terça-feira, 2 de agosto de 2011

Parente no governo sempre cria problema, diz Sarney


Presidente do Senado diz que caso envolvendo o PMDB já está encerrado

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), buscou afastar o rumor de que o PMDB, novo alvo de denúncias de corrupção, esteja na mira da presidente Dilma Rousseff para uma nova “faxina”, a exemplo do que ocorreu com o Ministério dos Transportes, nas mãos do PR.

Nesta terça-feira (2), ao comentar as acusações que Oscar Jucá Neto, demitido da Diretoria Financeira da Conab e irmão do líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR), fez sobre o Ministério da Agricultura, Sarney ironizou.

- Eu posso dizer que parente sempre cria problema. Se não cria para o governo, cria para o parente.

Em entrevista à revista Veja, Jucazinho, como é conhecido, disparou contra a pasta, dizendo que ela era dominada por “bandidos” – referência a indicados do PMDB e do PTB, no comando dos principais cargos.

Na segunda-feira (1º), para acalmar os ânimos, Romero Jucá pediu desculpas pessoalmente a Dilma pelas declarações. Sarney disse que essa conversa deverá por fim ao episódio e negou que o PMDB esteja agora sob fogo cruzado.

- Reafirmo que todas as denúncias, o governo deve mandar investigar. Uma vez comprovadas, deve-se punir e punir severamente. Não há direção nenhuma em relação ao PMDB e nem em relação a nenhum partido. Há uma atitude de governo. O PMDB não está isento como nenhum partido de que ocorra qualquer episódio dessa natureza.

Segundo Jucazinho, o ministro Wagner Rossi estaria envolvido em negócios suspeitos realizados pela Conab. Em um deles, a estatal teria aumentado um pagamento de R$ 14,9 milhões para R$ 20 milhões, e desviar R$ 5 milhões para autoridades.

Sarney protagonizou a crise no Senado de 2009, quando foi revelado o diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, indicado por ele para o cargo, estaria à frente dos atos secretos, decisões administrativas que não eram divulgadas.

Em sua maioria, elas tratavam de aumento de despesas e contratação, por indicação política, de parentes e apadrinhados de senadores e do próprio Sarney nos quadros de servidores da Casa.

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