terça-feira, 2 de agosto de 2011

Governo encontra 69 pessoas trabalhando como escravos em Goiás


Eles foram levados de Minas Gerais para trabalhar em 11 carvoarias

O Ministério do Trabalho encontrou 69 pessoas trabalhando em situação parecida com a de escravos em 11 carvoarias de Goiás. Os fiscais só descobriram o crime depois que uma denúncia anônima apontou a tentativa de assassinato de um dos trabalhadores.

Os carvoeiros foram levados de Minas Gerais, não tinham registro e nenhum direito trabalhista, como descanso semanal, férias ou décimo terceiro salário.

Nas carvoarias, as condições de trabalho e moradia eram precárias. Não havia água potável e alguns alojamentos foram erguidos em galpões de pau-a-pique, com teto de lona e piso de chão batido. Os alojamentos também não tinham instalações sanitárias.

A exploração dos trabalhadores era coordenada por uma família há mais de seis anos. Os funcionários eram aliciados para atividades que iam do desmatamento do Cerrado para produção de carvão à entrega do produto para siderúrgicas em Minas Gerais.

De acordo com os fiscais, não eram fornecidos equipamentos de proteção para execução de atividades como corte, carregamento e transporte de madeira e para o trabalho nos fornos.

Os empregadores terão que pagar R$ 680 mil em indenizações rescisórias aos trabalhadores resgatados. Cerca de R$ 200 mil foram pagos e o restante será cobrado em ação coletiva movida pelo Ministério Público do Trabalho contra os produtores de carvão e contra os fazendeiros onde as carvoarias estavam instaladas. Os empregados resgatados vão receber três parcelas do seguro-desemprego, de um salário mínimo cada.

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