"Fidel sempre me disse: Chávez, tome cuidado, esta
gente desenvolveu tecnologias, cuidado com o que come, cuidado com uma pequena
agulha e te injetam não sei o quê"
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou nesta
quarta-feira (28/12) como "muito estranha" a sucessão de diagnósticos
de câncer de vários líderes e
ex-presidentes da América Latina e levantou a possibilidade de alguém ter
desenvolvido "uma tecnologia para induzir" esta doença.
Em um ato de promoção de militares transmitido em cadeia
nacional de rádio e televisão, Chávez inclusive recomendou cuidados extras a
Evo Morales, presidente da Bolívia, e Rafael Correa, do Equador.
Depois que nesta terça-feira foi divulgado que sua colega
argentina, Cristina Kirchner, tem um tumor na glândula tireóide, Chávez, que
está se recuperando de um câncer, considerou que "é muito difícil
explicar" o que está acontecendo. O venezuelano frisou que não quer
"lançar nenhuma acusação temerária", mas questionou: "Seria
estranho que tivessem desenvolvido uma tecnologia para induzir o câncer e
ninguém saiba até agora e se descubra isto apenas dentro de 50 anos?".
Nesse contexto, Chávez lembrou o caso de centenas de
guatemaltecos submetidos a experimentos com sífilis por parte dos Estados
Unidos nos anos 1940. "Não sei, só deixo a reflexão, mas isto é muito,
muito, muito estranho", sustentou o presidente, que foi operado de um
tumor na região pélvica no último dia 20 de junho.
Chávez lembrou que, com o diagnóstico de Cristina, já são
vários os líderes da região que passaram por esta situação, como a presidente
Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do
Paraguai, Fernando Lugo. O venezuelano também mencionou o líder cubano Fidel
Castro, que se afastou do poder em 2006 por uma doença não confirmada
oficialmente, mas que acredita-se também possa ser câncer.
"Fidel sempre me disse: Chávez, tome cuidado, esta
gente desenvolveu tecnologias, cuidado com o que come, cuidado com uma pequena
agulha e te injetam não sei o quê", relatou ao lembrar uma conversa com o
cubano. "Em todo caso, repito, eu não estou acusando ninguém, só estou
fazendo uso da minha liberdade para refletir e emitir comentários perante fatos
muito estranhos e difíceis de explicar", concluiu.
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