Profissionais cruzam braços em 23 estados em protesto contra
planos de saúde
Saúde suplementar: o atendimento a determinados planos de saúde estará suspenso durante toda esta quarta-feira |
Saúde suplementar: o atendimento a determinados planos de
saúde estará suspenso durante toda esta quarta-feira (Thinkstock)
A paralisação dos médicos nesta quarta-feira deve afetar
entre 25 e 35 milhões de brasileiros - cerca de 76% do total de usuários de
planos de saúde no Brasil. Os profissionais de 23 estados, além do Distrito
Federal, decidiram cruzar os braços em protesto contra o valor da consulta pago
pelas operadoras de saúde. Pelo menos 120.000 médicos de todas as
especialidades devem suspender as atividades durante todo o dia. A categoria
afirma, porém, que os atendimentos de urgência serão mantidos.
A paralisação não irá afetar os estados de Roraima, Amazonas
e Rio Grande do Norte, já que as negociações com as operadoras de saúde nestes
locais estão avançadas. Como cada estado teve autonomia para negociar com as
operadoras, as listas de paralisações variam para cada unidade da Federação.
Em São Paulo, por exemplo, está suspenso o atendimento a 11
planos: Ameplan, Golden Cross, Green Line, Intermédica, Notre Dame, Prosaúde, Blue
Life, Dix Amico, Medial, GEAP, Volkswagen. A lista completa dos planos de saúde
que terão o atendimento suspenso está publicada no site do Conselho Federal de
Medicina.
Contraproposta — A Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde
Suplementar), que representa os 15 maiores grupos de operadoras privadas de
saúde, formalizou nesta terça-feira uma nova proposta aos médicos. Segundo nota
enviada pela entidade, "o trabalho desses profissionais será classificado
a partir da complexidade dos procedimentos realizados". Pela proposta, os
procedimentos médicos seriam hierarquizados em grupos e o pagamento feito de
acordo com as tabelas particulares de cada plano de saúde.
Apesar da proposta da entidade, Florentino Cardoso, diretor
de saúde pública da Associação Médica Brasileira (AMB), afirma que a
paralisação não deixará de ocorrer. "Não há nenhum acordo firmado entre a
AMB, ANS e Fenasaúde. Jamais aceitaremos essa proposta", diz Cardoso.
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