A presidente Dilma Rousseff prepara uma estratégia para se
aproximar dos congressistas. Ela convocou ministros e líderes aliados para uma
megarreunião na próxima segunda-feira. No encontro, pretende apresentar os
projetos do programa de combate à pobreza, mostrar o que o governo vem fazendo
nas mais variadas áreas e, ao mesmo tempo, explicar a demora de algumas
nomeações. Além do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, estão na lista as
ministras do Bem Estar Social, Tereza Campelo; do Planejamento, Miriam
Belchior; da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho; da Agricultura,
Wagner Rossi, e todos os líderes de partidos aliados e os do governo.
Com o encontro, a presidente espera atender uma
reivindicação feita pelos parlamentares no início do governo, que é dar
conhecimento prévio aos partidos do que está sendo discutido nos gabinetes. Por
isso, apresentará a eles o programa de combate à pobreza antes mesmo do
lançamento oficial.
Quanto aos cargos, Dilma tem dito em conversas reservadas
que se o governo não fosse de continuidade, as mudanças já teriam ocorrido.
Mas, como ela assumiu com aquela estrutura que ajudou a montar no governo Lula,
as substituições não são tão simples. No caso do Dnocs, por exemplo, houve
expectativa de alteração, mas, para não irritar o PMDB, as alterações não
ocorreram
Aos poucos, entretanto, as mudanças começam a ser
referendadas. Uma reunião de peemedebistas com a presidente na última
segunda-feira, da qual participaram Renan Calheiros e Romero Jucá, fechou, por
exemplo, o nome de Orlando Pessuti para o para o Conselho do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pessuti aguardava a indicação desde
o início do ano, quando deixou o governo do Paraná. Foi discutido ainda o
futuro do ex-governador da Paraíba e ex-senador José Maranhão. Ele era cogitado
para a Embratur, mas a cúpula do PMDB quer vê-lo na diretoria de governo do
Banco do Brasil, cargo que o partido ocupou no passado, com o ex-senador
Maguito Vilela. Hoje, a Vice-Presidência de Governo do Banco do Brasil é
ocupada por Ricardo Antonio de Oliveira, que não passou pelo aval dos partidos
aliados ao governo.
Chá de cadeira
A demora nas indicações irritou alguns pretendentes. O
ex-ministro de Comunicações e ex-senador Hélio Costa, que foi candidato ao
governo de Minas Gerais e perdeu para Antonio Anastasia, avisou ao seu partido
que vai para a iniciativa privada. A cúpula do PMDB esperou por seis meses para
ver se conseguia colocar o ex-ministro num cargo de primeira grandeza, mas
houve resistências do PT e, como o cargo não saiu, Hélio foi cuidar da vida.
Dilma vai desatando, aos poucos, os nós. Recentemente,
nomeou Geddel Vieira Lima para a Caixa Econômica. Há duas semanas, enviou ao
Congresso as indicações para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) sem levar em
conta os nomes sugeridos pelo PMDB. Preferiu Florival Carvalho, ligado ao PCdoB
de Haroldo Lima; e o professor Helder Queiroz, ligado ao PT, cujo nome foi
sugerido por Graça Forster, da Petrobras.
Última fase do mensalão
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim
Barbosa, relator da ação penal do mensalão, pediu que o Ministério Público
Federal (MPF) se manifeste sobre as alegações finais do processo. Essa é a
última etapa antes de a ação ser ajustada para o ministro preparar seu voto. A
expectativa é de que o Supremo julgue até 2012 os 39 réus acusados de
envolvimento com o mensalão, esquema no qual parlamentares supostamente
recebiam dinheiro em troca de apoio a projetos do governo no Congresso.
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