Moreira Franco defende rigor em apuração de casos de corrupção
no governo
O ministro-chefe da SAE (Secretaria de Assuntos
Estratégicos), Moreira Franco, defende que a apuração de casos de corrupção no
governo seja feita com rigor pela CGU (Corregedoria-Geral da União) e pela PF
(Polícia Federal), independentemente de questões partidárias. Ele, que é do
Diretório Nacional do PMDB há mais de 20 anos, salienta que a legenda não age
com protecionismo em relação à chamada faxina – postura adotada pelo governo
para eliminar qualquer foco de desvio de conduta de seus agentes. A ação
começou no Ministério dos Transportes, alvo de denúncias de corrupção.
- Não estamos nos protegendo e não temos o menor receio de
que as apurações devam ser feitas com rigor pela Polícia Federal e pela CGU
[Corregedoria-Geral da União]. Apurado qualquer ilícito e qualquer desvio de
conduta, [ele] tem que ser rigorosamente punido, seja companheiro do partido ou
não.
Para Moreira Franco, a corrupção “deprime” o país, que
precisa ter “uma prática republicana”. Segundo ele, os peemedebistas são
convictos de que a corrupção tem um custo financeiro e político muito alto.
- É um grande empecilho ao crescimento. Inibe ações de
investimento, o empreendedorismo, a inovação, a iniciativa pessoal, porque você
fica a mercê de propinas, de desvios para obter facilidades.
Perguntado se estava correta a imagem de que o PMDB tinha
mais intimidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, mais
espaço no governo Dilma, o secretário negou.
- Com o presidente Lula não só tinha mais intimidade, como
também nessa questão de espaço o partido tinha mais. O que difere hoje é que
nós temos o vice-presidente da República [Michel Temer], então o grau de
responsabilidade do partido é muito superior ao que tinha.
O ministro fez questão de frisar que o PMDB tem interesse no
sucesso do governo.
- Isso muda uma linha de comportamento que tinha sido sempre
praticada pelo PMDB. O partido participava do governo em negociações no
Congresso, no Salão Verde [da Câmara dos Deputados], e não como agora.
Construímos essa relação na rua, participando do processo eleitoral.
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