Grupo inclui os brasileiros que ganham acima de R$ 1.500; 2
em cada 3 recebem até R$ 510
Fatia que corresponde aos mais ricos leva 44,5% de todos os
rendimentos da população
Eles são só 10% da população brasileira, mas ganham, por
mês, o equivalente a metade de toda a renda recebida pelos brasileiros. A fatia
que corresponde aos mais ricos leva 44,5% de todos os rendimentos da população,
somados. É o que mostram os dados do Censo 2010 divulgados pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (16).
Salário médio do brasileiro é de R$ 1.202
Por “10% mais ricos”, leia-se aquele grupo de pessoas com
renda mensal acima de três salários mínimos, ou R$ 1.530 pelos valores do
mínimo de 2010 (R$ 510), considerados pelo instituto. O número parece absurdo:
como pode alguém com salário de R$ 1.500 por mês estar entre a fatia dos mais
ricos do país?
A conta é simples: o IBGE considera que a população
brasileira tem mais de 190 milhões de pessoas. Dessas, em torno de 5% (ou 9,5
milhões), ganham algo entre três e cinco mínimos por mês. Outros 6,8 milhões,
ou 3,6% do total, têm renda entre cinco e dez salários, ou R$ 2.550 e R$ 5.100.
Para completar, 1,2% da população, o equivalente a 2,2
milhões de pessoas, recebem acima de dez salários, mas menos de 20 mínimos, ou
R$ 10.200. E só 760 mil (0,4% da população brasileira) têm a sorte de ganhar
acima disso por mês.
Esses são os 10% mais ricos. Do outro lado, o dos 10% mais
pobres, o total da renda que eles levam representa só 1,1% de todos os salários
do país. O número considera todas as pessoas com 10 anos ou mais residentes no
Brasil.
Pelas contas do IBGE, a desigualdade dos salários persiste:
metade da população com os menores salários ganha o equivalente a 17,7% do
total de rendimentos.
Se um grupo reunido em uma sala com dez pessoas tivesse que
dividir R$ 100, uma delas ficaria com R$ 45 sozinha, cinco levariam R$ 17 e
uma, só R$ 1. Os outros R$ 37 ficariam com a população que ganhava mais do que
um salário mínimo, mas menos do que três.
O IBGE mostra que 37,1% da população não declarou renda
nenhuma. Mais do que 1 em cada 3 brasileiros não tinha fonte de renda ou não
recebia salário fixo.
Dentre os que recebiam salários, são considerados desde os
que sobrevivem com aposentadoria ou outros benefícios assistenciais até os
empregados com carteira assinada.
Se somados aos que tinham salários equivalentes a um mínimo,
até R$ 510, essa fatia representa 64,5% da população. São quase 2 em cada 3
brasileiros ganhando menos do que um salário mínimo em todo o Brasil, sem fazer
distinção entre população rural e urbana, no Nordeste ou no Sul.
Quando os dados são recortados para dar ideia de quanto
ganham, em média, os habitantes das regiões, o percentual de pessoas sem
rendimento foi mais elevado no Norte (45,4%) e no Nordeste (42,3%) e mais baixo
no Sul (29,9%), no Sudeste (35,1%) e no Centro-Oeste (34,8%).
Quanto ao grupo que ganhava mais de cinco salários mínimos
mensais, os percentuais são muito pequenos no Nordeste (2,6%) e no Norte (3,1%)
e crescem no Sul (6,1%), Sudeste (6,7%) e Centro-Oeste (7,3%). Nas cidades,
predominam as maiores rendas, enquanto o campo mantém salários baixos.
Quando o recorte é por sexo, as mulheres das faixas de renda
mais baixas (até um mínimo) são maioria frente aos homens, enquanto nos grupos
de maiores salários, os homens predominam.
O IBGE visitou, no ano passado, em torno de 67,6 milhões de
domicílios nos 5.565 municípios brasileiros para saber um pouco mais sobre a
população. Os dados sobre renda e salários ainda são preliminares e podem ser
modificados até setembro de 2012, quando saem os números definitivos sobre
trabalho e renda do Censo 2010.
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