quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Supremo vota validade da Ficha Limpa, mas decisão pode não sair


Governo quer participação da nova ministra Rosa Maria Weber no julgamento

Após um novo empate no caso do senador eleito Jader Barbalho (PMDB-PA) , os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) reiniciaram a sessão desta quarta-feira (9) com o julgamento de três ações que questionam a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa.

O relator das ações é o ministro Luiz Fux, que derrubou a aplicação da lei para as eleições do ano passado. A Ficha Limpa impede candidaturas de políticos condenados na Justiça.


A primeira ação a ser debatida foi proposta pelo PPS em 19 de abril. O partido questiona a Corte sobre a aplicação da norma para fatos ocorridos antes da aprovação da lei, que ocorreu no ano passado.

O segundo questionamento partiu da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A entidade pede um posicionamento definitivo do Supremo sobre os diferentes entendimentos acerca da lei adotados tanto pela Corte Suprema quanto pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A terceira ação é da CNPL (Confederação Nacional dos Profissionais Liberais). Enquanto as duas primeiras pedem explicação sobre a Ficha Limpa, a ação da CNPL quer retirar da lei o dispositivo que declara inelegível quem for excluído de uma determinada profissão por decisão do conselho da categoria.

Apesar de ter colocado as ações em pauta, Fux admite que pode haver adiamento na análise. Isso porque o governo emitiu sinais de que gostaria que Rosa Maria Weber, indicada pela presidente Dilma Rousseff para ocupar a vaga no STF deixada pela ex-ministra Ellen Gracie, participasse da decisão sobre a Ficha Limpa.

Rosa Maria ainda não tomou posse, e sua presença nos julgamentos garantiria que a votação não terminasse empatada.

Ellen Gracie, que se aposentou em agosto, votou pela aplicação da lei em 2010. Com ela, seguiram a linha de que as novas regras de inelegibilidade não alteravam o processo eleitoral os ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto.

Somaram-se a Fux, do outro lado, os ministros José Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Cezar Peluso.

Mais cedo, ao analisarem um recurso apresentado por Jader Barbalho para assumir o mandato no Senado, os magistrados mais uma vez se dividiram, com cinco votos para cada lado. O mesmo já havia ocorrido antes da posse de Fux.

Diante do impasse, a sessão foi suspensa, e a decisão ficará nas mãos de Rosa Maria.

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