O secretário de Cultura do Estado da Paraíba, Chico César,
emitiu hoje uma nota na qual comenta a recente polêmica desencadeada por uma
declaração dele próprio contrário ao apoio do Estado a eventos que incluam as
chamadas bandas de "forró de plástico" ou artistas sertanejos para as
festividades juninas. Chico Césardisse que o objetivo do Governo não é proibir
ou impedir que eventos sejam organizados com tendências musicais diversas, mas
sim, direcionar os recursos públicos para incentivar o fortalecimento e o
resgate da cultura paraibana e nordestina.
Abaixo segue na íntegra a nota do secretário:
“Tem sido destorcida a minha declaração, como secretário de
Cultura, de que o Estado não vai contratar nem pagar grupos musicais e artistas
cujos estilos nada têm a ver com a herança da tradição musical nordestina, cujo
ápice se dá no período junino. Não vai mesmo. Mas nunca nos passou pela cabeça
proibir ou sugerir a proibição de quaisquer tendências. Quem quiser tê-los que
os pague, apenas isso. O Estado encontra-se falto de recursos e já terá inegáveis
dificuldades para pactuar inclusive com aqueles municípios que buscarem o
resgate desta tradição.
São muitas as distorções, admitamos. Não faz muito tempo
vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque
ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas
dançando em seu palco. Vaias também recebeu Geraldo Azevedo porque ele cantava
Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em festa junina financiada pelo governo aqui
na Paraíba, enquanto o público, esperando a dupla sertaneja, gritava "Zezé
cadê você? Eu vim aqui só pra te ver".
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