta. Sei do enorme desafio em suceder o ministro
Antonio Palocci. (...) A presidenta é exemplo para mim e mulheres de nosso
país. Meu objetivo é realizar um trabalho de futuro e de esperança."
Gleisi Hoffman agradeceu ao marido, o ministro do
Planejamento, Paulo Bernardo, e aos filhos pelo fato de chegar à Casa Civil.
"O Paulo Bernardo, meu companheiro de caminhada e de vida, com quem
aprendi que sempre vou acertar decidindo com o coração."
Ela disse que estará "sempre à disposição para decidir
com todos, de acordo com as prioridades" da presidente Dilma e do vice
Michel Temer.
Ao discursar, a presidente Dilma Rousseff se disse
"triste", e chegou a se emocionar, ao afirmar tem "muitos
motivos" para lamentar a saída de Palocci.
"Tenho muitos motivos para lamentar a saída do ministro
Antonio Palocci. Motivos de ordem política, pelo todo papel que ele desempenhou
na minha campanha.
Motivos de ordem administrativa pelo papel que tinha e teria
no meu governo. De ordem pessoal, pela relação de amizade que
construímos", declarou a presidente.
'Trator'
Em discurso de despedida no Senado, Gleisi agradeceu "a
convivência democrática" na Casa e disse que espera exercer com
"sabedoria" a nova função, de ministra-chefe da Casa Civil. Ao citar a
relação com os demais parlamentares, rejeitou o rótulo de "trator",
conferido a ela por um líder da oposição.
"Quero dizer que meu afastamento do Senado não me
afasta dos compromissos que assumi. Estou mudando de instância, mas não de
caminho. (...) Peço a Deus sabedoria para exercer essa nova tarefa",
discursou Gleisi no plenário do Senado.
Após o discurso, mais de 30 senadores comentaram a ida de
Gleisi para a Casa Civil e todos elogiaram a ex-colega de Senado.
Crítica da forma como líder do governo no Senado Romero Jucá
(PMDB-RR) negociava com os oposicionistas, a senadora petista ganhou do líder
do DEM, Demóstenes Torres (GO), o apelido de “trator”, já que defendia o uso da
maioria governista para aprovar matérias contra a vontade da oposição, sempre
minoritária. “Maioria é para ser exercida”, dizia Gleisi.
No discurso de despedida, ela rebateu os comentários:
"Me perguntaram ontem na conversa com a imprensa o que teria a dizer sobre
a menção, por alguns oposicionistas, de que sou um trator. Não considero esta a
melhor metáfora para quem exerce a política e sempre se dispôs a debater, ouvir
e construir consensos. A manifestação democrática é o maior instrumento que
temos para avançarmos no desenvolvimento do nosso país."
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