quarta-feira, 15 de junho de 2011

Senado volta a discutir fim das coligações


Proposta acaba com a transferência de votos para deputados entre partidos

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado deve colocar em votação nesta quarta-feira (15) uma mudança nas regras eleitorais que acaba com as coligações partidárias nas eleições para o Legislativo.

Na prática, a medida impede que votos dados a candidato de determinado partido acabem elegendo candidato de outro. Hoje isso é permitido porque nas coligações, os votos dados nas legendas que concorrem juntas se somam para o cálculo de vagas a que têm direito.

A proposta, que altera a Constituição, afeta apenas as eleições para cargos proporcionais: vereadores, deputados estaduais e federais. Não afetaria, portanto, a eleição dos próprios senadores, além dos prefeitos, governadores e presidente.

A PEC 40/11, de autoria do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), teve a concordância do relator, Valdir Raupp (PMDB-RO). Em seu relatório, ele disse que as uniões entre os partidos nas eleições são “passageiras” e feitas por “conveniência, sem qualquer afinidade entre os partidos coligados no tocante ao programa de governo ou ideologia”.

Uma das vantagens também criticadas dadas às coligações é a soma dos tempos de TV e rádio a que cada partido tem direito. Em abril, a proposta foi aprovada por unanimidade na comissão que discutia a reforma política.

A proposta está apenas no início de sua tramitação. Como se trata de mudança constitucional, ela precisa da aprovação de 3/5 dos parlamentares, em duas votações, tanto na Câmara como no Senado. Por mexer nas eleições dos deputados, pode encontrar resistência na Câmara.

Na mesma reunião da CCJ hoje, deve ser analisada outra proposta, também de Sarney, que estabelece duração de cinco anos para os mandatos Executivos, de prefeitos, governadores e presidente, além de acabar com a reeleição.

A proposta, porém, recebeu parecer contrário do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do partido na Casa. Ele argumenta que a não coincidência com os mandatos dos parlamentares poderia gerar crises na relação entre Executivo e Congresso.


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