quinta-feira, 9 de junho de 2011

Gleisi diz que Dilma manifesta “apreço” ao Congresso ao escolhê-la


Gleisi Hoffmann vai substituir Antonio Palocci na Casa Civil. 
Em seu discurso de posse na Casa Civil, no Palácio do Planalto, a nova ministra Gleisi Hoffmann afirmou nesta quarta-feira (8) que, ao escolhê-la, Dilma manifesta "apreço" ao Congresso Nacional.
"Tenho consciência que minha escolha não se deve apenas à minha caminhada política. Ao escolher uma senadora da República, Dilma manifesta apreço ao Congresso Nacional, ao Poder legislativo", afirmou Gleisi, que discursou logo após o antecessor, Antonio Palocci, que deixou o cargo após denúncias sobre a evolução de seu patrimônio pessoal.
Antonio Palocci, disse em seu discurso de despedida, que deixou o cargo para “preservar o diálogo”. Parlamentares reclamavam da falta de diálogo com o Planalto durante a gestão de Palocci, que atuava como um articulador político.
No discurso, Gleisi também afirmou que quer seguir o "exemplo" de Dilma. "Foi aqui na Casa Civil que a presidenta Dilma mostrou sua capacidade. Pretendo trabalhar aqui com a mesma lealdade e responsabilidade da presidenta. Sei do enorme desafio em suceder o ministro Antonio Palocci. (...) A presidenta é exemplo para mim e mulheres de nosso país. Meu objetivo é realizar um trabalho de futuro e de esperança."
Gleisi Hoffman agradeceu ao marido, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e aos filhos pelo fato de chegar à Casa Civil. "O Paulo Bernardo, meu companheiro de caminhada e de vida, com quem aprendi que sempre vou acertar decidindo com o coração."
Ela disse que estará "sempre à disposição para decidir com todos, de acordo com as prioridades" da presidente Dilma e do vice Michel Temer.
Ao discursar, a presidente Dilma Rousseff se disse "triste", e chegou a se emocionar, ao afirmar tem "muitos motivos" para lamentar a saída de Palocci.
"Tenho muitos motivos para lamentar a saída do ministro Antonio Palocci. Motivos de ordem política, pelo todo papel que ele desempenhou na minha campanha.
Motivos de ordem administrativa pelo papel que tinha e teria no meu governo. De ordem pessoal, pela relação de amizade que construímos", declarou a presidente.

'Trator'

Em discurso de despedida no Senado, Gleisi agradeceu "a convivência democrática" na Casa e disse que espera exercer com "sabedoria" a nova função, de ministra-chefe da Casa Civil. Ao citar a relação com os demais parlamentares, rejeitou o rótulo de "trator", conferido a ela por um líder da oposição.
"Quero dizer que meu afastamento do Senado não me afasta dos compromissos que assumi. Estou mudando de instância, mas não de caminho. (...) Peço a Deus sabedoria para exercer essa nova tarefa", discursou Gleisi no plenário do Senado.
Após o discurso, mais de 30 senadores comentaram a ida de Gleisi para a Casa Civil e todos elogiaram a ex-colega de Senado.
Crítica da forma como líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-RR) negociava com os oposicionistas, a senadora petista ganhou do líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), o apelido de “trator”, já que defendia o uso da maioria governista para aprovar matérias contra a vontade da oposição, sempre minoritária. “Maioria é para ser exercida”, dizia Gleisi.
No discurso de despedida, ela rebateu os comentários: "Me perguntaram ontem na conversa com a imprensa o que teria a dizer sobre a menção, por alguns oposicionistas, de que sou um trator. Não considero esta a melhor metáfora para quem exerce a política e sempre se dispôs a debater, ouvir e construir consensos. A manifestação democrática é o maior instrumento que temos para avançarmos no desenvolvimento do nosso país."

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