quinta-feira, 3 de maio de 2012

Procurador-geral da República recusa convite para explicar investigações na CPI do Cachoeira


Os senadores Vital do Rêgo (PMDB-PB) e Odair Cunha (PT-MG) fizeram oficialmente o pedido para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, explicasse as investigações contra o bicheiro Carlinhos Cachoeira na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, a CPI do Cachoeira. Gurgel, no entanto, rejeitou o convite.

A recusa de Gurgel já era esperada, e tem uma razão técnica. Se fosse à CPI, Gurgel seria considerado como testemunha no processo. No entanto, ele atua no caso como investigador. Como a lei não permite que uma pessoa seja ao mesmo tempo investigador e testemunha de um processo, Gurgel poderia comprometer os trabalhos da procudoria-geral caso aceitasse o convite.


Em nota divulgada nesta quarta-feira, Gurgel também aproveitou para rebater as críticas de que demorou muito para encaminhar o processo contra Cachoeira ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o procurador-geral explicou que as investigações da operação Las Vegas, de 2009, não foram suficientes para levar o caso ao Supremo, e que só pode fazer isso após receber da Justiça de Goiás o material da Operação Monte Carlo.

De acordo com a Procuradoria, Gurgel explicou ao comando da CPI que demorou a encaminhar material ao Supremo Tribunal Federal porque só recebeu da Justiça Federal de Goiás, em 9 de março de 2012, material da Operação Monte Carlo, que envolve o empresário de jogos ilegais Carlos Cachoeira, e pessoas com prerrogativas de foro privilegiado, como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
A explicação rebate acusações de parlamentares de que o procurador teria sido negligente com o caso. “Este material, agora sim, reunia indícios suficientes relacionados a pessoas com prerrogativa de foro e, assim, menos de 20 dias depois, em 27 de março, o procurador-geral da República requereu a instauração de inquérito no STF, anexando tudo o que recebeu nas duas oportunidades.”

A CPI recebeu nesta quarta-feira (2), do STF, cópia do inquérito de investigação de Carlinhos Cacheoria, um documento de mais de 15 mil páginas, em 40 volumes. A comissão deve começar a analisar os pedidos de convocação de depoentes, um total de 115 requerimentos cobrando a convocação de pessoas centrais no inquérito, como o próprio Cachoeira e ex-integrantes da construtora Delta.


Bruno Calixto

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