Em nota, o ministério afirma que "ainda nesta tarde, o
pedido de exoneração do diretor será encaminhado à Presidência da
República".
O diretor era o único indicado pelo PT na direção do órgão
comandado pelo PR desde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A saída de
Caron do Dnit ocorre após forte pressão do Palácio do Planalto, que tenta
aplacar o desagrado do PR --partido que sofreu diversas baixas no Ministério
dos Transportes desde o início da crise na pasta, há 20 dias.
Ontem, ele chegou a ser barrado pela presidente Dilma Rousseff
em uma reunião do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de rodovias.
Segundo reportagem publicada ontem pela Folha, Caron fez do
Rio Grande do Sul, seu Estado de origem, foco prioritário de sua atuação ao
longo de sete anos como diretor do Dnit.
Desde 2005, conforme levantamento da reportagem, Caron fez
119 viagens oficiais pelo país, pagas pelo Dnit, para vistorias de obras e
reuniões. Dessas, 82 (69%) tiveram como destino o RS.
Caron disse que sua atuação se concentrou no Estado
"por existir uma grande quantidade de obras de construção, pavimentação,
duplicação e de obras de artes especiais de alta complexidade técnica de
execução".
Na nota enviada por sua assessoria, o petista afirmou que,
"por ser conhecido no Estado, também foi muito solicitado para participar
de reuniões proferindo palestras".
O Ministério dos Transportes é alvo de suspeitas de
corrupção após reportagem da revista "Veja", no dia 2 de julho,
revelar um suposto esquema de pagamento de propinas em obras federais da pasta.
Ao todo, já somam 16 as demissões por causa das denúncias de
superfaturamento e pagamento de propina envolvendo o ministério, a Valec e o
Dnit, incluindo o ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM).
O diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que está de
férias, mas foi citado nas denúncias, também pode ser exonerado.
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