quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Greve de médicos afeta cerca de 35 milhões de brasileiros


 Profissionais cruzam braços em 23 estados em protesto contra planos de saúde

Saúde suplementar: o atendimento a determinados planos de saúde estará suspenso durante toda esta quarta-feira

Saúde suplementar: o atendimento a determinados planos de saúde estará suspenso durante toda esta quarta-feira (Thinkstock)


A paralisação dos médicos nesta quarta-feira deve afetar entre 25 e 35 milhões de brasileiros - cerca de 76% do total de usuários de planos de saúde no Brasil. Os profissionais de 23 estados, além do Distrito Federal, decidiram cruzar os braços em protesto contra o valor da consulta pago pelas operadoras de saúde. Pelo menos 120.000 médicos de todas as especialidades devem suspender as atividades durante todo o dia. A categoria afirma, porém, que os atendimentos de urgência serão mantidos.

A paralisação não irá afetar os estados de Roraima, Amazonas e Rio Grande do Norte, já que as negociações com as operadoras de saúde nestes locais estão avançadas. Como cada estado teve autonomia para negociar com as operadoras, as listas de paralisações variam para cada unidade da Federação.

Em São Paulo, por exemplo, está suspenso o atendimento a 11 planos: Ameplan, Golden Cross, Green Line, Intermédica, Notre Dame, Prosaúde, Blue Life, Dix Amico, Medial, GEAP, Volkswagen. A lista completa dos planos de saúde que terão o atendimento suspenso está publicada no site do Conselho Federal de Medicina.

Contraproposta — A Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa os 15 maiores grupos de operadoras privadas de saúde, formalizou nesta terça-feira uma nova proposta aos médicos. Segundo nota enviada pela entidade, "o trabalho desses profissionais será classificado a partir da complexidade dos procedimentos realizados". Pela proposta, os procedimentos médicos seriam hierarquizados em grupos e o pagamento feito de acordo com as tabelas particulares de cada plano de saúde.

Apesar da proposta da entidade, Florentino Cardoso, diretor de saúde pública da Associação Médica Brasileira (AMB), afirma que a paralisação não deixará de ocorrer. "Não há nenhum acordo firmado entre a AMB, ANS e Fenasaúde. Jamais aceitaremos essa proposta", diz Cardoso.

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