Dados do Inpe mostram ainda que MT continua líder no
desmatamento.
O desmatamento da região amazônica em Rondônia aumentou
64,4% no mês de maio, se comparado com o bimestre de março/abril, e o estado
ficou atrás apenas de Mato Grosso no ranking dos que mais devastaram a Amazônia
Legal.
As informações são do sistema de Detecção do Desmatamento em
Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A
instituição divulgou nesta quinta-feira (30) o índice referente ao mês passado,
mas que já havia sido antecipado com exclusividade pelo Globo Natureza no
último dia 22.
De acordo com o relatório de avaliação, Rondônia desmatou em
março/abril o total de 41,3 km². Em maio, a área de floresta devastada subiu
para 67,9 km². Isso significa que o estado perdeu no mês passado uma quantidade
de mata nativa que é quase quatro vezes maior ao tamanho da ilha de Fernando de
Noronha.
Mato Grosso teve 93,7 km² de florestas devastadas em maio,
número que é 77% menor ao registrado em abril, quando o estado perdeu 405,5 km²
de floresta, mas, ainda assim continua sendo o principal responsável pela
degradação da Amazônia Legal.
Ao todo, o Inpe, ligado ao Ministério da Ciência e
Tecnologia, identificou na Amazônia Legal
267,9 km² de desmatamento em diversos estágios - número 44%
menor que em abril de 2001 e
144 % maior que em maio de 2010. A área equivale a 166 vezes
a extensão do Parque Ibirapuera, em São Paulo, ou mais de quatro vezes o Parque
Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Alerta
As áreas de mata nativa que foram derrubadas nos dois
estados são motivos de preocupação para o Prevfogo, sistema nacional de
prevenção aos incêndios florestais, ligado ao Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O motivo é que poderá ocorrer uma 'explosão' de queimadas
nessas regiões de desmatamento ilegal, no intuito de limpar terrenos para dar
espaço à agricultura. Rondônia, por exemplo, já aponta um crescimento de 10%
nos casos de queimada entre janeiro e junho deste ano. Durante o período foram registrados 306 focos de calor no
estado.
Apesar do alerta, o presidente do Ibama, Curt Trennepohl,
disse ao Globo Natureza que o gabinete de crise criado pelo governo contra a
devastação na região amazônica está fazendo efeito. “Conseguimos estancar a
hemorragia, mas ainda não podemos dizer que estamos em saúde perfeita”,
observou.
Na análise do Deter, a cobertura de nuvens, geralmente
intensa na região, atrapalha os técnicos do Inpe. No mês de maio, ela impediu
que 32% do território amazônico fosse avistado. O instituto espacial sempre
ressalva que seu sistema de avaliação mensal do desmatamento não é voltado à
aferição precisa de áreas, mas mais focado na emissão de alertas para que as
autoridades ambientais possam verificar focos de derrubada de mata em terra.
Mato Grosso é motivo de preocupação por causa da alta no
desmatamento registrada ali desde março. O governo federal reforçou a
fiscalização na região. A secretaria do Meio Ambiente do estado chegou a
divulgar nota, no fim de maio, afirmando que a situação no estado retornou a
patamares considerados “normais”.
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