Prefeito Eduardo Paes afirma querer retirar o Rio de Janeiro
de uma suposta 'crise moral'. Paes tem moral para falar em 'moralidade'?
A Câmara dos Vereadores do Rio aprovou ontem (29) projeto de
lei de autoria do Executivo que cria um quadro permanente de professores de
religião para as escolas públicas. O município vai contratar por concurso
público 600 professores para, de acordo
com o projeto, ensinar “valores morais e éticos”, além dos espirituais.
Os candidatos a professores terão de ser formados em
sociologia, filosofia ou história. Bacharéis em teologia também poderão se
inscrever no concurso. A carga horária será de 16 horas semanais.
Uma emenda de autoria do vereador Jorge Braz (PTdoB) ao
projeto de lei obriga as escolas a fixarem cartazes com a informação aos pais
de que a matricula de seus filhos no ensino religioso é facultativa.
Em março, o Conselho Municipal de Educação do Rio emitiu um
parecer desaconselhando a implantação da matéria até que o STF (Superior
Tribunal Federal) julgue ação de inconstitucionalidade sobre o tema movida pela
Procuradoria Geral da República.
Contudo, o parecer não foi levado em conta pelo prefeito
Eduardo Paes (PMDB), que manteve a tramitação do projeto de lei. Do total de 51
vereadores, 28 votaram pela aprovação.
O teor do projeto de lei expressa o que Paes pensa sobre o
ensino religioso. Em entrevistas, ele tem afirmado que esse tipo de ensinamento
ajudará no combate à criminalidade, que é decorrente, entre outras coisas,
segundo ele, de uma crise moral da sociedade.
Em uma audiência pública realizada em junho com a
participação de líderes de várias religiões, a maioria deles foi contra a
implantação do ensino religioso por entender que serviria como plataforma para
o proselitismo católico, como ocorre em outras cidades do país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário