Os corpos dos dois militares chegaram à Base Aérea do Galeão
hoje cedo
Cerimônia em homenagem aos dois militares teve a presença de
Temer e Amorim
Os dois militares mortos no incêndio na Estação Comandante
Ferraz, na Antártida, no último sábado (25) receberam homenagem nesta
terça-feira (28) na Base Aérea do Galeão, no Rio, com a presença do
vice-presidente Michel Temer e do ministro da Defesa, Celso Amorim. Os corpos
do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e do primeiro-sargento Roberto
Lopes dos Santos chegaram à capital fluminense por volta das 9h.
Muito emocionados, familiares das vítimas ouviramde Temer
palavras de consolo.
- Quando as pessoas se vão com tanto valor e bravura, não
devem ter medo, pois já revelaram que não tiveram medo em vida. Eles são
exemplo de bravura. O Brasil lamenta a morte desses dois militares.
A mulher de Figueiredo, Nilza Costa Figueiredo, disse que o
militar era tudo o que ela tinha.
- Ele era um ótimo profissional, um exemplo de marido.
A mãe do militar Santos chorou muito ao ver o caixão do
filho deixar o hangar onde foi prestada a última homenagem ao filho.
- Meu filho era um homem muito bom. É a única coisa que
quero dizer.
Os dois militares receberam promoção póstuma, sendo ambos
elevados à patente de segundo-tenente. Também foi concedida a eles a medalha de
ordem ao mérito da Defesa grau comendador, concedida pela presidente Dilma
Rousseff, e a medalha naval de serviços distintos da Marinha do Brasil.
Os corpos dos militares foram levados para o IML, no centro
do Rio. Após a liberação dos documentos, as famílias definirão a data dos
sepultamentos. Figueiredo, que era de Vitória da Conquista (BA), será enterrado
em sua terra natal. Lopes será sepultado no cemitério do Caju.
Já os 41 brasileiros que estavam na base da Marinha na
Antártida no momento do incêndio chegaram na madrugada da última segunda-feira
ao Rio de Janeiro. A equipe que desembarcou era formada por 26 pesquisadores,
12 operários do arsenal da Marinha, um alpinista, um funcionário do Ministério
do Meio Ambiente e um militar ferido, o primeiro-sargento Luciano Gomes
Medeiros.
De acordo com a Marinha do Brasil, Medeiros foi transferido
para o Hospital Naval Marcílio Dias (no Rio), onde permanece em tratamento e
observação, com estado de saúde estável.
O embaixador do Brasil no Chile, Frederico Cezar de Araujo,
afirmou na segunda-feira (27), em entrevista à Agência Brasil, que informações
preliminares apontam uma falha no sistema elétrico como causa para o incêndio
na base da Marinha na Antártida que causou a morte de dois militares
brasileiros.
- Um inquérito será aberto e conduzido pelo Ministério da
Defesa. Mas há informações preliminares de que houve uma falha no sistema
elétrico [na base brasileira de pesquisas científicas]. Ao que tudo indica,
houve um defeito. Infelizmente, havia duas pessoas [que morreram] no local.
Mas, por sorte, a maioria [cerca de 60] conseguiu se salvar.
70% destruído
De acordo com a Marinha, o chefe da estação e mais três
integrantes do grupo já retornaram à base para uma avaliação inicial dos danos.
De acordo com essa avaliação preliminar, aproximadamente 70% das instalações
foram destruídas pelo fogo.
O prédio principal da base, onde ficavam a parte habitável e
alguns laboratórios de pesquisas, foi completamente atingido pelo incêndio,
tendo permanecidos intactos os refúgios (módulos isolados para casos de
emergência), os laboratórios (de meteorologia, de química e de estudo da alta
atmosfera), os tanques de combustíveis e o heliponto da estação, que são
estruturas isoladas do prédio principal.
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