O anúncio da fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour, com uma
participação decisiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), por meio de seu braço de investimentos, o BNDESPar, que entrariam na
transação com até 2 bilhões de euros – perto de R$ 4,5 bilhões – é motivo de
muito debate.
Não é para menos. O setor de supermercados, segundo a
revista Supermercado Moderno, movimentou no ano passado R$ 203,9 bilhões, uma
alta de 7,1% frente 2009. O faturamento das duas redes juntas correspondem a
mais de um quarto de todas as transações do setor. Ainda, de acordo com a
Supermercado Moderno, o Carrefour faturou em 2010 R$ 29 bilhões, a partir de
654 lojas, obtendo um faturamento de R$ 353 mil por funcionário.
A rede lidera o ranking da revista. Em segundo lugar está a
Cia. Brasileira de Distribuição, de Abílio Diniz, com um faturamento de R$ 25,7
bilhões, a partir de 617 lojas, com um faturamento por funcionário estimado em
R$ 315 mil.
Questionamentos
O jornalista Luis Nassif dedica hoje em seu blog Advivo uma
longa nota sobre o assunto. Ele questiona o papel do BNDES, ainda que ressalte
que, nos últimos anos, o capital da instituição tenha aumentado
substancialmente. Seu presidente Luciano Coutinho definiu como missão apoiar os
“campeões nacionais”. Ou seja, empresas brasileiras com vocação para exercer um
papel mundial.
Segundo Nassif, no entanto, para conferir legitimidade à
operação, Luciano Coutinho deveria vir a público mostrar todas as
contrapartidas que o país poderia ter. E cobra: “(era importante saber quais)
os ganhos efetivos, não apenas miragens, como esse suposto aumento do mercado
internacional para produtos brasileiros”.
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