PT e PMDB, os dois principais partidos da base de
sustentação do governo Dilma Rousseff, terão mais disputas do que alianças nas
eleições municipais deste ano. A exemplo do que acontece em João Pessoa, os
partidos vão estar de lados opostos na maioria das grandes cidades do Brasil e
disputa preocupa Palácio do Planalto.
Independentemente de candidatura própria na Capital, o certo
é que o PT não estará ao lado do PMDB, partido que já optou por candidatura
própria. A decisão do PT de João Pessoa no dia 18 de março será entre a
candidatura de Luciano Cartaxo (PT) e a aliança com o PSB.
Veja a íntegra da reportagem do IG apontando o
distanciamento do PT e PMDB em João Pessoa.
Segundo levantamento apresentado segunda-feira na reunião da
comissão de acompanhamento eleitoral petista, PT e PMDB estarão em lados
opostos em pelo menos 72 (61%) das 118 cidades com mais de 150 mil eleitores. O
número pode ultrapassar os 80 municípios conforme a evolução do cenário
eleitoral. Além disso, PT e PMDB serão rivais em pelo menos 17 (65%) das 26
capitais em disputa.
De acordo com o presidente nacional do PMDB, senador Valdir
Raupp, até agora os dois partidos fecharam alianças em apenas três capitais. No
Rio de Janeiro, o PT apoiará a reeleição do peemedebista Eduardo Paes. Em
Goiânia e São Luís, o PMDB vai se aliar aos candidatos petistas.
A lista de cidades onde os partidos estarão em lados opostos
é extensa: João Pessoa (PB), Rio Branco (AC), Belém (PA), Boa Vista (RR),
Palmas (TO), Maceió (AL), Salvador (BA), Recife (PE), Natal (RN), Belo
Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), Curitiba (PR),
Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). E pode ser bem maior conforme o
andamento do quadro eleitoral.
Segundo dirigentes de ambas legendas, os confrontos são
naturais, dadas as peculiaridades locais das disputas municipais. No entanto, o
alto número de disputas é motivo de preocupação no Palácio do Planalto, que
teme um acirramento ainda maior da delicada relação entre os principais pilares
de sustentação do governo.
Na última reunião do conselho político do governo, no início
de fevereiro, a própria Dilma fez questão de dizer que se manterá longe das
disputas para evitar a contaminação do governo.
“É evidente que isso merece um acompanhamento para evitar
respingos no governo”, disse o secretário nacional de Comunicação do PT, André
Vargas. Para evitar que as disputas cheguem a Brasília, o presidente nacional
do PT, Rui Falcão, marcou uma série de reuniões com presidentes de partidos
aliados para tratar das eleições. Com o PMDB, além de tentar possíveis
alianças, Falcão deve firmar uma espécie de pacto de não agressão.
Segundo Raupp, as disputas são naturais. “Teremos candidatos
em 22 capitais e se dependesse de mim teríamos em todas. Se o partido quiser se
manter forte tem que lançar candidatos próprios”, afirmou Raupp, que nega
possíveis respingos no governo. “Isso não vai acontecer de maneira alguma. Os
partidos são livres e independentes. Na maioria das cidades tem segundo turno.
Onde não der aliança no primeiro estaremos juntos no segundo turno”.
Apesar das tentativas de manter as aparências, os dois lados
reclamam da intransigência alheia. “Não é só o PMDB que não quer apoiar o PT”,
alfinetou Raupp. “Na Bahia eles não quiseram nos apoiar. Em Porto Alegre, Campo
Grande e outras cidades também”, rebateu Vargas. Segundo ele, apesar das
disputas não existem casos de atritos graves entre PT e PMDB. “Por mais que os
números falem não tem nenhum caso simbólico de atrito”, afirmou o petista.
MaisPB com IG
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