Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST) foram recebidos, na noite desta quarta-feira (2), no Palácio da
Redenção, pelo governador Ricardo Coutinho, a quem entregaram uma pauta de
reivindicações que inclui a desapropriação de terras por meio de convênio entre
o Incra e o Governo do Estado para famílias acampadas, distribuição de
sementes, a construção de escolas no campo, projetos de irrigação e captação de
água nos assentamentos e crédito para a compra de maquinas agrícolas.
Durante a reunião, ficou acertado entre o Governo do Estado
e a coordenação do MST a elaboração de um projeto piloto de irrigação e de
mecanização de áreas em assentamentos a serem definidos para incrementar a
produtividade e gerar mais renda para essas famílias. O projeto terá como fonte
de financiamento o Cooperar e possibilitará que pequenos agricultores e
cooperativas adquiram máquinas como tratores de pequeno porte para arar a
terra.
O governador destacou que espera em breve formatar um
convênio entre o Interpa e o Incra para agilizar a desapropriação de terras que
não estiverem em litígio. "É objetivo deste governo democratizar o acesso
dos trabalhadores rurais à terra e avançamos neste sentido durante a reunião de
trabalho”, comentou, após o encontro.
O Governo do Estado também atenderá a reivindicação do MST
que solicitou a plantação de palma resistente à cochonila do carmim nas áreas
de assentamentos, bem como o combate ao analfabetismo no campo com a formação
de educadores e construção de escolas nos assentamentos, a exemplo da escola
construída em Alagoa Grande. "O Estado está investindo mais de R$ 2
milhões na aquisição de 4 milhões de raquetes de palma e parte disso será
repassado para os trabalhadores rurais do MST”, anunciou.
Acesso à água- Em relação aos assentamentos em áreas de
estiagem, o governador Ricardo Coutinho garantiu a inclusão dos trabalhadores
no programa Água para Todos, que vai investir R$ 41 milhões para a construção
de 4 mil cisternas, 270 sistemas simplificados de água e 206 barreiros. "O
município também é fundamental para minimizar os efeitos da seca decretando
situação de emergência com toda a documentação necessária para ser aceita pelo
Estado e a União”.
A coordenadora do MST, Juliane Kelly Carneiro, disse que
praticamente toda a pauta foi amplamente discutida pelo governador e
secretários e que foram encaminhadas as principais demandas do movimento.
"Foi uma reunião positiva e na próxima semana os grupos de trabalho do
movimento estarão se reunindo com as Secretarias de Agricultura, Educação,
Segurança, Recursos Hídricos para encaminhar as autorizações importantes feitas
pelo governador”, avaliou.
Juliana destacou entre os avanços a questão da irrigação e
acesso à água nos assentamentos, a distribuição das palmas forrageiras, a
desapropriação de terras e o acesso à educação básica e técnica para os
assentados. "O governador demonstrou todo o interesse do Estado em ajudar
os assentamentos atingidos pela estiagem e precisamos também que as prefeituras
façam a sua parte decretando a situação de emergência. Temos muito que
conquistar em relação ao assentamento de mais de 2 mil famílias que estão nos
acampamentos. Estamos pautando essa questão com o Incra e em alguns casos o
governo do Estado”, concluiu.
A audiência, que durou mais de 3 horas, contou com a
participação de Dilei Schiochet, Juliane Kely Carneiro, Paulo Sérgio, da
coordenação do MST, de coordenadores do Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB),do secretário de Governo, Lindolfo Pires, do secretário de
Desenvolvimento Agropecuário, Marenilson Batista, e do secretário executivo de
Agricultura Familiar, Alexandre Eduardo
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