Eles foram levados de Minas Gerais para trabalhar em 11 carvoarias
O Ministério do Trabalho encontrou 69 pessoas trabalhando em
situação parecida com a de escravos em 11 carvoarias de Goiás. Os fiscais só
descobriram o crime depois que uma denúncia anônima apontou a tentativa de
assassinato de um dos trabalhadores.
Os carvoeiros foram levados de Minas Gerais, não tinham
registro e nenhum direito trabalhista, como descanso semanal, férias ou décimo
terceiro salário.
Nas carvoarias, as condições de trabalho e moradia eram precárias.
Não havia água potável e alguns alojamentos foram erguidos em galpões de
pau-a-pique, com teto de lona e piso de chão batido. Os alojamentos também não
tinham instalações sanitárias.
A exploração dos trabalhadores era coordenada por uma
família há mais de seis anos. Os funcionários eram aliciados para atividades
que iam do desmatamento do Cerrado para produção de carvão à entrega do produto
para siderúrgicas em Minas Gerais.
De acordo com os fiscais, não eram fornecidos equipamentos
de proteção para execução de atividades como corte, carregamento e transporte
de madeira e para o trabalho nos fornos.
Os empregadores terão que pagar R$ 680 mil em indenizações
rescisórias aos trabalhadores resgatados. Cerca de R$ 200 mil foram pagos e o
restante será cobrado em ação coletiva movida pelo Ministério Público do
Trabalho contra os produtores de carvão e contra os fazendeiros onde as
carvoarias estavam instaladas. Os empregados resgatados vão receber três
parcelas do seguro-desemprego, de um salário mínimo cada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário