terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Vítimas de incêndio na Antártida recebem homenagem no Rio


Os corpos dos dois militares chegaram à Base Aérea do Galeão hoje cedo

Cerimônia em homenagem aos dois militares teve a presença de Temer e Amorim

Os dois militares mortos no incêndio na Estação Comandante Ferraz, na Antártida, no último sábado (25) receberam homenagem nesta terça-feira (28) na Base Aérea do Galeão, no Rio, com a presença do vice-presidente Michel Temer e do ministro da Defesa, Celso Amorim. Os corpos do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e do primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos chegaram à capital fluminense por volta das 9h.


Muito emocionados, familiares das vítimas ouviramde Temer palavras de consolo.

- Quando as pessoas se vão com tanto valor e bravura, não devem ter medo, pois já revelaram que não tiveram medo em vida. Eles são exemplo de bravura. O Brasil lamenta a morte desses dois militares.


A mulher de Figueiredo, Nilza Costa Figueiredo, disse que o militar era tudo o que ela tinha.

- Ele era um ótimo profissional, um exemplo de marido.

A mãe do militar Santos chorou muito ao ver o caixão do filho deixar o hangar onde foi prestada a última homenagem ao filho.

- Meu filho era um homem muito bom. É a única coisa que quero dizer.

Os dois militares receberam promoção póstuma, sendo ambos elevados à patente de segundo-tenente. Também foi concedida a eles a medalha de ordem ao mérito da Defesa grau comendador, concedida pela presidente Dilma Rousseff, e a medalha naval de serviços distintos da Marinha do Brasil.
Os corpos dos militares foram levados para o IML, no centro do Rio. Após a liberação dos documentos, as famílias definirão a data dos sepultamentos. Figueiredo, que era de Vitória da Conquista (BA), será enterrado em sua terra natal. Lopes será sepultado no cemitério do Caju.

Já os 41 brasileiros que estavam na base da Marinha na Antártida no momento do incêndio chegaram na madrugada da última segunda-feira ao Rio de Janeiro. A equipe que desembarcou era formada por 26 pesquisadores, 12 operários do arsenal da Marinha, um alpinista, um funcionário do Ministério do Meio Ambiente e um militar ferido, o primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros.

De acordo com a Marinha do Brasil, Medeiros foi transferido para o Hospital Naval Marcílio Dias (no Rio), onde permanece em tratamento e observação, com estado de saúde estável.

O embaixador do Brasil no Chile, Frederico Cezar de Araujo, afirmou na segunda-feira (27), em entrevista à Agência Brasil, que informações preliminares apontam uma falha no sistema elétrico como causa para o incêndio na base da Marinha na Antártida que causou a morte de dois militares brasileiros.

- Um inquérito será aberto e conduzido pelo Ministério da Defesa. Mas há informações preliminares de que houve uma falha no sistema elétrico [na base brasileira de pesquisas científicas]. Ao que tudo indica, houve um defeito. Infelizmente, havia duas pessoas [que morreram] no local. Mas, por sorte, a maioria [cerca de 60] conseguiu se salvar.

70% destruído

De acordo com a Marinha, o chefe da estação e mais três integrantes do grupo já retornaram à base para uma avaliação inicial dos danos. De acordo com essa avaliação preliminar, aproximadamente 70% das instalações foram destruídas pelo fogo.

O prédio principal da base, onde ficavam a parte habitável e alguns laboratórios de pesquisas, foi completamente atingido pelo incêndio, tendo permanecidos intactos os refúgios (módulos isolados para casos de emergência), os laboratórios (de meteorologia, de química e de estudo da alta atmosfera), os tanques de combustíveis e o heliponto da estação, que são estruturas isoladas do prédio principal.

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