O
tesoureiro do Partido Progressista (PP), Leodegar Tiscoski, e outros executivos
ligados ao partido liberavam recursos para obras consideradas irregulares pelo
Tribunal de Contas da União (TCU), algumas delas com recomendação de
"retenção dos pagamentos", segundo reportagem da edição desta semana
da revista IstoÉ.
A reportagem afirma que, dos gabinetes do Ministério das
Cidades, comandado pelo PP, os políticos favoreciam empreiteiras que
contribuíram financeiramente com campanhas eleitorais do partido no ano
passado.
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, negou com
veemência as acusações.
Segundo a revista, Tiscoski é secretário de saneamento do
ministério desde 2007 e no ano passado atuou também na função de tesoureiro
nacional do PP. Documentos do Tribunal Superior Eleitoral mostram que, em
dezembro de 2010, Tiscoski assinou a prestação de contas do partido. Ele
afirmou à revista que não assina mais cheques ou ordens bancárias como
tesoureiro, mas admitiu que "encaminhou" a prestação de contas ao
Tribunal. O PP informou que as finanças do partido estão a cargo do primeiro
tesoureiro, o ex-deputado Feu Rosa, que, segundo a revista, é assessor especial
da pasta, cuidando do relacionamento do ministério com o Congresso.
A reportagem diz que as empreiteiras contribuíram
oficialmente com R$ 15 milhões nas campanhas do PP em 2010, sendo a maior parte
(R$ 8,7 milhões) na forma de doações ocultas. "Isso significa que o
dinheiro foi para a conta do partido, durante a campanha eleitoral, e
imediatamente distribuído entre seus candidatos", diz a publicação. A
revista afirma que três grandes construtoras, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa
e Queiroz Galvão, repassaram legalmente um total de R$ 7,5 milhões para as
campanhas do PP.
Entre as obras com suspeitas apontadas pela reportagem e
questionadas pelo TCU estão às relacionadas aos trens urbanos de Salvador (BA),
a cargo da Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez; aos trens urbanos de Fortaleza
(CE), sob responsabilidade da Camargo Corrêa e Queiróz Galvão; à implementação
da linha 3 do metrô do Rio de Janeiro, tocada pela Queiroz Galvão e Carioca
Christiani-Nielsen; e o complexo viário Baquirivu-Guarulhos, em São Paulo , a cargo da
construtora OAS.
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